Teve de um tudo na sexta-feira (26) de treinos livres no Azerbaijão. Tampa de bueiro solta, colisão de veículo de resgaste, belíssimas fritadas de pneus, escapadelas pelas ruas de Baku, quase acidentes, bandeiras vermelhas e poucas conclusões a tirar. Como se esperava, a Ferrari comandou a tabela, impulsionada pelo denso pacote de atualizações que decidiu antecipar o uso, uma vez que vem amargando derrotas para a principal rival neste início de temporada. As novidades priorizam a melhor eficiência aerodinâmica – a SF90 ganhou desenhos agressivos das aletas laterais, além de uma asa traseira mais robusta –, justificando a boa performance no primeiro dia da etapa azeri da
Fórmula 1. Charles Leclerc surgiu veloz imediatamente e não deu chances, liderando o treino que foi para valer mesmo –
o jovem comandara a frustrada primeira sessão, mas apenas ele e Sebastian Vettel foram capazes de registrar tempo naqueles dez minutos de bandeira verde. Mais tarde,
Leclerc liderou com uma grande margem não só para o companheiro alemão, mas também para as Mercedes.
O #16 fechou o dia com 1min42s872, marca obtida no momento em que ensaiava ritmo de classificação. O ferrarista tirou tudo da SF90 com os pneus vermelhos – os macios C4. Charles talvez tenha sido o único a andar sem medo pelas ruas de Baku. Não protagonizou nenhum erro grave e nem fritou pneus, exibindo enorme adaptação ao difícil e sujo traçado, lembrando muito o desempenho fácil e arrebatador que teve na F2 há duas temporadas. Aliás, a habilidade apresentada por Charles é um sinal claro de que o pit-wall da Ferrari terá trabalho neste fim de semana – de novo.
Em velocidade pura, Leclerc está um passo à frente. Venceu Vettel por 0s324 e Lewis Hamilton por 0s669. É claro que essa vantagem não será vista na classificação de amanhã e nem na corrida de domingo, mas chama atenção, repito, a destreza que Charles exige neste circuito.
Sebastian Vettel terá de lidar com um melhor Leclerc de novo (Foto: Ferrari)
A classificação deve se apresentar mais apertada, como de costume. Apesar da excelência aerodinâmica dos italianos, a Mercedes tem lá sua arma secreta no momento do Q3, e Hamilton pareceu se esforçar ainda mais para entender as deficiências em desempenho de classificação. Baku não é o forte dos prateados, é verdade. O terceiro setor (a grande reta) tem sido um pesadelo frente ao que consegue a Ferrari neste ano. Ou até a Red Bull. Então, há trabalho como disse o pentacampeão.
Só que a corrida tende a revelar uma história diferente – sem contar o acaso, os ventos fortes que sopram em Baku e os tantos incidentes que o fim de semana promete em um traçado tão pouco emborrachado. Ainda assim, do ponto de vista dos números, a balança passa a ficar mais equilibrada.
Tanto Ferrari quanto Mercedes dedicaram o dia ao trabalho com os pneus médios (amarelos) e os macios (vermelhos). Então, o #44 aparece com leve vantagem. Ao simular o ritmo de corrida, o inglês optou pelos compostos C3 médios e, em cima deles, teve um rendimento consistente, variando voltas em 1min46s9, 1min46s6, 1min47s2. Vettel seguiu o mesmo padrão e andou com os amarelos na casa de 1min47s7, sem nunca chegar a 1min46s. O mesmo valeu para Leclerc – o jovem, inclusive, foi à pista como os dois compostos, mas teve voltas irregulares. Apenas Valtteri Bottas optou por testar os pneus duros. O finlandês completou 19 voltas, deixando evidente que a esquadra alemã pensa em estratégias alternativas para a corrida.
A Red Bull, por outro lado, preferiu calçar Max Verstappen com os vermelhos C4. O holandês não pode andar abaixo de 1min47s4. E acrescento aqui que o #33 se colocou entre os carros da Mercedes na tabela de tempos.
Ou seja, o cenário azeri mostra uma Ferrari mais veloz em uma única volta rápida, mas ligeiramente mais lenta em distância de corrida. A equipe austríaca corre por fora, mais uma vez, e depende da ousadia e da insolência de Verstappen para entrar na briga. Mas com tudo que está acontecendo não é difícil imaginar que Max, de fato, esteja mesmo na disputa. O jovem também conta com uma atualização do motor a combustão interna da Honda – a fabricante optou pelo novo elemento como forma de precaução, mas também pensando em um salto de performance no rápido e longo circuito azeri.
Max Verstappen está apenas à espreita, mas deve incomodar (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
E a decisão se tornou ainda mais importante para a Toro Rosso. Surpresa do dia, a equipe conseguiu colocar Daniil Kvyat na sexta posição, com Alex Albon em oitavo. A dupla se viu separada por Carlos Sainz. A McLaren novamente aparece bem depois de um GP da China decepcionante. Falando nisso, o destaque negativo foi a Renault no fundo da tabela.
A Williams, coitada, segue seu calvário e nem o universo parece ajudá-la.
A terceira sessão de treinos livres acontece neste sábado, a partir das 7h (de Brasília), enquanto a definição do grid está marcada para as 10h. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.
#GALERIA(9733)
Confira a programação do fim de semana do GP do Azerbaijão de F1
Horários de Brasília, GMT -3
SESSÃO |
DIA |
DATA |
HORA |
TL1 |
Sexta |
26/4 |
6h |
TL2 |
Sexta |
26/4 |
10h |
TL3 |
Sábado |
27/4 |
7h |
TC |
Sábado |
27/4 |
10h |
GP |
Domingo |
28/4 |
9h10 |
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