Chefe da Renault vê exagero em críticas, mas diz: “Somos nosso pior inimigo”

Cyril Abiteboul entende que estar em quinto lugar no Mundial de Construtores, algo fora da meta da Renault, “não significa que o mundo vai acabar”. O dirigente entende que as críticas da imprensa são exageradas, mas, por outro lado, admitiu: “Precisamos eliminar todas as coisas estúpidas e também ter um carro melhor no ano que vem”

Em meio à incerteza sobre sua permanência no Mundial de F1 como equipe de fábrica a partir de 2021, a Renault tenta encontrar as respostas para explicar porque, mesmo com grande investimento e uma dupla de pilotos bastante forte e experiente, não consegue ser minimamente competitiva. A escuderia de Enstone, que começou a temporada com a expectativa de diminuir a diferença para o ‘trio de ferro’ da F1, ocupa apenas a quinta colocação do Mundial de Construtores e está 38 pontos atrás da McLaren, que também recebe as unidades de potência fabricadas em Viry-Châtillon, fábrica da Renault.
 
Cyril Abiteboul, diretor da Renault, entende que há exagero por parte da imprensa nas críticas que a equipe recebe pela falta de performance e resultados, mas fez também um mea culpa. “Sinceramente, às vezes somos nosso pior inimigo, não tornamos as coisas fáceis”, reconheceu o dirigente em entrevista à emissora britânica Channel 4.
 
“Tivemos alguns problemas de confiabilidade, várias coisas com as quais tivemos de improvisar, mas sinceramente sei que, com todos os problemas que tivemos neste ano, quinto [lugar no Mundial de Construtores] não é o que queremos ser, não somos tão ruins e tem de haver uma motivação para fazermos melhor”, disse.
Cyril Abiteboul admitiu que a Renault está devendo performance na F1 (Foto: Renault)
“Precisamos eliminar todas as coisas estúpidas que fazemos e também ter um carro melhor no ano que vem. É justo dizer que não fazemos exatamente o que deveríamos em termos de competitividade e performance”, admitiu.
 
Entretanto, Abiteboul entende que o cenário atual está longe de ser catastrófico. “Estamos um pouco atrás do objetivo, era para sermos quartos e estamos em quinto, mas isso não significa que o mundo vai acabar. Às vezes, a mídia exagera e nos pressiona um pouco”.
 
“Os últimos 12 meses não foram fáceis, tivemos várias mudanças na direção e no governo, sabemos que na F1 tudo depende de quem tome as decisões”, completou.
 
Sobre o futuro, o engenheiro francês deixa a decisão para a cúpula da fábrica, mas mostra otimismo em continuar no grid após o fim da próxima temporada. Na visão de Abiteboul, a Renault tende a continuar caso pontos nevrálgicos do novo regulamento, sobretudo no que diz respeito a redução de custos, sejam aprovados.
 
“Estamos comprometidos, como todos, até o fim de 2020. A partir de 2021, novos termos serão examinados pelo nosso conselho, assim como as demais marcas, e vai ser decidido se vamos continuar ou não, mas tudo aponta na direção correta: a norma econômica e o teto orçamentário vão melhorar nossa competitividade”, disse.
 
“Uma melhor distribuição do dinheiro vai reduzir os custos à Renault, vai ser muito positivo para nós. Se estamos hoje na F1, espero e acredito que, com condições melhores, todos tenhamos motivos para, a longo prazo querer estar ali também lá”, concluiu.

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