Sainz vence com autoridade na Cidade do México. Norris e Verstappen têm novo enrosco

Carlos Sainz perdeu a liderança para Max Verstappen na largada, mas tomou de volta e venceu com controle das ações. Lando Norris e Max Verstappen novamente se meteram em confusão, com líder da F1 2024 levando a pior

A impressão que a classificação do sábado deixou, a corrida do domingo (27) referendou: Carlos Sainz e a Ferrari mandaram o GP da Cidade do México. Com atuação quase impecável, Sainz controlou as ações e aproveitou o fato de ter o melhor carro do grid para conquistar na capital mexicana a quarta vitória na Fórmula 1. Pela primeira vez na carreira, o espanhol ganha mais de uma prova num campeonato.

A vitória só não foi totalmente impecável porque Sainz não largou bem e viu Max Verstappen tomar a dianteira na primeira curva. Imediatamente atacou e recuperou, mas usando a parte de fora da curva. Assim, teve de devolver e deu o azar de ser interrompido por um safety-car que entrou em ação após acidente entre Alexander Albon e Yuki Tsunoda na largada. A relargada aconteceu na sétima volta e, assim que o DRS foi permitido, Sainz atacou e deixou Verstappen para trás. Daí em diante, partiu para vencer sem ameaças.

A segunda colocação ficou nas mãos de Lando Norris, que ultrapassou Charles Leclerc a sete voltas do fim. Norris já pressionava há algum tempo quando Leclerc, com pneus traseiros extremamente gastos, errou na última curva e saiu da pista, abrindo caminho. Os dois completaram o pódio, com Charles conquistando a melhor volta da prova ao colocar pneus macios no fim.

A situação de Norris na corrida esteve longe de fácil. Logo após Sainz passar Verstappen, Lando tentou embarcar e atacou. No espaço de uma volta, foi empurrado para fora do traçado por Verstappen duas vezes, uma em defesa e outra num mergulho tresloucado para recuperar o segundo lugar, que gerou toque. Verstappen acabou recebendo duas punições diferentes de 10s e saiu da briga pelo pódio.

Carlos Sainz brilhou no México (Foto: Ferrari)

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No fim das contas, Verstappen terminou no sexto lugar, atrás ainda de Lewis Hamilton e George Russell. Os pilotos da Mercedes lutaram pela quarta posição quase que sem parar ao longo da prova, e foi Hamilton quem logrou êxito.

Kevin Magnussen, Oscar Piastri, Nico Hülkenberg e Pierre Gasly completaram a zona de pontos e também marcaram pontos.

A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, entre os dias 1 e 3 de novembro, com o GP de São Paulo, etapa brasileira do calendário. O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ e com grande equipe.

GP DA CIDADE DO MÉXICO F1 2024 AO VIVO: tudo sobre a CORRIDA | Briefing

Confira como foi o GP da Cidade do México de F1:

Após toda a preparação do fim de semana, chegava a hora de partir para a corrida da F1 no México. O Hermanos Rodríguez tinha temperatura ambiente em 22°C e o asfalto em 38°C, abaixo do que se viu na classificação. A chance de chuva existia, cercando 15%, com a hora após o fim da prova tendo uma possibilidade acima dos 50%. Restava saber se a F1 escaparia ou não, dependendo de como o tempo se comportaria.

A escolha principal para a largada era partir com os pneus médios. Num fim de semana em que a Pirelli escolheu a gama mais macia possível, os 11 primeiros saíam de médios. Eram eles: Carlos Sainz, Max Verstappen, Lando Norris, Charles Leclerc, George Russell, Lewis Hamilton, Kevin Magnussen, Pierre Gasly, Alexander Albon, Nico Hülkenberg e Yuki Tsunoda. Além deles, também saíam de médios Fernando Alonso e Lance Stroll, respectivamente 13º e 14º, e Oscar Piastri, 17º.

Liam Lawson, Valtteri Bottas, franco Colapinto, Sergio Pérez, Guanyu Zhou e Esteban Ocon partiam de pneus duros. Ocon, aliás, largava no pit-lane após mudanças feitas pela Alpine no motor já em regime de parque fechado. Conforme os carros chegavam para alinhar no grid, a transmissão de TV fazia homenagem a Alonso, que completava o GP de número 400 na carreira da F1. Um recorde histórico.

Batida forte entre Tsunoda e Albon na largada do México (Vídeo: Reprodução/F1 TV)

A partir da largada permitida, Verstappen foi para cima e tomou a frente antes da primeira curva, com Norris mantendo o terceiro posto. No fim da zona de pontos, um acidente entre Yuki Tsunoda e Alexander Albon fez o carro da RB rodar e ir longe da pista. Metros depois, Albon também parou. Safety-car na pista e dois abandonos. O que aconteceu foi um toque de Albon na traseira de Tsunoda, que tirou completamente o controle da RB. Os dois e Gasly ficaram lado a lado e faltou espaço na pista.

