Chefe vê Ferrari “em crescimento, jovem e com vontade” e crê em novo período de domínio na Fórmula 1

Mattia Binotto entende que o momento atual vivido pela Ferrari é passageiro e remete muito a 1996 e 1997, quando a equipe de Maranello trouxe Michael Schumacher para ser o grande pilar de um momento de reconstrução. A partir do ano 2000, a escuderia italiana dominou a F1, em período que se estendeu por cinco temporadas no Mundial. O dirigente pediu “paciência e apoio” aos fanáticos tifosi

Para uma equipe que começou 2019 indicando que seria a grande força do campeonato, levar de 6 a 0 da maior rival no início da temporada é um revés e tanto para a Ferrari. A escuderia de Maranello é mera coadjuvante do sucesso da Mercedes, que enfileirou vitórias, com direito a cinco dobradinhas consecutivas. Mas Mattia Binotto, chefe do time italiano, consegue enxergar aspectos positivos e entende que tudo é parte de um processo que vai levar a Ferrari a voltar a dominar a Fórmula 1, como aconteceu entre 2000 e 2004, tendo Michael Schumacher como protagonista.
 
O dirigente ítalo-suíço comparou o atual momento da Ferrari com 1996 e 1997. À época, a escuderia contratou Schumacher, da Benetton, a peso de ouro e trouxe Eddie Irvine, da Jordan, como segundo piloto. O time contava com uma estrutura sólida chefiada por Jean Todt, enquanto Ross Brawn, também vindo da Benetton, era outro pilar importante. Os anos seguintes serviram para fortalecer a escuderia. 
 
A partir de 2000, com Schumacher na condição de primeiro piloto e Rubens Barrichello no lugar de Irvine, a Ferrari empilhou títulos durante cinco temporadas, período que consagrou o alemão como o maior vencedor e campeão da história da F1.
Mattia Binotto acredita que a Ferrari vai voltar a dominar a F1 (Foto: Reprodução/Twitter)

Em entrevista ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, Binotto entende que há muitas características parecidas entre a Ferrari de agora e aquela do fim dos anos 1990.

 
“A Mercedes é forte a nível técnico e operacional, mas prefiro comparar a nós com a Ferrari de 1996 e 1997. Uma equipe em crescimento, com bases sólidas. Nós também somos uma equipe jovem e com vontade. Vejo muitas semelhanças com essa época. Temos vontade, visão, talento, paixão e dois grandes pilotos: vejo o impulso que nos levou ao domínio vermelho há quase 20 anos”, comentou o dirigente.
 
Binotto tenta ver uma luz no fim do túnel e entende que é preciso dar moral ao time que tem nas mãos, além de pedir paciência aos fanáticos tifosi. “Lamento o início de temporada que tivemos, mas temos de acreditar em nós. Sei que estamos pedindo muito aos nossos torcedores, que merecem grandes alegrias, mas hoje, mais do que nunca, precisamos de sua paciência e apoio”.
 
Ainda que a Mercedes seja a grande equipe da temporada, o chefe da Ferrari entende que ainda é cedo para fazer uma avaliação do trabalho da sua equipe em 2019. “Esperaria até o fim do ano para fazer um balanço porque as seis primeiras corridas poderiam ter sido muito diferentes. A temporada começou como terminou a anterior e não pior. Na segunda parte de 2018, nosso carro não era tão competitivo como a Mercedes e agora pagamos pelo atraso acumulado”.
Michael Schumacher foi o protagonista dos anos de ouro da Ferrari no início da década de 2000 (Foto: Ferrari)

O chefe da equipe também ressaltou os desafios que tem pela frente, sobretudo visando as grandes mudanças para 2021, e comentou que a Ferrari promoveu uma grande reestruturação nos seus quadros, não apenas com sua promoção ao posto máximo dentro da equipe, mas também em relação a outras funções, sobretudo no aspecto técnico.

 
“Me dei conta que teria de prestar mais atenção ao amanhã para nos prepararmos para os desafios do futuro. Tive de dedicar tempo e identificar as pessoas para que me ajudassem. Não é correto que eu tenha dois cargos e que faça tudo sozinho”, explicou.
 
“Desde janeiro estamos nos reorganizando, já não existe a famosa estrutura horizontal clássica. Identificamos quatro ou cinco figuras que se converteram em meus pontos de referência em áreas distintas. Sou útil para filtrar a informação e pensar no futuro. 2021 está dobrando a esquina com novo regulamento e limite orçamentário, que vai nos obrigar a revisar certos processos de fabricação”, concluiu o dirigente ítalo-suíço.

 

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