Claire Williams diz que equipe é “negócio de família” e revela que pai era contrário à sua presença no time

Filha de Frank Williams, Claire Williams assumiu uma posição de comando próxima ao pai na equipe de F1 da família e revela que sofreu certo preconceito por ser filha do chefe

Anunciada na última quarta-feira como chefe-adjunta da equipe Williams, Claire, filha do fundador do time, Frank, revelou que seu pai sempre foi contrário à presença dos filhos no dia a dia da escuderia que venceu sete títulos do Mundial de Pilotos e nove do Mundial de Construtores em sua história. A dirigente de 36 anos iniciou a carreira trabalhando na assessoria de imprensa do circuito de Silverstone e foi aceita na Williams com alguma resistência de Frank, mas, depois disso, cresceu internamente até chegar ao posto que ocupa hoje.

Em entrevista ao jornal britânico ‘The Sun’ neste fim de semana, Claire contou que ela e seus irmãos nunca fizeram parte do cotidiano da Williams. Ela também disse que o time é o negócio da família e que vai trabalhar para que continue assim e que algumas pessoas a veem com certo desdém pelo fato de se tratar da filha do chefe.

Claire Williams está a um passo de ser a segunda mulher chefe de equipe na F1, depois de Monisha Kaltenborn, da Sauber (Foto: Williams)

“Todos assumem que eu queria seguir Frank no automobilismo, mas ele nunca quis que eu estivesse aqui. Ele tem três filhos e nunca quis nenhum deles nas corridas e nós aceitamos isso perfeitamente”, declarou a nova comandante da Williams. “É o trabalho do papai. Ninguém mais leva os filhos para o trabalho, então porque ele deveria?”, indagou.

Após três anos trabalhando em Silverstone, veio o convite do Diretor de Marketing da Williams para que ela trabalhasse com a equipe. “Eu o disse que ele devia estar brincando, já que Frank nunca deixaria”, admitiu. “Disse para ele me ligar de volta uma vez que tivesse falado com Frank, e ele falou ‘você estava certa, seu pai disse nem fodendo que ela vai pegar o trabalho’”, continuou.

“Três meses depois, ele conseguiu persuadir Frank e eu recebi uma proposta para fazer um teste de seis meses, que é o dobro do período comum. Isso foi há dez anos e Frank foi duro comigo, mas sempre correto”, completou a história.

Dentro da equipe, não era só com o pai que ela precisava lidar. O fato de ser mulher e filha do chefe criou alguns obstáculos extras: “Eu nunca achei difícil lidar com isso, mas sempre estive consciente [de gente que pensava que só consegui o trabalho por causa do Frank]. Se você está sempre se esforçando para trabalhar, prova para as pessoas que não é só por causa disso”.

Hoje, ela pensa que o histórico chefe de equipe, que completará 71 anos em 2013, gosta de tê-la por perto. “Acho que agora ele gosta de ter alguém da família ao lado dele. É uma empresa da família e ele tem alguém em quem pode confiar”, assegurou. E o que Claire deseja é que a Williams continue com a mesma filosofia de sempre: “Uma das características da companhia é que esse é um negócio de família e queremos continuar assim. Isso passa por meio dos negócios, mas o legado é uma grande responsabilidade e você não quer jogar fora”.

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