Bolsonaro recua e fala em GP do Brasil no Rio em 2021. Chefão da F1 nega acordo

Após reunião entre a Presidência do Brasil e o Liberty Media, empresa que comanda a Fórmula 1, realizada nesta segunda-feira (24), Jair Bolsonaro afirmou em coletiva de imprensa que o Rio de Janeiro será palco do GP do Brasil a partir de 2021, recuando do que havia afirmado anteriormente, que a corrida mudaria de local já no ano que vem. Carey, porém, negou que qualquer acordo tenha sido fechado para que a prova deixe Interlagos, que segue com contrato

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se envolver na negociação para o futuro do GP do Brasil de Fórmula 1. Nesta segunda-feira (24), ele se reuniu com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e com o diretor-executivo da F1, Chase Carey, em Brasília. Ao fim do encontro, garantiu para a imprensa que a corrida "tem 99% de chance" de voltar para o Rio de Janeiro a partir de 2021. Mas há um problema, além da falta de autódromo: Carey foi na direção contrária e afirmou que não há acordo.

Inicialmente, em maio, Bolsonaro, Witzel e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, se juntaram num evento de assinatura do termo de compromisso para que a corrida fosse ao Rio de Janeiro já em 2020. Havia, entretanto, o contrato vigente entre a F1 e Interlagos, que ainda engloba a edição 2020 do GP do Brasil. São Paulo respondeu com negociações para manter a corrida onde está ininterruptamente desde 1990.

De acordo com Bolsonaro, enquanto voltava a anunciar a saída da F1 de São Paulo para um autódromo ainda inexistente, "ninguém está tirando a Fórmula 1 de São Paulo. Ela está permanecendo no Brasil". A declaração assertiva do presidente, porém, não encontrou refúgio na resposta de Carey. O diretor-executivo afirmou ali mesmo que as negociações com São Paulo seguem e que ainda não existe um acordo fechado com o Rio de Janeiro.

Bolsonaro recua em promessa

A promessa original era de que a etapa brasileira mudaria de cidade já no ano que vem, ainda que São Paulo tenha contrato firmado. No termo de compromisso assinado no mês passado, juntos, Bolsonaro, Witzel e Crivella apontaram negociações “bastante avançadas” para tirar a corrida de Interlagos e levar ao autódromo de Deodoro – ainda a ser construído – já em 2020.
 
"Após o resultado das eleições do ano passado, a direção da Fórmula 1 resolveu manter a possibilidade de termos provas no Brasil", disse Bolsonaro. "Em São Paulo, como tinha participação pública, uma dívida enorme, tornou-se inviável a permanência da F1 lá. O autódromo será construído em seis, sete meses após o início das obras. De modo que, por ocasião da F1 do ano que vem, ela será no Rio", falou o mandatário brasileiro em maio.
 
Não há, todavia, indícios de dívidas em balanços financeiros da SPTuris, autarquia que administra Interlagos. Em 23 de fevereiro, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou através do Diário Oficial a abertura de crédito de R$ 2.122.941,44 para reforma no autódromo de Interlagos — os boxes, inclusive, estão sendo reconstruídos.
Ainda naquele 8 de maio, as obras estavam embargadas por conta da falta de um estudo de licenciamento ambiental.
 
Também na oportunidade, o filho do presidente e senador da República, Flavio Bolsonaro, mostrou desconhecer o modo de trabalho da F1 ao afirmar que o Mundial "tomou a decisão de construir um autódromo no Rio de Janeiro". Seria o primeiro exemplar de autódromo construído pela F1 em quase 70 anos de história.
 
O autódromo carioca é orçado em pelo menos R$ 700 milhões e, apesar do consórcio Rio Motorsports ter ganhado a licitação para a construção do autódromo – da qual foi o único concorrente interessado -, não houve ainda a especificação de onde vai sair o dinheiro. As autoridades apenas garantem que será um investimento 100% privado. Ao menos por hora, também não há licença ambiental para que qualquer árvore seja derrubada da Floresta do Camboatá.
O autódromo de Deodoro no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

Reunião em São Paulo

O Governador João Doria se reúne nesta terça-feira (25), no Palácio dos Bandeirantes, com os representantes da Fórmula 1 e do Grande Prêmio do Brasil de F1. O Prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e o Secretário Municipal de Turismo, Orlando Faria, também participam da reunião que discutirá a renovação do contrato da Fórmula 1 com a cidade de São Paulo.

A reunião está marcada para 13h30, com coletiva de imprensa às 14h30. O encontro estava agendado para esta segunda, mas a realização da reunião no Rio de Janeiro forçou o adiamento. 

A prefeitura de São Paulo possui a opção de renovação do contrato com a F1 até 2025 – opção, esta, prevista em cláusula do acordo.

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