Leclerc cresce de produção e busca milagre ‘à Räikkönen’ na reta final da F1 2024

O último título conquistado por um piloto Ferrari foi na temporada 2007, com Kimi Räikkönen. E é justamente a virada improvável do finlandês que precisa servir de exemplo para Charles Leclerc tentar buscar um milagre diante de Max Verstappen em 2024

Charles Leclerc é, inegavelmente, um dos melhores pilotos do grid da F1. Indiscutivelmente, também, está no grupo dos que mais se destacam em 2024. Mas daí a ser campeão ainda vai um belo caminho e, pelo menos neste ano, o trajeto parece ser de muitos obstáculos.

É, antes de qualquer coisa, uma questão matemática: Charles tem 245 pontos anotados após 18 etapas, enquanto Max Verstappen, líder a temporada toda, aparece com 331. É muita coisa, é improvável. Mas não é impossível.

Tem ainda o fator GP de Singapura que não pode ser deixado de lado: justamente quando Leclerc vivia o melhor momento na temporada, com quatro pódios consecutivos, sofreu o baque em Marina Bay. E era uma prova que tinha tudo para ser ótima para a Ferrari, papo de brigar com McLaren pela vitória. Só que um sábado miserável colocou tudo a perder e fez o monegasco correr para minimizar danos, chegando em quinto.

Por outro lado, o momento também pode acabar virando um ponto positivo para Charles. Isso porque Verstappen vive o pior momento não apenas do ano, mas desde 2021, sem vencer desde o GP da Espanha, oito corridas atrás. Uma sequência que era absolutamente impossível de ser imaginada. E que tem toda cara de que vai ser prolongada, tamanha é a crise que vive a Red Bull.

Charles Leclerc busca uma reação improvável na F1 2024 (Foto: AFP)

E é aí que precisa entrar Leclerc. Max é um gênio e provavelmente vai continuar somando bons pontos e, eventualmente, pódios e até alguma vitória no caminho, mas não tem mais carro. É simples. O negócio é descobrir quem vai comandar a perseguição e tentar alcançar o cambaleante bólido taurino.

No momento, o nome para isso é de Lando Norris. Vencedor com autoridade em Singapura e, principalmente, vice-líder da pontuação geral, com 279 tentos, o inglês é quem vem tentando cortar a distância para Verstappen, mas esbarra na instabilidade e nas chances perdidas. Tem o melhor carro da categoria no momento, isso nem deve estar em discussão, mas teima em emplacar. Dá brechas, pois.

Mas Norris e a McLaren falam abertamente em buscar o título, enquanto Verstappen e a Red Bull também não escondem de ninguém que temem uma virada tardia. Como Charles aparece apenas 34 pontos abaixo de Lando, não deve ser descartado e, de repente, pode surgir como uma ‘terceira via’. Aliás, Leclerc já teve chance real de deixar o GP do Azerbaijão na vice-liderança. E isso foi só uma corrida atrás, bem recente.

Um eventual título do monegasco seria quase que um milagre e a equação negativa ainda tem o fator Ferrari das últimas duas décadas. É que a equipe italiana não tem título algum dos anos 2010 para cá e dá para contar nos dedos quantas foram as vezes em que algum piloto de vermelho brigou, para valer, pelo caneco.

Kimi Räikkönen foi um campeão totalmente inesperado em 2007 (Foto: Ferrari)

Olhando por outro prisma, porém, o único título de pilotos da Ferrari desde a saída de Michael Schumacher veio em 2007, com Kimi Räikkönen, em situação que pode muito bem servir de inspiração para a virada heroica: com as mesmas seis corridas para o fim, o finlandês também era terceiro colocado e aparecia 20 pontos atrás de Lewis Hamilton, em um tempo em que a F1 só dava 10 pontos para o vencedor. Era uma baita diferença.

Ainda, era a McLaren quem parecia ser a força a ser batida e que contava com o fenômeno da época, Fernando Alonso. A grande diferença, porém, é que o time britânico implodiu no duelo interno entre Alonso e Hamilton, algo que muito dificilmente vai acontecer agora, já que Oscar Piastri está atrás, inclusive, de Leclerc. E, claro, tem Verstappen na parada e em posição de liderança absoluta.

A presença de Max atrapalha muito, a McLaren não vive uma crise interna e a diferença de pontos — mesmo proporcionalmente falando — é maior também, já que Kimi precisava de duas corridas perfeitas e Charles, de três e mais um pouco nas sprints, mas o exemplo é válido.

Em uma Ferrari que se desacostumou a brigar e, principalmente, a vencer nos últimos anos, Leclerc tem uma inspiração na história da equipe para tentar o improvável. Na prática, ‘correr por fora’ é pouco para o tamanho da montanha que o rapaz ainda tem de escalar. Mas vai saber?

Fórmula 1 vive longa pausa e retorna de 18 a 20 de outubro em AustinEstados Unidos, início da perna americana da temporada 2024.

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