Alonso se junta a Lauda, Schumacher e Piquet em lista de campeões que se ausentaram de GPs de F1

Fora do GP da Austrália por recomendação médica, Fernando Alonso pela primeira vez se ausentará de um GP no qual sua participação era esperada desde que estreou no Mundial. A lista de campeões que também tiveram que ficar fora inclui os grandes Niki Lauda, Nelson Piquet e Michael Schumacher

O acidente com a McLaren nos testes da pré-temporada neste ano não é mais sério da vida de Fernando Alonso no Mundial — a forte batida no Café em Interlagos em 2003 ainda leva o primeiro lugar —, mas certamente é o de maiores consequências para o espanhol.

Pela primeira vez na carreira, Alonso vai ficar fora de uma corrida na F1. O estranho impacto com o muro interno da curva 3 no dia 22 de fevereiro ainda gera dúvidas, assim como o real estado de saúde do bicampeão. A princípio, a McLaren negou que o piloto tivesse sofrido lesões, mas agora, ao confirmar a ausência do asturiano no GP da Austrália, voltou atrás e disse que Alonso teve uma concussão e que, por recomendação dos médicos para minimizar o risco de novas lesões, Fernando será poupado na prova de abertura de 2015, em Melbourne, no próximo dia 15.

A McLaren recolhe o carro batido de Alonso. O espanhol está fora do GP da Austrália (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Na história da F1, outros nomes do porte de Alonso também já tiveram de desfalcar suas equipes em função de acidentes. Talvez o episódio mais impressionante da lista seja o de Niki Lauda, no famoso acidente ocorrido em 1976 durante a etapa de Nürburgring. Ao ficar preso dentro do carro tomado pelo fogo, o austríaco então defendendo a Ferrari teve queimaduras graves e ficou meses internado, perdendo duas provas daquela temporada.

Sim, Lauda voltou para o 13º GP daquele ano, na Itália, e ainda disputou o título com James Hunt até a última corrida.

Outro nome de peso que também teve de se ausentar das pistas por conta de acidente foi o heptacampeão Michael Schumacher. Na etapa da Inglaterra, em Silverstone, em 1999, o então piloto da Ferrari escapou na Stowe e fraturou a perna direita. Naquele ano, Schumacher ficou de fora de seis corridas e retornou apenas em Sepang, na Malásia, no penúltimo GP do campeonato. Nessa prova, cedeu a vitória ao colega Eddie Irvine, que disputava o título com Mika Häkkinen, mas o finlandês da McLaren levou a melhor mesmo assim e faturou o bi no Japão.

Nigel Mansell também integra a lista. O ‘Leão’ Mansell já teve de se ausentar de corridas. Em 1988, defendendo a Williams, o inglês contraiu catapora e se viu forçado a ficar de fora das corridas da Bélgica e da Itália. Na primeira, foi substituído pelo compatriota Martin Brundle, que terminou em sétimo.

Até hoje, Niki Lauda carrega as marcas do acidente na Alemanha em 1976 (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Na Itália, com o reserva indisponível, a Williams chamou o francês Jean-Louis Schlesser, que acabou sendo responsável por evitar que a McLaren vencesse todas as corridas daquele campeonato. No penúltimo giro, o líder Ayrton Senna o alcançou e se preparava para dar mais uma volta no lento gaulês. O brasileiro se afobou, o francês se atrapalhou, e o resultado foi que eles se chocaram. Senna rodou e abandonou, abrindo caminho para a dobradinha da Ferrari com austríaco Gerhard Berger e o italiano Michele Alboreto. Aos 40 anos, Schlesser se transformou assim em personagem marcante de sua única corrida na F1.

Histórico rival de Mansell, Nelson Piquet também deixou de correr por batidas. Na classificação de sexta-feira para o GP de San Marino de 1987, um pneu estourou na Williams de Nelson Piquet na curva Tamburello, de altíssima velocidade. O brasileiro foi impedido de continuar na pista naquele fim de semana pelo médico Sid Watkins, voltando a competir somente na corrida seguinte, na Bélgica.
 
A batida teve sérias consequências para Piquet, que depois revelou ter pedido a noção de profundidade e que por isso, dentre outras coisas, tinha dificuldade para andar puxando a fila. Mesmo assim, ele seguiu competindo e conquistou no fim daquele ano o tricampeonato mundial.

Também é possível colocar nessa conta o acidente forte de Felipe Massa durante o treino classificatório do GP da Hungria de 2009, quando uma mola do carro de Rubens Barrichello escapou e atingiu a cabeça do brasileiro da Ferrari. Massa ficou uma semana internado em Budapeste e perdeu o restante daquele campeonato.

Felipe Massa sofreu o pior acidente de sua vida na F1 na Hungria em 2009 (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
Dois anos antes, outro piloto também precisou se ausentar de uma prova devido a uma forte batida. Robert Kubica, então na BMW, escapou depois de uma tentativa de ultrapassagem e bateu com violência na parte interna do muro da curva que leva para a reta antes do hairpin em Montreal. A cena foi assustadora, com o carro capotando e se despedaçando. O polonês saiu do hospital um dia depois, apenas com uma leve lesão no tornozelo. Mas perdeu a corrida seguinte, em Indianápolis, promovendo a estreia de Sebastian Vettel na F1.

Mais recentemente, Kimi Räikkönen também ficou de fora das duas corridas finais da temporada 2013 da F1, enquanto ainda era piloto da Lotus. O finlandês, que havia acabado de assinar com a Ferrari para o ano seguinte, foi submetido a uma cirurgia nas costas e perdeu das duas últimas etapas, em Austin e em Interlagos, naquele ano.

UM NOVO DOMÍNIO VEM AÍ

Todos esperavam que a Mercedes se mostrasse rápida nos testes coletivos da pré-temporada, e talvez o time esteja mais rápido do que se acreditava. Quanto mais rápido, só mesmo esperando duas semanas até o GP da Austrália, em Melbourne, quando terá início a grande batalha: ‘Lewis vs. Nico — parte 2’. A F1 pode se preparar para mais um ano de domínio das Flechas Prateadas. A Mercedes tem tudo para vencer a maior parte das corridas com sobras e faturar, assim, os campeonatos de Pilotos e Construtores.

COMO CADA UM CHEGA

A pré-temporada da F1 terminou. Foram 12 dias de pista em que as equipes se concentraram em diferentes programas para avaliar os carros com os quais vão disputar a temporada 2015. Agora, restam poucos dias para que tudo seja preparado na fábrica e despachado para Melbourne, na Austrália. O GRANDE PRÊMIO traz um análise equipe por equipe, com as escuderias ordenadas pela quilometragem percorrida, do trabalho realizado na pré-temporada.

DESCAMUFLADO

A pintura camuflada que teve como inspiração um capacete usado por Sebastian Vettel no GP da Itália de 2014 e foi usada nos testes agradou bastante, mas já é coisa do passado. Um dia depois do encerramento da pré-temporada, a Red Bull apresentou as cores que o RB11 carregará ao longo da temporada 2015 do Mundial de F1 — e sem grandes surpresas. O azul e o roxo que predominaram nas últimas temporadas novamente serão as cores oficiais da marca de bebidas energéticos no Mundial.

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