Batida de Gasly, retrovisor perdido e três voltas atrás do vencedor: como Kubica voltou à F1 após oito anos

Robert Kubica fez sua primeira corrida na F1 em mais de oito anos na tarde deste domingo (17) em Melbourne. O GP da Austrália foi cheio de percalços para o polonês de 34 anos desde o começo. Mas ainda que tenha levado volta até do seu companheiro de equipe, Kubica cumpriu com sua primeira missão e viu a bandeira quadriculada

14 de novembro de 2010. Robert Kubica fazia a última corrida daquela temporada e alinhava sua Renault na 11ª posição no grid de largada do GP de Abu Dhabi. Na esteira de uma boa corrida, o polonês cruzou a linha de chegada em quinto e viu Sebastian Vettel conquistar o título mundial.
 
Mais de oito anos depois, neste 17 de março, o piloto voltou ao grid do Mundial de F1 como titular. Em todo este período, Kubica sofreu um acidente que quase lhe tirou a vida, no Rali Ronde di Andora, em fevereiro de 2011, e teve de provar a si mesmo e ao mundo que o sonho de estar na principal categoria do esporte a motor ainda estava lá. 
 
Depois de longos anos de trabalho para se recuperar das lesões dos membros superiores, gravemente afetados no acidente, Robert deu a volta por cima, acelerou em etapas do Mundial de Rali e, pouco a pouco, se mostrou pronto para dar o próximo passo. Depois de testar pela Renault e ficar muito perto de voltar à F1 pela Williams em 2018 — a equipe acabou optando por Sergey Sirotkin para preencher a última vaga —, o polonês finalmente regressou ao grid neste domingo na Austrália.
Robert Kubica fez sua primeira corrida na F1 em mais de oito anos neste domingo (Foto: Williams)

O retorno, como o próprio piloto esperava, não foi nada fácil. Fruto, principalmente, das graves deficiências de uma Williams que chegou a andar 5s mais lento que a Mercedes nos treinos livres na Austrália. Kubica, que acabou perdendo a disputa interna com o prodígio britânico George Russell, fechou o grid de largada no circuito Albert Park.

 
A corrida, desde o início, foi bastante complicada para o polonês, que enfrentou uma série de problemas. Contudo, Kubica conseguiu cumprir com seu primeiro objetivo ao superar as desconfianças sobre sua capacidade de chegar ao fim da corrida por conta das lesões sofridas no grave acidente sofrido em 2011.
 
“Definitivamente, não foi uma corrida fácil, sabíamos disso antes da largada. Optamos por largar com o pneu duro para ganhar experiência, mas consegui uma boa largada com esses pneus”, comentou o dono do carro #88 da Williams em entrevista coletiva após a prova.
 
“Estava do lado de dentro da curva e, na saída da curva 1, uma das Red Bull [Pierre Gasly] se movimentou para a direita para evitar outro toque e nos tocamos, o que causou danos à minha asa dianteira, então tive de entrar nos boxes”, lembrou.
 
“Além disso, na terceira volta, perdi um dos meus retrovisores, então as bandeiras azuis não foram fáceis. Não estava na melhor forma com esses danos”, acrescentou Kubica, que completou 55 voltas, três a menos em relação a Valtteri Bottas, o vencedor do GP da Austrália, e uma atrás do seu novo companheiro de equipe.
 
Mesmo depois de uma jornada tão complicada, Kubica procurou enxergar além para deixar claro que não teve um domingo de todo ruim em Melbourne. “Nunca digo algo assim, mas, embora tenha sido muito difícil, acho que houve alguns pontos positivos. Quero agradecer novamente a todos da equipe”, finalizou.
 
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