Alonso revela que negociou com Mercedes e insiste: só volta à F1 em carro para ser campeão

Dias após encerrar seu ciclo no Mundial de Endurance com o título conquistado na esteira da vitória nas 24 Horas de Le Mans, Fernando Alonso ainda é perguntado sobre um eventual retorno à F1. Retorno que o próprio bicampeão não descarta. Desde que seja em um carro capaz de ajudá-lo a lutar pelo tri. O espanhol também abordou o passado recente, quando chegou a procurar Toto Wolff para ocupar a vaga deixada por Nico Rosberg na Mercedes

Voltar a lutar por vitórias e títulos no Mundial de F1 sempre foi uma obsessão para Fernando Alonso. Depois de ter conseguido encerrar a dinastia imposta por Michael Schumacher e a Ferrari no meio dos anos 2000 e ter conquistado o bicampeonato em 2005 e 2006, com a Renault, o espanhol se transferiu para a McLaren, voltou para a equipe francesa, foi contratado a peso de ouro pela Ferrari e regressou à McLaren, em um ciclo malsucedido que determinou sua saída da F1 no ano passado. Neste período, no fim de 2016, Alonso procurou Toto Wolff, chefe da Mercedes. Em negociação, a vaga deixada por Nico Rosberg depois da sua surpreendente aposentadoria, cinco dias depois de ter conquistado o título, em Abu Dhabi.
 
Wolff jamais escondeu que Alonso o procurou. Desta vez, em entrevista à revista ‘Man in Town’, foi a vez de o espanhol confirmar que chegou a negociar para ocupar o lugar de Rosberg para 2017. A vaga acabou ficando com Valtteri Bottas, que está no seu terceiro ano de contrato com a equipe pentacampeã mundial.
 
“Estive em contato com a Mercedes no passado. Em 2016, quando Nico Rosberg decidiu se aposentar, falei com Toto Wolff, mas no fim das contas nunca chegamos a um sim definitivo”, revelou o bicampeão do mundo.
Fernando Alonso ainda não fecha as portas para um eventual retorno à F1 (Foto: McLaren)

A decisão de Toto Wolff ao vetar Alonso e optar por Bottas passou muito pelo quesito harmonia nos boxes. Isso porque a Mercedes vinha de uma atmosfera tensa com a rivalidade travada nos últimos anos entre Rosberg e Lewis Hamilton. A chegada do espanhol à equipe de Brackley poderia, na visão do austríaco, tornar o ambiente ainda mais explosivo. Por isso, Fernando foi descartado e o “extremamente tranquilo” Bottas foi contratado.

 
“Ele [Alonso] pode pilotar bem, mas também tem uma personalidade explosiva, como Hamilton. Isso é muito positivo no carro, mas temos de levar em conta essa questão na combinação com Lewis. Há um nome na história de uma autêntica explosão entre dois pilotos. Nosso amigo espanhol nos deixou essas cicatrizes”, disse Wolff em 2017 em entrevista ao jornal alemão ‘Stuttgarter Zeitung’, fazendo menção à rivalidade travada por Alonso e Hamilton dez anos antes, na McLaren.
 
Dias depois de ter vencido pela segunda vez as 24 Horas de Le Mans — ao lado de Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima — e de ter conquistado o título do Mundial de Endurance ao lado dos seus companheiros de equipe na Toyota, Alonso deixa claro que não fecha as portas para um eventual retorno à F1. Mas insiste que só volta caso tenha carro para efetivamente lutar por vitórias e pelo tricampeonato.
 
“No futuro, estou aberto a propostas interessantes. Se decidir voltar à F1, vai ser somente se houver uma possibilidade real de vencer o título. Não me interessam projetos que começam do zero. Quero um carro vencedor logo de cara. Se a F1 aparecer novamente de uma maneira atraente, não tenho nenhuma dúvida: voltaria”, enfatizou.
 
Alonso também voltou a afirmar que não se arrepende das decisões que tomou na F1. “Há cinco ou seis equipes principais que têm períodos de domínio. É difícil entender qual é o correto e qual a melhor equipe para ir. Me sinto um cara de sorte, ainda que não tivesse um carro vencedor. Estive duas vezes muito perto do título mundial, isso é fato, mas já tinha sido campeão. Não me arrependo nesse sentido porque fiz o que senti que teria de ser feito”, disse.
 
Após encerrar seu primeiro ciclo no Mundial de Endurance, com a promessa de voltar na era dos hipercarros, Alonso é sempre perguntado sobre seu futuro nas pistas. Um futuro que o espanhol não revela. E embora entenda que não esteja mais no auge, o piloto deixa claro que sua carreira no automobilismo está bem longe do fim.
 
“Como em todos os esportes, não há prazo de validade, mas você sente que seu corpo responde melhor entre os 25 e 30 anos, e esses foram os anos em que me senti fisicamente mais forte. A experiência que você adquire com o passar do tempo também tem a sua importância”, finalizou.

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