Chefe da Mercedes marca reunião com novo presidente da FIA para discutir ações de Masi

Toto Wolff vai conversar com Mohammed Ben Sulayem nesta sexta-feira. Em pauta, serão discutidas as decisões tomadas por Michael Masi no GP de Abu Dhabi

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Desde que assumiu a presidência da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e colocou fim à era de 12 anos de governança de Jean Todt, Mohammed Ben Sulayem tem pela frente o desafio de apagar o incêndio causado por Michael Masi nas voltas finais do polêmico GP de Abu Dhabi. O emiradense tem aproveitado os primeiros dias de 2022 para se reunir e conhecer de perto os chefes da Fórmula 1. Nesta agenda está, também, o encontro com o chefe da Mercedes, Toto Wolff, previsto para acontecer nesta sexta-feira (14), informa o site britânico GP Fans.

A conversa de Ben Sulayem com Wolff vem em meio a um processo de investigação sobre as últimas voltas do GP de Abu Dhabi e as decisões controversas tomadas por Michael Masi, em cenário que prejudicou diretamente Lewis Hamilton na luta contra Max Verstappen pelo título.

Dentre as decisões, o acionamento do safety-car e não da bandeira vermelha após acidente sofrido por Nicholas Latifi, a autorização para que apenas os cinco pilotos retardatários passassem por Hamilton para descontar uma volta, deixando o britânico imediatamente à frente de Verstappen e a autorização da bandeira verde logo em seguida, na volta final da corrida.

Toto Wolff vai se encontrar com Mohammed Ben Sulayem na sexta-feira (Foto: Reprodução/Mercedes)

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Segundo a emissora britânica Sky Sports, uma fonte da FIA disse que a “investigação será direta, objetiva e transparente”. A expectativa é que a entidade divulgue o resultado até a primeira reunião do Conselho Mundial do Esporte a motor, em 3 de fevereiro.

Na esteira da negativa da FIA em acatar os protestos da Mercedes e, em seguida, da decisão da equipe de não recorrer junto à Corte Arbitral do Esporte, Toto Wolff criticou o que chamou de interpretação freestyle das regras por parte de Masi.

“Esperamos que a comissão não fique só nas palavras, mas, de fato, com boas ações. E vamos responsabilizá-los por essas ações, pois não podemos continuar em um esporte que deve ser um esporte seguido pelo entretenimento e não o contrário”, disse Wolff. “Ficamos reféns de decisões tomadas com esta finalidade, em todos os campos ― técnico, esportivo ― e, portanto, precisam haver medidas claras em vigor no início da temporada para que cada piloto, cada equipe e os fãs entendem o que acontece ou não”, seguiu.

Mohammed Ben Sulayem tem uma missão espinhosa no início do seu mandato à frente da FIA (Foto: Reprodução/FIA)

“E não foi só o caso de uma decisão ruim. Foi uma interpretação freestyle do regulamento, o que deixou Lewis como um alvo fácil”, desabafou. “Foi enormemente duro para ele e para nós como equipe retirarmos a apelação, pois fomos injustiçados. E os acreditamos profundamente que, na Fórmula 1, o pináculo do esporte a motor, um dos esportes mais importantes do mundo, a justiça esteja sendo feita”, criticou.

Recentemente, a Sky Sports e a BBC revelaram a existência um ‘acordo’ entre Mercedes e FIA. A equipe octacampeã mundial topou abandonar o protesto sobre o resultado final da corrida derradeira do ano passado caso a FIA apresente um relatório completo sobre as ocorrências em Yas Marina, além da demissão de Masi e do diretor-técnico de monopostos, Nikolas Tombazis. A Mercedes, consultada pelas duas emissoras, nega a existência deste acordo.

Fato é que, no começo deste ano, a FIA retirou do seu organograma para 2022 exatamente os nomes de Masi e Tombazis, sendo substituídos por apenas um nome: Peter Bayer, secretário-geral de esporte a motor da entidade desde 2017.

Ainda nos últimos dias de 2021, Wolff reforçou que é preciso uma ampla melhora no sistema de tomadas de decisão por parte da direção de prova. E fez um mea culpa sobre o próprio comportamento ao longo da explosiva temporada, marcada também pela rivalidade com Christian Horner, chefe da Red Bull.

“Tenho o receio de que não seja somente uma decisão de trocar o diretor de prova. Todo o sistema de tomada de decisão precisa ser melhorado”, declarou o dirigente austríaco em entrevista veiculada pelo site holandês RacingNews365.

“Acho que o diretor de prova certamente está sob grande pressão, e parte disso se deve às nossas próprias falhas”, disse o chefe da Mercedes. “Queria uma tomada de decisão mais consistente, algo que poderia ter evitado muitas das controvérsias ao longo do ano. A última foi somente uma decisão de maior impacto. Do ponto de vista esportivo, foi um impacto catastrófico, já que decidiu o Mundial”, lamentou.

“Estou confiante de que todos nós, as equipes, os pilotos, a FIA e o esporte em si, podemos renovar a forma como as decisões estão sendo tomadas e tornar o esporte mais forte. Acho que essas situações, por mais dolorosas que sejam, também são uma chance para melhorar o esporte”, concluiu.

A Mercedes foi a primeira equipe a ligar o motor do carro de 2022 na F1 (Vídeo: Mercedes)
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