Alonso quis chantagear McLaren se Hamilton não fosse prejudicado no GP da Hungria 2007, revela TV

No maior caso de espionagem da história da F1, a McLaren foi multada em US$ 100 milhões em 2007 por obter informações confidenciais sobre o projeto da Ferrari. 11 anos se passaram e, com a saída de Fernando Alonso da categoria se aproximando, a BBC, televisão inglesa, revela uma parte importante da história que jamais havia chegado ao público

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Já se passam 11 anos do maior escândalo de espionagem da história da F1 — mas, como em todo caso tão polêmico quanto colossal, ainda há o que se tirar de novidade. Ainda mais em semana especial, como é o caso desta, em que Fernando Alonso se despede da F1 — ele, o protagonista daquele evento de 2007.

Ao menos é o que a BBC revela. Segundo reportagem publicada no site oficial da emissora, Alonso de fato tentou chantagear a McLaren se Lewis Hamilton, seu então companheiro de equipe, rival na disputa pelo título e pivô da rivalidade que acabaria por encerrar a parceria ao final daquele ano, não fosse prejudicado no fatídico GP da Hungria de 2007.

A história é conhecida: a McLaren obteve extensas informações confidenciais do projeto da Ferrari para aquela temporada por meio de Nigel Stepney, então chefe de mecânicos da escuderia italiana. Após inocentar a McLaren em um primeiro julgamento, a FIA acabou punindo a equipe inglesa em seguida, com multa de US$ 100 milhões, a maior da história do esporte.

No chamado 'Spygate', Stepney acabou demitido pela Ferrari após 15 anos e a McLaren foi desclassificada do Mundial de Construtores, título que conquistaria se não fosse o caso e que acabou ficando com a Ferrari, de Kimi Räikkönen, campeão do mundo ao final do ano, e Felipe Massa.

Mas o que não era conhecido até esta semana era uma situação específica dentro de toda a briga entre Alonso e Hamilton, que tem detalhes do 'Spygate' como fundamentais.

A 'guerra civil' entre Alonso e Hamilton implodiu a McLaren na temporada 2007 (Foto: Reprodução)

Segundo a BBC, no dia seguinte após o dia do treino de classificação para o GP da Hungria, quando Alonso bloqueou a saída de Hamilton dos boxes e, assim, garantiu a pole – que foi retirada em seguida, quando os comissários puniram em cinco posições o espanhol pela ação contra o companheiro -, ele encontrou Ron Dennis, então chefe da equipe, e fez uma ameaça.

O ponto da revolta de Alonso era: com o sistema da classificação daquele ano, com os carros indo para o trecho final do treino com o combustível que iriam para a corrida, o GP da Hungria teria vantagem para o espanhol no revezamento que a McLaren fazia entre os pilotos para que ambos tivessem as mesmas possibilidades de vitória durante o ano, já que após a queima de combustível os carros iam para os boxes trocar os pneus para a tentativa de volta rápida.

Hamilton não cumpriu o combinado naquele sábado e Alonso achou um jeito de retaliação ainda dentro do treino: bloqueou o britânico e desencandeou o conflito.

Mas ele queria mais: Alonso ameaçou Dennis. E, em tentativa de chantagem, afirmou que a McLaren deveria fazer com que Hamilton não terminasse a corrida daquele domingo ao não completar o combustível do britãnico durante a prova. Seria o "castigo", ou "compensação" ao espanhol, pelo ocorrido um dia antes. A chantagem era clara: Alonso revelaria e-mails que provariam o caso de espionagem para a FIA.

Fernando Alonso na McLaren em 2007, 14 meses após ser anunciado (Foto: McLaren)

A McLaren quase caiu na chantagem. Dennis ligou para Martin Whitmarsh, segundo na pirâmide de chefes da equipe, e contou o que ocorria. Ambos ligaram para Max Mosley, presidente da FIA, e explicaram a situação. Este pediu para que Alonso fosse mantido como piloto na corrida, situação que a dupla de comandantes pensou em impedir.

Segundo a reportagem, Mosley já sabia dos e-mails naquele momento, e a chantagem de Alonso não teria sentido de forma interna. De qualquer forma, foi o que levou ao segundo julgamento, no qual a McLaren foi punida.

Alonso mudou de ideia, retirou a ameaça, pediu desculpas a Dennis e perdeu a corrida – no fim do ano, perdeu também o título e saiu da McLaren.

Apesar da temporada calamitosa, Alonso e Hamilton superaram as brigas e, anos depois, não só pediram desculpas como trocaram elogios. Só não se sabe se Hamilton tomou conhecimento da chantagem tentada pelo ex-companheiro.

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