CEO da F1 diz “procurar soluções” e espera facilidade para substituir GP da Rússia

A etapa da Rússia na F1 2022 está em xeque após o exército do país invadir a Ucrânia e aumentar a tensão no leste europeu. Stefano Domenicali, chefão da F1, porém, não vê problemas para encontrar uma outra etapa no calendário

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A Fórmula 1 segue com uma grande dor de cabeça para resolver diante da invasão russa ao território ucraniano, iniciada nesta semana. Na última sexta-feira (25), a categoria evitou chamar de cancelamento, mas alertou que é impossível realizar o GP da Rússia diante das circunstâncias atuais, colocando a etapa de Sóchi em xeque.

Logo após o comunicado da F1, a empresa organizadora da corrida descartou iniciar o reembolso dos ingressos já vendidos e alertou que o contrato da prova está inicialmente suspenso, mas que pode ser reavaliado com o andamento dos fatos. Stefano Domenicali, CEO da categoria, porém, já vê a situação com outros olhos.

Diante da possibilidade de perder uma corrida do calendário e assim ficar sem o maior cronograma da história da F1, Domencali estuda circuitos que podem substituir Sóchi ainda este ano e não vê dificuldade para cumprir essa meta.

“Falando especificamente da situação deste ano, por conta dos acontecimentos da Rússia, posso dizer que já provamos nos últimos anos que é possível, sem nenhum problema, procurar soluções”, disse o dirigente italiano ao site RaceFans.

F1; FÓRMULA 1; STEFANO DOMENICALI;
Stefano Domenicali comentou sobre possíveis mudanças no calendário (Foto: Lamborghini)

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“Devido ao grande sucesso que a F1 tem alcançado, a possibilidade de novas corridas no futuro é muito grande. Sobre essas novas localidades, podemos apenas dizer que muitas discussões estão em andamento. Precisamos fazer muitas escolhas para mercados estratégicos que acreditamos que favorecem a F1, mas não podemos expandir o calendário tecnicamente falanado, pois, como sabem, podemos ir até 25”, seguiu.

Domenicali ainda valorizou o maior calendário da F1, previsto para acontecer ainda em 2022. “Algo que não podemos esquecer é que neste ano teremos 23 corridas, o maior número da história. Não estamos com pressa, é só uma questão de alinhar as diferentes possibilidades diante de nós”, finalizou.

Os efeitos da invasão russa, que teve início na madrugada da última quinta-feira, já tinham aparecido na F1. A Haas, que utilizou um carro no jogo de cores da bandeira da Rússia desde o ano passado, tirou tudo após invasão da Ucrânia, inclusive o maior patrocinador da equipe, e correu com um bólido todo branco no último dia de testes na Catalunha.

Outros esportes também já tinham se movimentado e até mesmo retirado eventos internacionais do território russo. A agência Associated Press cravou que a UEFA optou por mudar a sede da final da Liga dos Campeões da Europa, em junho, que inicialmente seria em São Petersburgo. A entidade máxima do futebol europeu confirmou a mudança da decisão de seu maior torneio de clubes para Paris, na França.

A temporada 2022 teoricamente marca a última aparição do circuito de Sóchi no calendário. Desde 2014, a pista russa, construída dentro do Parque Olímpico dos Jogos de Inverno de 2014, é presença constante no cronograma da F1. Em 2023, porém, o GP da Rússia mudará de sede e passará a ser disputado no Igora Park, circuito localizado em São Petersburgo.

GP da Rússia é disputado em Sóchi desde 2014 (Foto: Williams)

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:

Na última segunda-feira (21), o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russos, aumentando também o medo de um confronto na região.

A tensão escalou de vez no leste europeu nesta quinta-feira (24), já que a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano.

O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. De acordo com a rede britânica BBC, há relatos de tropas cruzando diversos pontos da fronteira e explosões perto das principais cidades do país ― não só no Donbass, onde grupos separatistas foram reconhecidos pela Rússia.

Na TV, Putin afirmou que a Rússia não planeja uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tente interromper a operação atual. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, avisou.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que qualquer homem entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.

Segundo autoridades ucranianas, o primeiro dia de conflito terminou com a morte de mais de 300 pessoas. A crise militar é uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial e a mais grave da Europa envolvendo uma potência nuclear.

O cerco à capital Kiev se intensificou nesta quinta e, segundo o jornal americano The New York Times, soldados da Rússia já estão na cidade. O desespero tomou conta da população, que foi orientada pelo próprio governo a lançar coquetéis molotov na direção dos soldados da Rússia. A imprensa local, inclusive, tem ensinado a população a fazer o artefato.

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