Mercedes dispara contra “desonestidade” de Masi na final de 2021: “Imperdoável”
Toto Wolff, chefe da Mercedes, voltou a comentar o desfecho polêmico da temporada 2021 da Fórmula 1, quando as decisões de Michael Masi acabaram condicionando a disputa final entre Lewis Hamilton e Max Verstappen no GP de Abu Dhabi
A Fórmula 1 já se aproxima do encerramento da temporada 2024, com apenas mais três corridas pela frente, mas a ferida deixada pela controvérsia na decisão de 2021, entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, ainda incomoda Toto Wolff. O chefe da Mercedes foi novamente questionado sobre os acontecimentos de Abu Dhabi, quando uma série de decisões do então diretor de prova Michael Masi acabou condicionando o desfecho da corrida — que terminou com o título nas mãos do neerlandês.
Segundo Wolff, a controvérsia ainda tem espaço em sua mente, mas muito por conta de Hamilton. Para o chefe, o inglês deveria ter sido o primeiro a conquistar oito títulos mundiais na Fórmula 1, ainda que Verstappen também merecesse o caneco.
“Definitivamente, há um momento em toda semana que eu penso sobre isso. Mas penso mais porque acho que Lewis merecia ser o maior campeão de todos, com oito títulos”, afirmou Wolff no podcast High Performance. “Você pode argumentar sobre aquele ano, mas acho que tanto Max quanto Lewis mereciam ser campeões”, disse.
“Tivemos momentos naquele ano em que Max perdeu pontos que não deveria ter perdido. É só olhar para Silverstone e para a batida em Monza. Os dois mereciam ser campeões naquela tarde particular em Abu Dhabi. Mas foi injusto”, repetiu.
Sobre a própria reação, Wolff fez questão de explicar o momento de raiva em que foi visto logo após o desenrolar dos fatos em Yas Marina. Toto ressaltou a “desonestidade daquele dia”, claramente se referindo a Masi, e admitiu que precisou de algum tempo até conseguir controlar as emoções.
“Eu estava irritado. Não deprimido ou triste, mas irritado. Um indivíduo conseguiu, por meio de uma má decisão, tirar o oitavo título do melhor piloto do mundo. Você precisa colocar isso em contexto. Há ditadores e políticos malucos ao redor do mundo que causam muita dor e danos. Não é algo comparável a Lewis perder o oitavo título”, analisou.
“Foi apenas a raiva do momento sobre uma pessoa, e aquilo me sugou emocionalmente. Até Lewis precisou de alguns dias para ficar bem de novo. Aquilo ainda segue conosco, dada a desonestidade naquele dia. Mas não é algo que ocupe nosso tempo e nos incomode”, garantiu.
Por fim, Wolff disse que tentou aconselhar Masi, mas não teve sucesso. Depois de muitas controvérsias ao longo do ano, em pistas como Inglaterra, Itália, Ímola, Arábia Saudita e Brasil, tudo culminou em uma das decisões mais polêmicas da história em Abu Dhabi, quando o conjunto de regras indicava que a corrida teria de terminar sob safety-car após batida de Nicholas Latifi.
Masi, entretanto, ordenou o reinício da corrida após reorganizar apenas um dos retardatários, em uma atitude que não estava prevista nas regras. Com o objetivo de manter o entretenimento até a última volta, o resultado foi um Verstappen com pneus muito mais novos atrás de Hamilton. No reinício, na última volta, o neerlandês tomou a ponta para vencer.
“Eu realmente tentei falar com Masi e ser um mentor ao longo do ano. Eu disse a ele: ‘Escute, estou no esporte há muito tempo. Ouça os pilotos. Não seja teimoso e arrogante quando tomar decisões’. Tentei fazer isso pelo bem do esporte e, é claro, por nós como equipe. Assim, não ficaríamos vulneráveis a situações que poderiam dar errado. Mas o que aconteceu foi simplesmente imperdoável”, salientou.
“Sei como ele se sente e sei que não é bom. Mas ele poderia ter pensado ao longo de todo o ano, e algumas pessoas, não apenas eu, tentaram ajudá-lo. Às vezes, você percebe que alguém está fazendo as coisas por si mesmo ou tomando as próprias decisões. Então, não liga mais. Estamos falando sobre isso agora, mas estamos gastando nosso tempo. Não é relevante mais”, finalizou o chefe da Mercedes.
A Fórmula 1 agora volta às pistas para o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 24 de novembro. Depois, realiza corridas no Catar, última sprint do ano, e Abu Dhabi.
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