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Menos facilidades para ultrapassar obviamente acarretariam em menos passadas. É como Fernando Alonso gostaria que a F1 fosse. Para o bicampeão, as facilidades que existem atualmente acabam eliminando a questão da inspiração na hora de passar e, assim, tira um pouco da magia do evento.
Como exemplo para fundamentar sua tese, Fernando destacou o GP da San Marino de 2005, que venceu numa batalha com Michael Schumacher. Na ocasião, Schumacher saiu do 13º posto, mas conseguiu escalar o pelotão para ficar a ponto de ataque de Alonso. Dependendo só do braço, o espanhol conseguiu segurar o já heptacampeão mundial.
"Havia três ou quatro ultrapassagens na corrida inteira, e é considerado um dos grandes shows da F1. Não acho que precisamos colocar tanta atenção nas ultrapassagens, porque antes era difícil como agora ou até mais para passar. E as corridas eram ótimas", disse.
Apesar de ter achado que as muitas ultrapassagens no GP da China de duas semanas atrás foram circunstanciais, o presente incomoda. "Mas definitivamente hoje em dia é possível que o carro esteja em 16º ou 17º e possa ultrapassar uma Mercedes deixando o pit-lane com pneus mais novos e escapar. Isso é difícil de explicar para as pessoas em frente das televisões. A ultrapassagem é provavelmente não tão real quanto antes. Você não precisa estar inspirado ou escolher o momento certo no lugar certo".
Fernando Alonso segurou Michael Schumacher para ganhar em 2005 (Foto: F1)
"Se não for nesta curva você espera a próxima e passa porque está 5s mais rápido. Não creio que precisamos colocar um dedo em uma coisa específica para melhorar o show, porque quando estávamos tendo aquelas corridas com duas ou três passadas, estávamos querendo mais ultrapassagens para melhorar", seguiu.
Por fim, pediu mais brigas entre outras equipes que não apenas a Mercedes. "Precisamos de grandes batalhas e grandes nomes brigando pelo campeonato. Se no futebol nós colocarmos Barcelona e Real Madrid lutando pelo campeonato, todo mundo vai assistir. Se, com todo o respeito, colocar dois times pequenos que ninguém conhece, só as pessoas das cidades dos clubes assistem", exemplificou.
"É o que está acontecendo agora. Não há competição real e você tem as mãos atadas algumas vezes. provavelmente agora as corridas são mais previsíveis em termos de quem vai ganhar. É difícil alcançar quem anda na frente com as regras atuais. Os motores são mais ou menos congelados e, se você quiser inovar, é impossível, porque as regras são restritas em aerodinâmica. Agora temos os mesmos pneus, mesma pressão e distribuição de peso, mesma cambagem. Se a Mercedes vence a primeira corrida, vai vencer a 21ª", encerrou.
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