Chefe afirma que Mercedes tenta “desviar o foco” ao colar rótulo de favorita na Red Bull

Pouco depois do desfecho do GP da Emília-Romanha, vencido por Max Verstappen no domingo passado em Ímola, Toto Wolff, chefe da Mercedes, foi claro à emissora britânica Sky Sports: “Ainda não temos um carro e uma unidade de potência que se iguale à Red Bull Honda”. Entretanto, o comandante da equipe taurina, Christian Horner, entende que o posicionamento da rival faz parte de um jogo de cena para desviar o foco e colocar pressão na Red Bull.

Em entrevista à revista britânica Autosport, Horner disse que ainda é muito cedo para se estabelecer uma imagem cristalina da ordem de forças entre as duas protagonistas da temporada 2021 da Fórmula 1. E lembrou que a Mercedes, com todo o seu histórico vitorioso desde 2014, só pode ser considerada a favorita a mais um título no Mundial.

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“É claro que isso é usado para tentar colocar expectativa e tentar criar pressão. É claro que Toto vai, inevitavelmente, tentar rotular a Red Bull como a favorita. Mas simplesmente não creio que somos os favoritos, para ser bem sincero contigo. Enfrentamos uma equipe que foi sete vezes consecutivas campeã mundial. Você não precisa ser um cientista para calcular as chances: eles vão dizer quem é o favorito”, declarou o ex-piloto britânico.

“A Mercedes nos rotula como favoritos, e Toto obviamente está muito interessado em desviar o foco. Mas isso é um tanto míope. Quando você olha para trás, eles são sete vezes campeões do mundo, e tiveram um teste [de pré-temporada] ruim. O carro deles foi tão rápido quanto o nosso no Bahrein, e a degradação dos pneus me parece bem boa”, explicou.

Horner pediu um pouco mais de tempo para entender o patamar de cada uma das postulantes ao título em 2021. “Sempre disse que seriam necessárias de três a quatro corridas para ter um reflexo genuíno da performance e ainda acredito que seja esse o caso. Quando chegarmos ao final [da corrida] em Barcelona, acho que você vai ter uma fotografia muito mais clara”.

Questionado sobre uma das polêmicas deste começo de temporada, a teoria de que as equipes com rake — ângulo de inclinação dos carros — mais alto, como é o caso da Red Bull e AlphaTauri, têm vantagem sobre os de rake mais baixo, como Mercedes e Aston Martin, o chefe da equipe de Milton Keynes disse que a ideia não faz sentido.

“Como tudo na Fórmula 1, tudo funciona em perfeita harmonia com todo o resto. Não há bala de prata, nunca houve. Talvez, alguns circuitos possam ser favoráveis a uma filosofia, talvez outro circuito possa favorecer outra. E se isso acontecer, é ruim?”, concluiu.

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