Azerbaijão começa inconclusivo por tantos problemas, mas uma certeza: Leclerc vai dar dor de cabeça

A sexta-feira (26) em Baku, palco da quarta etapa da temporada 2019, foi tão atípica quanto inconclusiva, apesar da forte performance da Ferrari, em especial de Charles Leclerc. Mesmo com tamanha diferença para a Mercedes, ainda não dá para cravar o favoritismo vermelho absoluto. Foram muitos problemas ao longo do dia, mas o monegasco deve, de novo, causar ‘problemas’ no pit-wall ferrarista

Teve de um tudo na sexta-feira (26) de treinos livres no Azerbaijão. Tampa de bueiro solta, colisão de veículo de resgaste, belíssimas fritadas de pneus, escapadelas pelas ruas de Baku, quase acidentes, bandeiras vermelhas e poucas conclusões a tirar. Como se esperava, a Ferrari comandou a tabela, impulsionada pelo denso pacote de atualizações que decidiu antecipar o uso, uma vez que vem amargando derrotas para a principal rival neste início de temporada. As novidades priorizam a melhor eficiência aerodinâmica – a SF90 ganhou desenhos agressivos das aletas laterais, além de uma asa traseira mais robusta –, justificando a boa performance no primeiro dia da etapa azeri da Fórmula 1. Charles Leclerc surgiu veloz imediatamente e não deu chances, liderando o treino que foi para valer mesmo – o jovem comandara a frustrada primeira sessão, mas apenas ele e Sebastian Vettel foram capazes de registrar tempo naqueles dez minutos de bandeira verde. Mais tarde, Leclerc liderou com uma grande margem não só para o companheiro alemão, mas também para as Mercedes.
 
O #16 fechou o dia com 1min42s872, marca obtida no momento em que ensaiava ritmo de classificação. O ferrarista tirou tudo da SF90 com os pneus vermelhos – os macios C4. Charles talvez tenha sido o único a andar sem medo pelas ruas de Baku. Não protagonizou nenhum erro grave e nem fritou pneus, exibindo enorme adaptação ao difícil e sujo traçado, lembrando muito o desempenho fácil e arrebatador que teve na F2 há duas temporadas. Aliás, a habilidade apresentada por Charles é um sinal claro de que o pit-wall da Ferrari terá trabalho neste fim de semana – de novo. 
 
Em velocidade pura, Leclerc está um passo à frente. Venceu Vettel por 0s324 e Lewis Hamilton por 0s669. É claro que essa vantagem não será vista na classificação de amanhã e nem na corrida de domingo, mas chama atenção, repito, a destreza que Charles exige neste circuito.
Sebastian Vettel terá de lidar com um melhor Leclerc de novo (Foto: Ferrari)

A classificação deve se apresentar mais apertada, como de costume. Apesar da excelência aerodinâmica dos italianos, a Mercedes tem lá sua arma secreta no momento do Q3, e Hamilton pareceu se esforçar ainda mais para entender as deficiências em desempenho de classificação. Baku não é o forte dos prateados, é verdade. O terceiro setor (a grande reta) tem sido um pesadelo frente ao que consegue a Ferrari neste ano. Ou até a Red Bull. Então, há trabalho como disse o pentacampeão.

 
Só que a corrida tende a revelar uma história diferente – sem contar o acaso, os ventos fortes que sopram em Baku e os tantos incidentes que o fim de semana promete em um traçado tão pouco emborrachado. Ainda assim, do ponto de vista dos números, a balança passa a ficar mais equilibrada.

Tanto Ferrari quanto Mercedes dedicaram o dia ao trabalho com os pneus médios (amarelos) e os macios (vermelhos). Então, o #44 aparece com leve vantagem. Ao simular o ritmo de corrida, o inglês optou pelos compostos C3 médios e, em cima deles, teve um rendimento consistente, variando voltas em 1min46s9, 1min46s6, 1min47s2. Vettel seguiu o mesmo padrão e andou com os amarelos na casa de 1min47s7, sem nunca chegar a 1min46s. O mesmo valeu para Leclerc – o jovem, inclusive, foi à pista como os dois compostos, mas teve voltas irregulares. Apenas Valtteri Bottas optou por testar os pneus duros. O finlandês completou 19 voltas, deixando evidente que a esquadra alemã pensa em estratégias alternativas para a corrida. 

A Red Bull, por outro lado, preferiu calçar Max Verstappen com os vermelhos C4. O holandês não pode andar abaixo de 1min47s4. E acrescento aqui que o #33 se colocou entre os carros da Mercedes na tabela de tempos.

 
Ou seja, o cenário azeri mostra uma Ferrari mais veloz em uma única volta rápida, mas ligeiramente mais lenta em distância de corrida. A equipe austríaca corre por fora, mais uma vez, e depende da ousadia e da insolência de Verstappen para entrar na briga. Mas com tudo que está acontecendo não é difícil imaginar que Max, de fato, esteja mesmo na disputa. O jovem também conta com uma atualização do motor a combustão interna da Honda – a fabricante optou pelo novo elemento como forma de precaução, mas também pensando em um salto de performance no rápido e longo circuito azeri. 

Max Verstappen está apenas à espreita, mas deve incomodar (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
E a decisão se tornou ainda mais importante para a Toro Rosso. Surpresa do dia, a equipe conseguiu colocar Daniil Kvyat na sexta posição, com Alex Albon em oitavo. A dupla se viu separada por Carlos Sainz. A McLaren novamente aparece bem depois de um GP da China decepcionante. Falando nisso, o destaque negativo foi a Renault no fundo da tabela.
 
A Williams, coitada, segue seu calvário e nem o universo parece ajudá-la.

A terceira sessão de treinos livres acontece neste sábado, a partir das 7h (de Brasília), enquanto a definição do grid está marcada para as 10h.  O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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Confira a programação do fim de semana do GP do Azerbaijão de F1
Horários de Brasília, GMT -3
SESSÃO DIA DATA HORA
TL1 Sexta 26/4 6h
TL2 Sexta 26/4 10h
TL3 Sábado 27/4 7h
TC Sábado 27/4 10h
GP Domingo 28/4 9h10

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