Barrichello ressalta “relação muito boa” com Schumacher e Massa lembra: “Somos como irmãos”

O diário italiano ‘La Gazzetta dello Sport’ publicou depoimentos dos três pilotos que foram companheiros de equipe de Michael Schumacher na Ferrari: o irlandês Eddie Irvine e os brasileiros Rubens Barrichello e Felipe Massa. Em meio às recordações dos tempos em correram juntos, os pilotos reforçaram os desejos para a melhora do heptacampeão

Michael Schumacher chegou à Ferrari ao fim de 1995 e, desde então, revolucionou a história da equipe de Maranello e da própria F1 como um todo. Pela escuderia italiana, o alemão teve três companheiros de equipe: Eddie Irvine, entre 1996 e 1999, Rubens Barrichello, entre 2000 e 2005 e, no último ano da sua passagem pelo time, dividiu os boxes com outro brasileiro, Felipe Massa.
 
Cada um deles vivenciou momentos distintos da fase da Ferrari e do próprio Schumacher. Irvine foi testemunha próxima da equipe que Michael construiu em torno de si em um processo que durou quatro temporadas. A partir de 2000, com a chegada de Barrichello, o alemão iniciou uma dinastia que marcou época na F1 com a conquista de cinco títulos em sequência. 
 
Massa, promovido a titular no lugar de Barrichello em 2006, acompanhou a fase final da carreira de Schumacher na Ferrari e testemunhou a generosidade do heptacampeão, que preferiu se aposentar para proporcionar a permanência de Felipe como titular no ano seguinte, uma vez que a escuderia havia contratado Kimi Räikkönen. 
 
Os três companheiros de Schumacher na Ferrari deram depoimentos ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’ na esteira das muitas homenagens ao aniversário de 50 anos do piloto alemão, completados na última quinta-feira (3). Os pilotos reforçaram os desejos pela melhora de Schumacher, que desde 29 de dezembro de 2013 luta pela vida depois do grave acidente sofrido na estação de esqui de Méribel, nos Alpes Franceses.
Schumacher e Barrichello foram companheiros de equipe entre 2000 e 2005 (Foto: Ferrari)

Com Barrichello, Schumacher viveu alguns dos momentos mais polêmicos da sua laureada carreira, como a emblemática chegada do GP da Áustria de 2002. Mas Rubens, hoje um dos principais pilotos da Stock Car, destacou os momentos bons vividos dentro e fora das pistas ao lado de Michael.

 
“Michael foi importante para mim. Quando fechei pela Ferrari, sabia que teria de medir forças como um dos melhores pilotos do mundo e, mesmo com momentos em que não estávamos de acordo, ele reconheceu minha importância ao decidir pelo acerto do carro. Nossa relação foi muito boa”, recordou.
 
“Lembro que um dia, na Disney de Orlando, ele com Corinna e eu com minha esposa, Silvana, em um bar em que um menino tocava piano, e se podia pedir uma música e cantar. Nos divertimos muito com uma taça de vinho na mão. Às vezes, ele me dizia: ‘Rubens, você está ficando muito rápido’. Estou orgulhoso do que criamos juntos na Ferrari”, disse.
 
“Li muitas coisas sobre ele, às vezes liguei para saber como ele estava. É um louco talento natural. Gosto muito dele e desejo o melhor”, complementou Barrichello.
Felipe Massa, Michael Schumacher e a grande amizade nos tempos de Ferrari (Foto: Mark Thompson/Getty Images)

Massa reforçou o carinho que tem com Schumacher, a quem o considera como um irmão mais velho, e relembrou o gesto do alemão ao se aposentar para mantê-lo como titular da Ferrari em 2007.

 
“Ele me ajudou muito, mesmo quando decidiu se aposentar ao fim de 2006. Para a temporada seguinte, a Ferrari havia fechado com Kimi Räikkönen. Se ele não tivesse se aposentado, não haveria espaço. Claro, ele fez pensando nele, mas, ao mesmo tempo, sei que ele aconselhou a Ferrari a seguir comigo e me disse que foi feliz porque eu estava no seu lugar. ‘É um bom piloto e uma boa pessoa, está fazendo um grande trabalho’, me disse. E nunca vou esquecer disso. Sempre me disse que somos como irmãos, por isso seria incrível tê-lo aqui conosco nas corridas, de alguma forma, para nos ajudar com alguns conselhos. A situação não é fácil para ele agora, mas desejo tudo do melhor. Feliz aniversário”, escreveu.
 
Irvine, o primeiro companheiro de Schumacher na Ferrari, recordou sua capacidade ímpar como piloto, lamentou pelo estado de saúde do ex-colega e sonha em um dia poder abraçá-lo novamente.
Eddie Irvine também tem grandes recordações de Schumacher (Foto: Reprodução/Twitter)

“O que sempre admirei em Michael, competindo com ele na Ferrari, foi sua incrível disposição para trabalhar duro e sua velocidade inalcançável, derivada do talento natural, bem como a capacidade perfeita de abordar qualquer curva. Tais características, junto com a consistência das suas atuações, sempre permitiram à equipe detectar os problemas com o carro, mesmo quando os resultados não foram alcançados”, disse.

 
“Hoje é triste saber que, por um incidente, ele não pode viver uma vida normal como todos nós, seus companheiros de equipe. Às vezes penso que um dia gostaria de poder abraçá-lo novamente”, concluiu o irlandês.
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