Chefe da Mercedes aprova “interessante” proposta de teto orçamentário voluntário sugerida por ex-presidente da FIA

Segundo Toto Wolff, seria interessante caso a F1 adotasse o modelo proposto por Max Mosley. O britânico, ex-comandante da entidade que regula a categoria, entende que uma fórmula viável para ajudar os times mais carentes do grid seria adotar o teto orçamentário voluntário em troca de liberdade para desenvolvimento dos carros

Dominante na categoria desde a temporada passada, a Mercedes se mostrou amplamente favorável à ideia proposta por Max Mosley, ex-presidente da FIA, que sugeriu a adoção de um teto orçamentário voluntário na F1, onde as equipes que aceitassem os termos teriam liberdade para desenvolvimento dos respectivos carros. Ou seja, quem estivesse disposto a aceitar o teto, passaria a trabalhar sem grandes restrições quanto ao regulamento técnico, por exemplo. Seria uma proposta, segundo Mosley, com a clara intenção de garantir maior saúde financeira às equipes menores da F1.

Curiosamente, a Mercedes é uma das equipes que mais dispõe de orçamento para gastar com seu projeto na F1, ao lado da própria Ferrari, e isso se reflete claramente no desempenho dos times, sobretudo nesta temporada.

Na semana passada, Mosley sugeriu um teto orçamentário estimado em £ 60 milhões, cerca de R$ 295 milhões. As equipes que aceitassem gastar até determinado valor, teriam liberdade para desenvolver seus carros da melhor forma. “Acho que isso tornaria o grid mais competitivo e mais interessante para o público”, declarou o ex-dirigente em coluna escrita para o diário britânico ‘The Telegraph’.

Wolff entende que adoção do teto orçamentário com liberade de desenvolvimento seria boa para a F1 (Foto: Getty Images)

Em entrevista à revista ‘Forbes’, Wolff se mostrou favorável à proposta de Mosley. “Acho que a ideia de Max é interessante. Se você quer seguir os tetos orçamentários e estiver preparado para seguir isso, então você poderia ter um pouco mais de liberdade no desenvolvimento. É uma ideia interessante.”

No entanto, o chefe da Mercedes sabe que seria algo difícil de ser aprovado por entender que muitas equipes colocariam barreiras no projeto. “O diabo está no detalhe. É sobre como encaixá-lo nas regras com a estrutura atual, já que você precisaria de aprovação da maioria.”

Mas apesar de estar entre as equipes de maior orçamento da categoria, Wolff garante que há um grande controle sobre os custos da Mercedes no seu programa com a F1. “85% dos nossos gastos são cobertos pelo fluxo de caixa”, garantiu.

Quanto às menores equipes do grid, o dirigente austríaco entende que a rotatividade é naturalmente mais alta, diferente do que acontece, por exemplo com os times do meio do pelotão. “Se você analisar o contexto histórico, as equipes vêm e vão. Na verdade, no momento, temos um ambiente muito estável. As equipes que saíram foram as novas, e este esporte tem uma alta barreira de entrada. Então, se você analisar as equipes intermediárias, como Sauber, Force India e Lotus, elas estão lá há tempos.”

O chefe da Mercedes, contudo, não concorda quando se diz que a adoção dos novos motores turbo encareceu a F1. “Os motores antigos custavam algo entre € 10 milhões (R$ 35 mi) e € 14 milhões (R$ 49 milhões). Se você tinha um motor Mercedes, o preço estava em torno de € 14 milhões, hoje está em € 16,5 milhões (R$ 57 mi).”

“Os números errados vão ganhando eco. Diria que, se você analisar o mercado como um todo, incluindo nossos concorrentes e a nós mesmos, [o motor] custa entre € 15 milhões (R$ 52,5 milhões) e € 17 milhões (59,5 milhões). Cerca de 15 a 20% a mais sobre as novas unidades de força. Os números estão errados”, concluiu Wolff.

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