Chefe da Mercedes vê “sensível e vulnerável” Hamilton em “evolução que nunca termina”

A parceria entre Toto Wolff e Lewis Hamilton é bastante longa, em termos de tempo de Fórmula 1. Desde 2014 são, respectivamente, diretor-executivo e piloto da Mercedes, e responsáveis direto pelo maior domínio de uma equipe na história do Mundial. Wolff, então, tem conhecimento de causa ímpar para avaliar o heptacampeão. Segundo ele, trata-se de uma pessoa que lida extremamente bem com o fato de ter alta sensibilidade.

Wolff avaliou Hamilton como alguém em constante evolução e desenvolvimento de personalidade e elogiou: não se deixa tomar pelo ego.

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“Nunca conheci uma pessoa bem-sucedida que não fosse sensível. Ser sensível significa que você é vulnerável, mas também significa que você tem um senso [do que acontece ao redor] melhor que os outros, e isso pode ser uma enorme vantagem”, disse em longa entrevista ao jornal inglês The Independent.

“Lewis se desenvolve constantemente, é uma evolução que nunca termine. A personalidade que tem faz com que sempre se questione e, quando alguma coisa acontece, é o primeiro a dizer: ‘Foi um erro meu ou não?’. Isso te põe numa trajetória onde a melhora de si mesmo se torna um fator constante”, avaliou.

“Se você olhar para alguns anos atrás, verá uma pessoa bem menos madura, menos capaz e competente do que a pessoa que está aqui hoje, então nós abraçamos todo esse desenvolvimento e aprendemos um com o outro”, falou.

Outro ponto relacionado a Hamilton é o contrato. Após discussões longas, piloto e equipe acertaram num acordo de somente um ano para este 2021. Desde o começo da temporada, entretanto, o inglês já sugeriu que renovará o contrato novamente. O que se espera é um acordo de pelo menos dois anos. Wolff tentou explicar a mudança.

“Somos todos animais competitivos e, durante a temporada, vamos hibernar, de certa forma. Ursos, panteras e lobos dormem no inverno e, depois, é hora de acordar. É por isso que, assim que o cronômetro é acionado e tudo começa a ficar sério novamente, todos nós prosperamos”, opinou.

“Estaríamos todos um pouco perdidos se não tivéssemos isso no esporte. É um ambiente excepcional em que tudo que fazemos quando isso aqui acabar ficará meio chato. É muito claro que precisamos de reajustes quando saímos da F1”, apontou.

Além dos títulos e comemorações, porém, a relação de Hamilton com Wolff e a Mercedes já viveu seus momentos difíceis, sobretudo durante o pico da rivalidade com Nico Rosberg.

“Trabalhamos em nossa relação após passarmos por alguns pontos mais baixos para chegarmos a este ponto alto e constante. Somos amigos, parceiros, colegas e confiamos um no outro, mas somos honestos e transparentes e nunca há uma agenda paralela. Lewis tem sido capaz de tomar as decisões corretas nos momentos certos, motivar a equipe e ter sucesso. Todos deveriam ouvir a reunião após a 100ª pole dele, na Espanha: agradeceu ao time. Não é um piloto inebriado pelo próprio ego”, concluiu.

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