Carreira de Alonso na F1 é marcada por escolhas equivocadas. Mas Indy pode apagar erros

Fernando Alonso teve a carreira na F1 famosa pelos erros de opção, destacados pela passagem sofrida na McLaren. Tudo isso pode ser esquecido, porém, se ele se decidir pela Indy - que pode (e deve) criar história que se sobressaia ao passado

Não é difícil encontrar histórias de esportistas que após a aposentadoria sofrem na busca pelo que fazer da vida e que sentem saudade de quendo seus nomes eram gritados, visados e paparicados pelo público e pela mídia. Poucos são aqueles que negam que ser o centro das atenções é algo que faz falta quando acaba. Fernando Alonso sai da F1 após anos em que suas escolhas erradas foram minando, antes mesmo da aposentadoria, esse destaque. Mas, midiático como é, ele dificilmente passará pelo calvário do vazio que outros atletas passaram. Seu coração bateu pela Indy em 2017 e, nos EUA, ele descobriu que ainda está longe de ser esquecido.

As escolhas erradas que o espanhol tomou na F1 poderiam tornar o fim de sua passagem de 17 anos pela principal categoria do automobilismo mundial melancólico. Mas não: a Indy abriu sua mente e ele sabe trabalhar para que seu nome siga em voga. O próximo passo do quase ex-F1 é grandioso. Seja ele qual for – e sem o risco de ser julgado, como foi algumas vezes nas últimas duas décadas.

Fernando Alonso pode ter toda a tranquilidade do mundo ao pensar no futuro (Foto: Reprodução)

Alonso entrou na F1 com ótimas escolhas: primeiro, passou pela Minardi, fez uma temporada (2001) e aprendeu. Esse estudo seguiu no ano seguinte, quando foi piloto de testes da Renault – muitos poderiam crer que a ida de titular para reserva era um passo atrás, mas o espanhol optou por este caminho e, nos quatro anos seguintes, conquistaria dois títulos mundiais.

Mas os erros começaram a surgir exatamente no final de 2006, quando revelou que iria para a McLaren – e que iria correr ao lado de Lewis Hamilton.

O britânico ainda não era o gênio que se revelaria, mas já era espetacular. E quando Alonso resolveu atrapalhar o parceiro de equipe nos boxes de Hungaroring, para garantir a pole-position do GP local, iniciou uma guerra da qual jamais se recuperaria.

Claro: aos 26 anos, quem não faz escolhas de cabeça quente? Tanto que Hamilton o perdoaria um dia. Mas o problema é que a vontade de vencer a qualquer custo parece ter sido sempre o principal foco da mente de Alonso.

Fernando Alonso e Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)

A volta à Renault passou longe de ser bem sucedida – o carro não era mais o mesmo dos tempos áureos. Por dois anos, então, ficou na mesmice: levava um carro mais fraco até a parte de cima do grid, mas sem chances de brigar por vitórias. 

Teve a chance de sair disso em 2009. Já com sua vontade de assinar contratos curtos, foi abordado pela Red Bull, que entraria nos seus "anos de ouro". Claro, não havia como adivinhar, mas o carro mais forte do grid, que ficou com Sebastian Vettel, poderia ter sido de Alonso.

Ele não quis: recusou a oferta de dois anos, pediu contrato de apenas uma temporada, a transação não deu certo. Alonso ficou na Renault e viu o rival empilhar títulos.

Alonso na Ferrari (Foto: Ferrari)

E se a Red Bull dominou de 2010 a 2013, o principal desafiante, por algum tempo, foi o próprio Alonso. Talvez querendo provar que sua recusa havia sido certa, conseguiu batalhar com Vettel por três anos. Mas a Ferrair nunca entregou um carro verdadeiramente vencedor a ele. E a lista de escolhas erradas seguiu crescendo.

Por fim, o último ato falho: a escolha em ajudar a reerguer a McLaren. Claro, a equipe prometeu muito e nunca passou perto de cumprir. Até quase o fim da passagem de Alonso, aliás, seguiu tentando justificar as falhas, mas sempre implorando pela permanência do espanhol.

Se ele queria a saída dos motores Honda, conseguiu. Se queria carros competitivos, não. Por mais que Éric Boullier tenha insistido todo o tempo que isso ocorreria logo, nunca aconteceu.

Fernando Alonso na Indy 500 de 2017 (Foto: McLaren Indy)

Até que a McLaren resolveu dar o prêmio merecido a quem vinha aguentando tanto drama: ignorar o GP de Mônaco e brilhar nas 500 Milhas de Indiánapolis.

Mal sabia a equipe que aquela opção é que poderia salvar e, até, apagar os erros do passado de Alonso. Agora, ele pode ir à Indy com tranquilidade, fazê-la brilhar mais do que já tem brilhado nos útimos anos e ser paparicado e apreciado por seu talento nas pistas, sem medo de ser feliz e sem precisar brigar por um tricampeonato que jamais virá.

Mas a Tríplice Coroa é possível. E, se conquistá-la, quem lembrará de seus erros?


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