Metros depois de Verstappen tomar a frente, Sainz chegou a recuperar ao colocar a Ferrari por fora da pista. Mas, para evitar punição e com a corrida sob safety-car, devolveu o posto rapidamente. Os dois abriam a classificação da corrida, seguidos por Norris, Leclerc, Hamilton, Russell, Magnussen, Hülkenberg, Gasly e Lawson no top-10. A direção de prova ainda colocava Pérez sob investigação por alinhar fora da grelha para o momento de largada.

Ainda durante o safety-car, uma reclamação incomum de Leclerc: a garrafa com líquido de hidratação estava vazando nas curvas. Para Pérez, a definição foi a pior possível: punição de 5s a ser cumprida no pit-stop.

A relargada veio na abertura da 7ª das 71 voltas, agora com 18 carros na pista. Verstappen abriu distância e se defendeu bem no que foi uma partida sem sobressaltos. Na volta seguinte, a direção de prova abriu a porta para uso de DRS no que era um pelotão fundamentalmente grudado. Veloz na pista, Sainz não quis saber de negociar, colou em Verstappen e foi para dentro recuperar a primeira colocação. Max tentou o ‘xis’, mas Carlos subiu na zebra para usar tudo de pista e evitar a retomada. O pole voltava à ponta.

Verstappen e Norris se enfrentaram novamente (Vídeo: Reprodução/F1)

Norris também não queria perder tempo para negociar e foi para cima de Verstappen. Colocou meio carro na frente antes da tangência da curva e mergulhou. Max espalhou e fez Lando sair da pista. Norris manteve o posto entendendo que estava na frente antes da curva. Instantes depois, ainda na mesma tomada, Verstappen mergulhou sem qualquer respeito pela segurança, causou toque, saiu da pista e tirou o oponente. Sorte de ambos não ter rendido nada mais grave.

“Esse cara é perigoso”, disse Norris. Leclerc, enquanto isso, tomava o segundo lugar. Pouco depois, punição de 10s expedida a Verstappen, que discordou. No duelo da Mercedes, Russell recuperou a posição perdida na largada ao fazer belo movimento na 16ª volta.

Leclerc tentava ficar no mesmo segundo de Sainz, algo que irritou o espanhol, claramente partidário da equipe italiana aproveitar que tinha os dois primeiros lugares e apenas caminhar assim enquanto desse.

O terceiro abandono da corrida era de Alonso. Justamente no GP #400, o bicampeão mundial levou o carro aos boxes e entrou na garagem em mais um fim de semana tenebroso da Aston Martin. Já na rabeira da zona de pontos, um duelo por muito mais que o 11º lugar: Pérez foi para dentro de Lawson na zona do Foro Sol, chegou a colocar a barriga da Red Bull adiante, mas Liam jogou duro e segurou o décimo posto com direito até a contato. Pérez quase rodou, perguntou o que “esse idiota” estava fazendo e ficou à deriva para o ataque de Stroll atrás dele.

Pega entre Liam Lawson e Sergio Pérez no GP da Cidade do México (Vídeo: reprodução/F1 TV)

Eis que Verstappen recebia uma segunda punição de 10s, agora pela segunda perna do incidente com Norris. Ficaria 20s parado nos boxes no momento da parada nos boxes. Piastri, que buscava recuperação, ia para cima de Colapinto e encontrava uma defesa duríssima do jovem argentino. Demorou, mas conseguiu passar na sequência.

Norris voltava a encostar em Verstappen, que já reclamava do rendimento dos pneus. Era a volta 25 e ninguém fora aos boxes até então. Sob pressão, Max entrou no fim da volta 26. Max voltou à frente somente de Pérez e Stroll, que também paravam. Colocou pneus duros e, agora, ocupava a 15ª posição. Norris, por sua vez, estava 6s atrás de Leclerc e 13s de Sainz. O aviso da McLaren era claro: use o ar limpo e pé na máquina.

Ocon aproveitava as punições da Red Bull para subir posições e ultrapassar Zhou já tomando o 12º lugar – Verstappen logo passaria o piloto da Sauber também. A janela de pit-stops estava oficialmente aberta e quente. Hamilton, Gasly e Hülkenberg foram os próximos a parar. Norris entraria no fim da 30ª volta. Leclerc e Russell, dois giros mais tarde.

Verstappen sacava Ocon do caminho com fácil ultrapassagem na reta e ganhava posição com undercut para cima da dupla da Haas. A hora do líder Sainz ir aos boxes era no fim da volta 33, mesmo a contragosto. Quando foi avisado sobre a parada, pediu mais uma volta. E não conseguiu que as coisas fossem feitas do jeito dele.

Fim de prova para Alonso em corrida 400 na F1 (Vídeo: Reprodução/Sportmax-ARG)

Sainz retornou à pista com 8s de vantagem para Leclerc e 13s para Norris, ainda em ótimas condições. Russell recuperava o quarto lugar ao deixar Piastri e Lawson, na mesma volta, para trás. Tanto o australiano da McLaren quanto o neozelandês da RB ainda não tinham parado e estavam com pneus gastos. O de Piastri era um jogo de médios, inclusive. Oscar estava desesperado e pediu para a equipe. “Considere me tirar dessa merda [de situação]”, falou.

