Chefe da Mercedes diz que ficou de “coração partido” ao decretar ordem de equipe para Hamilton na Rússia

O diretor-executivo e chefe da Mercedes, Toto Wolff, afirmou que ficou arrasado após tomar a decisão de dar a ordem de equipe para tirar de Valtteri Bottas e dar a Lewis Hamilton a vitória do GP da Rússia

Uma das decisões mais polêmicas da temporada da F1 ainda reverbera neste período sem atividade de pista. O momento em questão ocorreu no GP da Rússia, quando a Mercedes ordenou que o então líder da prova, Valtteri Bottas, abrisse caminho para Lewis Hamilton assumisse a dianteira e vencesse a prova. Segundo o chefe da Mercedes, Toto Wolff, foi uma decisão que partiu o coração dele.
 
Bottas dominara o fim de semana em Sóchi. Cravara pole-position e cainhava para a primeira vitória dele no ano, mas a decisão de Wolff mudou tudo. Bottas acatou, não venceu aquela prova e terminou o ano sem vitórias.
 
A ordem da Mercedes se tornou mais peculiar porque Hamilton já tinha 40 pontos de vantagem para Sebastian Vettel na liderança do campeonato e, naquele momento, ainda em segundo, aumentava a conta para 43. A decisão fez a distância entre os dois pular para 50 tentos – duas corridas de diferença. O título foi confirmado três etapas mais tarde.
 
Como tudo deu certo, Wolff mantém que foi a decisão correta. Mesmo assim, o coração foi partido. 
Valtteri Bottas e Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)

"Tínhamos que executar essa ordem de equipe horrorosa. A corrida era de Valtteri, mas, com a intenção de coletar os pontos necessários para Lewis, decidimos mudar a ordem. É uma coisa que ninguém gosta de fazer – você olha o rosto das pessoas envolvidas e ninguém está feliz com aquilo, nem eu estava. É algo que vai totalmente contra os nossos princípios. Somos adeptos do 'que vença o melhor'", disse.

 
"Mas naquele exato momento nós estávamos em uma briga ferrenha com a Ferrari e não havia como deixar pontos na mesa. Quando Valtteri abriu a passagem, partiu meu coração. Eu senti por ele e me senti horrível por ter feito aquilo. Esse esporte pode ser cruel de vez em quando", afirmou.
 
Mesmo Hamilton, beneficiado, jamais ficou confortável com a situação, embora julgue que foi o correto a ser feito.
 
"A corrida da Rússia foi difícil para mim. Nem eu e nem Valtteri sentamos na sala e pedimos para as posições mudarem. Valtteri era mais rápido naquele fim de semana e merecia vencer", lembrou.
 
"Foi estranho quando eu recebi o aviso que Valtteri me deixaria passar e só respondi algo como 'só diz para ele se apressar'. Nunca é como eu quero ganhar, então ao cruzar a linha de chegada eu estava em conflito, porque, pensando com o coração, não gostaria que fosse assim", argumentou.
 
"Mas a vida é competição e você tem que aproveitar o momento. Se colocar os sentimentos na frente, talvez as coisas não saiam como planejado. Ainda que, durante o resto da corrida, eu quisesse devolver o lugar para ele, acabei escolhendo fica com a decisão da equipe. Foi a coisa certa a fazer", pontuou. 
 
"O dia foi importante no sentido de nos fecharmos como equipe. Foi difícil para Valtteri, mas ele foi incrivelmente respeitoso e um grande jogador de equipe. Espero que nunca mais haja um cenário como aquele", finalizou.
 
Hamilton terminou o campeonato com 88 pontos de vantagem para Vettel, enquanto Bottas foi apenas o quinto colocado no Mundial de Pilotos. 

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