Após investigar pressão baixa de pneu, FIA decide não aplicar punição e mantém vitória de Hamilton na Itália

Os comissários toleraram a manobra da Mercedes em largar com os dois carros com os pneus abaixo do limite recomendado pela Pirelli quanto à pressão de ar. A equipe não foi punida com a desclassificação do GP da Itália, e Lewis Hamilton mantém a vitória

A Mercedes escapou de ser punida pelos comissários do GP da Itália neste domingo (6). Apesar de a equipe alemã ter violado as recomendações de segurança da Pirelli quanto à pressão dos pneus, a FIA entendeu que não deveria aplicar uma punição a Lewis Hamilton, que manteve a vitória de ponta a ponta.

Segundo as orientações da Pirelli, as equipes deveriam andar acima dos 19,5 psi no início da corrida. No entanto, a investigação da FIA mostrou que o pneu esquerdo traseiro de Hamilton estava 0s3 psi abaixo do indicado. No caso de Rosberg, a pressão estava 1,1 psi fora do especificado. 

Lewis Hamilton manteve a vitória em Monza (Foto: AP)

A Mercedes tentou trabalhar rápido assim que foi notificada durante a corrida. A equipe prateada soube do problema às 15h04, 10h04 (de Brasília), e, imediatamente, os engenheiros reagiram e pediram ao inglês para aumentar o ritmo, com a clara intenção de fechar a corrida com um tempo acima de 25s para o segundo colocado, imaginando que seria esta uma eventual punição. Tal tática deu certo, e Hamilton cruzou a linha de chegada 25s042 à frente do ferrarista.

De início, Paddy Lowe, diretor da Mercedes, deu de ombros para o caso. "Não entendi por que estamos sendo investigados, mas vamos explicar para os comissários. Tudo o que sei é que a pressão estava de acordo com o que engenheiro da Pirelli nos passou. Estamos completamente no escuro em relação a isso", declarou. Posteriormente, admitiu que uma eventual punição resultaria não em um acréscimo de tempo, mas na exclusão de seus pilotos da corrida.

Lowe confirmou que foi um delegado da FIA com a supervisão da Pirelli quem mediu a pressão dos pneus. O britânico ainda esteve reunido com os comissários e apresentou a defesa da equipe alemã. Ao sair da sala da FIA em Monza, o engenheiro inglês afirmou que o time agiu de forma "completamente normal".

"Nós explicamos tudo o que fizemos, nós agimos de maneira completamente normal", afirmou Lowe à Sky Sports inglesa. "Os números foram diferentes hoje, mas o processo foi o mesmo que temos usado por vários anos. O ponto chave é que a Pirelli estava feliz com esse processo e nós estamos trabalhando muito próximos do nosso engenheiro da Pirelli", explicou.

A opinião de Lowe foi compartilhada por todos os engenheiros das demais equipes, sobretudo Pat Symonds, da Williams. "É uma infração muito grave", apontou.

Hamilton foi pego de surpresa na coletiva de imprensa ao saber da investigação: "Não tenho conhecimento disso", falou. "Por algum motivo, meu carro estava com 0.3 libras a menos, mas isso não teve nenhuma influência no resultado. Não ganhamos por conta disso. Não estou preocupado", completou. 

No entanto, a FIA surpreendeu ao não dar punição alguma. Assim, Hamilton abre larga vantagem no Mundial de Pilotos, colocando 53 pontos de vantagem para Rosberg.

O comunicado completo da FIA após a investigação na Mercedes:

"Depois de ouvir o delegado-técnico, os representantes da equipe e o engenheiro da Pirelli, os comissários determinaram que a pressão dos pneus nos carros em questão estavam dentro da recomendação mínima feita pela Pirelli. 

 
Os comissários observaram que os cobertores de aquecimento dos pneus foram desligados de sua fonte de energia, que é um procedimento normal, e os pneus estavam significativamente abaixo da temperatura máxima permitida no momento da medição da FIA no grid, e as temperaturas estavam significativamente diferentes de outros carros medidos no grid.

Além disso, os comissários ficaram satisfeitos em ver que a equipe seguiu o procedimento atualmente especificado, supervisionado pelo fabricante de pneus, para o funcionamento seguro dos compostos. Por isso, os comissários decidiram não tomar nenhuma ação adicional.

No entanto, os comissários recomendam que a fabricante de pneu e a FIA se reúnam para fornecer recomendações claras para as equipes sobre os protocolos de medição."

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