Hamilton embolou com os dois. Após a primeira defesa, Piastri ainda passou Lawson, algo que Lewis repetiu em seguida. O heptacampeão também deixaria Piastri para trás em seguida para tomar a quinta colocação de maneira inevitável. Com 36 das 71 voltas pelo caminho, apenas os dois, Colapinto, Bottas, Ocon e Zhou ainda não haviam parado.

Verstappen chegava em Colapinto para tomar a oitava colocação. Piastri e Lawson logo seriam prezas, na pista ou nos boxes. Juntos, Piastri e Lawson pararam no fim da volta 39, abrindo o caminho para Max assumir o sexto posto. Enquanto isso, Colapinto continuava na pista e reclamava que o volante variava entre ficar duro e mole demais. E Magnussen aproveitava para passar por ele e tomar o nono posto.

Uma visão sobre o piloto da casa: Pérez seguia nas últimas posições e ainda tomava ultrapassagem de Stroll para cair ao 16º lugar. Aí, Lawson, que foi para trás dele depois da parada, também passava. Pérez tinha um dia para esquecer. Verstappen, ao ver que as nuvens carregadas se aproximava, questionava a Red Bull. Mas o aviso era de que não haveria chuva por enquanto. Mas Russell relatava que uma “gota muito pequena” de chuva caíra no visor do capacete. Será?

Kevin Magnussen colocou a Haas nos pontos (Foto: Haas F1 Team)

Gasly voltava à zona de pontos ao ultrapassar Bottas, que ainda continuava sem parar e também seria facilmente passado metros depois por Piastri. O piloto da McLaren era mais rápido que o Gasly e sabia que o décimo lugar era questão de tempo. Pérez ainda era chamado para os boxes para a segunda parada, quando colocou pneus médios.

A transmissão de TV se voltava aos boxes da Ferrari, onde os mecânicos começavam a mexer nos pneus para pista molhada. Em seguida, imagens de radar. A chuva ameaçava, enfim, ainda que não houvesse previsão de chuva para os 15 minutos seguintes.

Norris virava a melhor volta da corrida na tentativa de se aproximar de Leclerc. A diferença permanecia em 4s, enquanto Sainz continuava sem ser pressionado na primeira colocação. Na briga pela nona colocação, Piastri atacava Colapinto novamente e, mais uma vez, via o argentino fechar a porta. Desta vez, não precisou passar, porque Franco foi ao pit-stop no fim da 48ª volta. Bottas e Ocon eram os únicos ainda sem parar.

Mesmo com Norris na tentativa de alcançar Leclerc, Sainz voltava a reclamar e diz que a Ferrari estava andando mais rápido que deveria. Uma maneira de pedir para Charles segurar a onda, claro. A diferença entre os dois carros da Ferrari ainda era de 6s5.

Finalmente as paradas derradeiras! Bottas e Ocon entraram na volta 50, fechando a enorme janela de pit-stops do GP da Cidade do México.

As duas Mercedes se digladiavam ainda pelo quarto lugar. Hamilton pressionava, mas não conseguia passar. Até passaria, mas somente na volta 67. Antes disso, Norris colou em Leclerc e massacrava com vias de tomar o segundo lugar. E aconteceu quando Charles, com pneus gastos, errou na tomada da última curva e foi fora da pista.

Norris até se aproximou de Sainz, mas não o suficiente para atacar. Vitória de Carlos, a quarta dele pela Ferrari e na F1. Leclerc parou nos boxes para colocar pneus macios e anotar a melhor volta da corrida no caminho para o terceiro lugar. Hamilton, Russell, Verstappen, Magnussen, Piastri, Hülkenberg e Gasly fecharam o top-10.

Fórmula 1 2024, GP da Cidade do México, Hermanos Rodríguez, resultado final:

1C SAINZFerrari71 voltas 
2L NORRISMcLaren Mercedes+4.705 
3C LECLERCFerrari+34.387 
4L HAMILTONMercedes+44.780 
5G RUSSELLMercedes+48.536 
6M VERSTAPPENRed Bull RBPT Honda+59.558 
7K MAGNUSSENHaas Ferrari+1:03.642 
8O PIASTRIMcLaren Mercedes+1:04.924 
9N HÜLKENBERGHaas Ferrari+1 volta 
10P GASLYAlpine+1 volta 
11L STROLLAston Martin Mercedes+1 volta 
12F COLAPINTOWilliams Mercedes+1 volta +10s
13E OCONAlpine+1 volta
14V BOTTASSauber Ferrari+1 volta 
15G ZHOUSauber Ferrari+1 volta 
16L LAWSONRB Honda+1 volta 
17S PÉREZRed Bull RBPT Honda+1 volta 
 F ALONSOAston Martin MercedesNC 
 A ALBONWilliams MercedesNC 
 Y TSUNODARB HondaNC 
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