Brita e zebras arredondadas: FIA e Pirelli buscam evitar problemas com pneus no Catar
Após a adoção de medidas emergenciais para lidar com o caos visto em 2023, FIA e Pirelli trabalharam para evitar que problemas voltem a acontecer no GP do Catar deste fim de semana
Enquanto a Fórmula 1 desembarca no Catar para realizar a 23ª e penúltima etapa da temporada 2024, a Pirelli, fornecedora oficial de pneus da categoria, e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) estão quebrando a cabeça para evitar que os problemas enfrentados no ano passado em relação ao alto desgaste dos compostos voltem a ser uma preocupação neste fim de semana.
Em 2023, o primeiro sinal de alerta com o desgaste perigoso da borracha foi dado após a sessão de treino livre de sexta-feira, até então a única por conta da programação da corrida sprint no sábado — algo que volta a acontecer no campeonato atual. Na época, constatou-se uma separação da superfície da camada lateral do pneu da carcaça, o que, segundo comunicado oficial emitido pela entidade máxima do esporte a motor, “um número significativo de voltas adicionais com estes compostos poderia resultar em danos circunferenciais dos pneus, com subsequente perda de ar”.
As zebras em formato de pirâmide foram apontadas como as principais culpadas pelo transtorno, já que as mesmas apresentavam uma altura de 50 mm e causavam impactos significativos quando os pneus passavam por elas. No entanto, Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli, deixou claro que o problema em si não eram as zebras, que, de acordo com ele, também são utilizadas em outras pistas, mas o tempo em que os pilotos permanecem sobre elas no Catar.
No ano passado, uma das medidas da federação foi alterar os limites de pista das curvas 12 e 13 em 80 cm para que os pilotos realmente evitassem as zebras. Com isso, a FIA programou um treino de familiarização do traçado de dez minutos, antes da classificação da prova curta. Além disso, após uma nova avaliação feita horas mais tarde no sábado, o órgão dirigente determinou um limite máximo de 18 voltas em cada stint realizado no circuito de Lusail — ou seja, três pit-stops obrigatórios.
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Na tentativa de evitar novos problemas em 2024, a Pirelli e a FIA se reuniram para trabalhar de maneira conjunta em medidas que proporcionem mais segurança aos pilotos. Desta forma, de acordo com o portal Autosport, as partes decidiram arredondar as pontas das zebras em sete das 16 curvas do traçado: curvas 1, 2, 4, 10 e na sequência da 12 até a 14, locais onde os pneus foram submetidos ao maior estresse no ano passado.
Além disso, para desencorajar ainda mais os competidores a ir além dos limites, algumas faixas de brita foram instaladas atrás das zebras em determinados pontos do circuito.
A Pirelli também conduziu uma certa quantidade de experimentos no seu departamento de pesquisa e desenvolvimento em Milão, na Itália, para entender quais forças estaria sendo aplicadas sobre os pneus após as mudanças. A fornecedora analisou o comportamento dos compostos em uma amostra do novo design de zebra que foi fornecido pela FIA.
Alguns testes realizados pelas equipes na pista de Lusail também serviram como base para os novos estudos. Embora os carros antigos utilizassem especificações diferentes de pneus, a Pirelli foi capaz de correlacionar os dados para obter informações úteis para o problema atual.
Agora, a Fórmula 1 retorna neste fim de semana, entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, para o GP do Catar, o penúltimo da temporada.
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