Alfa Romeo até pontua na Áustria, mas não cria ilusão: está na lanterna da ‘F1 B’

A equipe de Hinwil terminou dentro da zona de pontos na abertura da temporada 2020, mas não foi por desempenho, mas sim pelos inúmeros abandonos da prova. Só não pode se deixar iludir e assumir ritmo superior ao que realmente tem

Dois pontos. Esse foi o saldo da Alfa Romeo na abertura da temporada 2020 da Fórmula 1. Entretanto, diferente do que se pode imaginar, os tentos vieram mais por consequência de uma prova que beirou o caótico, com quebras e punições, do que por desempenho, e servem de ilusão para uma equipe ainda abaixo das adversárias da ‘F1 B’.

As coisas já mostraram que não seriam fáceis logo na pré-temporada. Com ritmo não muito animador durante os testes coletivos, a equipe mostrou que poderia ser ameaçada até pela Williams. Portanto, a forma que chegou à Áustria não seria das mais animadoras.

Chegou, enfim, a abertura do ano. Depois de treinos livres complicados, a classificação deixou quase palpável o passo para trás dado pela esquadra de Hinwil em comparação ao ano passado. Se em 2019 ambos os carros avançaram ao Q3, em 2020 sequer passaram do Q1. O melhor tempo foi anotado por Antonio Giovinazzi com 1min05s175, o que nada lembra o 1min04s056 feito por Kimi Räikkönen na última passagem pelo Red Bull Ring – um acréscimo de impressionantes 1s119.

Kimi Räikkönen correu na Áustria? (Foto: Alfa Romeo)

O resultado final da primeira etapa em Spielberg ainda deixou gosto agridoce no time chefiado por Frédéric Vasseur. A sorte pareceu ter sorrido para o italiano da equipe, que conseguiu se esquivar de quaisquer problemas e contou com a confiabilidade do C39 para terminar dentro da zona de pontos, em nono. Coincidentemente, foi no mesmo circuito, em 2019, que conseguiu seu primeiro tento na F1.

Mas do outro lado da garagem, a questão que fica é se Räikkönen se entregou na prova. O finlandês até disputou com seu companheiro de time, conseguiu se adiantar à frente do #99, mas cada vez mais tem se mostrado desmotivado no grid da F1. A falta de desempenho misturada com uma apatia quase que natural do #7 já indica uma temporada sofrível pela frente. Ainda, precisou lidar com seu pneu dianteiro direito mal encaixado voar, obrigando seu abandono precoce.

Até há um ganho de performance entre a classificação e a corrida. Entretanto, a saída do zero na classificação do campeonato se deve mais aos nove abandonos nos 71 giros, todos por quebra, nenhum por acidente. Considerando que Giovinazzi estava apenas à frente de Nicholas Latifi no desenrolar da corrida, era impossível apontar sua aparição entre o top-10 numa situação típica.

Coincidência ou não, todas as equipes com motores Ferrari apresentaram uma queda de desempenho no debute do campeonato. A mais emblemática talvez tenha sido a própria marca italiana que falhou conseguir fazer Sebastian Vettel avançar ao Q3. E apesar de Charles Lecler ter terminado em segundo, também falou na sorte dos problemas dos pilotos à frente.

Giovinazzi pontuou, mas não pode se iludir (Foto: AFP)

A apresentação inicial feita pela Alfa Romeo já mostra que a equipe ainda precisa remar muito caso queira se equiparar com as adversárias do pelotão intermediário, ainda mais pelo salto protagonizado por McLaren e Racing point e pela clara evolução da Williams com George Russell.

Se as equipes do meio protagonizam a ‘F1 B’, o time de Hinwill ainda está na parte de trás do pelotão, até por não ter o dinheiro de McLaren e Renault ou um apoio como de Racing Point e AlphaTauri. Assim, espera-se que brigue para não ser a pior com Williams e Haas.

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