AlphaTauri diz que novatos subestimam exigência física da F1 após “jardim de infância”

O ano de transição das categorias inferiores para a Fórmula 1 não é uma tarefa simples aos jovens pilotos. O processo requer muita determinação, disciplina e um maior trabalho na preparação física, pois a cada ano a potência dos carros aumenta. Com vasta experiência no trabalho com os mais novos, o chefe da AlphaTauri, Franz Tost, destacou que é comum os estreantes subestimarem a exigência física quando chegam à F1 e citou como exemplo o ano de estreia de Yuki Tsunoda, que passou por dificuldades de adaptação.

Ao longo da sua trajetória nas categorias de acesso, Tsunoda foi apontado como uma das grandes promessas do automobilismo, principalmente depois de ficar em terceiro lugar no único ano de Fórmula 2. Com o desempenho, o japonês, que fez parte da academia da Red Bull, foi alçado ao posto de piloto titular da AlphaTauri no ano passado.

A impressão inicial foi positiva com o nono lugar no GP do Bahrein, primeira etapa de 2021. Entretanto, o desempenho caiu nas etapas anteriores, e o piloto de 21 anos foi amplamente superado pelo companheiro com experiência de quatro temporadas completas, Pierre Gasly, que somou 78 pontos a mais e subiu ao pódio no GP do Azerbaijão.

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Questionado sobre o que esperar do piloto para a próxima temporada, o chefe da AlphaTauri abrangeu mais o tema, utilizou a experiência no trabalho com jovens e trouxe à tona a exigência física que a F1 promove aos estreantes. “Não conheço nenhum piloto que tenha vindo para a Fórmula 1 sem problemas físicos. É um treino especial”, começou Tost, em entrevista coletiva durante os testes de pré-temporada em Barcelona.

“Eu sempre digo a eles quando vêm para a Fórmula 1: agora seu verdadeiro trabalho duro vai começar. Tudo o que você fazia antes era no jardim de infância, agora você tem que começar a trabalhar, ser disciplinado”, completou.

Tost revelou que os pilotos estreantes subestimam o quão difícil fisicamente é pilotar o carro. “Isso acontece com todos os jovens pilotos que competem pela primeira vez. Porque é algo de outra dimensão”, afirmou.

O austríaco também ressaltou que é importante lembrar que o número de testes realizados durante o ano é infinitamente menor em comparação com as últimas décadas. Isso contribui para uma maior dificuldade na adaptação. “Era mais fácil há dez,15 anos atrás, porque tinha muito mais testes antes. Hoje, os pilotos têm de ir mais à academia, têm de fazer muito treinamento físico”, avaliou.

Por isso, segundo Tost, Tsunoda não foi e não será o único piloto a ter problemas no ano de estreia, pois os carros de F1 são os mais rápidos do mundo. “Não é apenas Yuki que teve problemas no início na Fórmula 1. Todas as forças que vêm da frenagem, das curvas, são muito, muito altas”, destacou.

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Sendo assim, o ideal é que o jovem piloto esteja determinado a seguir trabalhando durante as férias. E esse cuidado com a preparação física foi feito pelo japonês, que apresentou um ritmo nos testes de pré-temporada em Barcelona e deixou o chefe de equipe impressionado com o desempenho. “Yuki melhorou muito durante a última temporada. Ele treinou muito durante as férias. Então, no quesito físico, ele está em um nível muito mais alto do que no ano passado”, ratificou.

No primeiro dia de testes, Tsunoda foi o responsável por pilotar o novo carro da equipe italiana para a temporada 2022. O japonês apresentou uma performance constante no Circuito de Montmeló e somou 121 voltas na última quarta-feira.

Por causa do acidente causado por Gasly na manhã do último dia de testes em Barcelona, o japonês não conseguiu voltar à pista. Porém, o piloto terá mais uma oportunidade para se adaptar ao novo carro da AlphaTauri na semana que vem. Entre os dias 10 e 12 de março, o Bahrein recebe a segunda sessão de testes de pré-temporada da F1. É também no Circuito de Sakhir que a temporada 2022 tem início, no dia 20 de março.

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