Cofundador da March e com passagens por F1, Indy e até futebol, Robin Herd morre aos 80 anos

Robin Herd foi um dos quatro fundadores da March, equipe com passagem marcante pela F1 e que fez chassis vencedores na Indy. O inglês de 80 anos morreu na Inglaterra

A F1 e o automobilismo em geral perderam mais um nome importante. Na noite desta quarta-feira (5), Robin Herd morreu após uma longa batalha contra o câncer aos 80 anos. O inglês de Oxford teve passagem marcante com chassi na Indy, dirigindo clube de futebol, mas foi como cofundador da March, na F1, que mais se destacou.
 
Sempre ligado com esporte, Herd quase virou jogador de críquete, mas abriu mão de uma proposta para jogar em Worcestershire e seguiu em Oxford para fazer seus estudos. Se formou em física e engenharia e trabalho no design do avião supersônico Concorde até que, em 1965, migrou para a F1.
 
Indicado pelo ex-colega de turma e piloto da F1 Alan Rees, assumiu um cargo de engenheiro da McLaren e por lá ficou até 1968. Fez o primeiro carro, o M2A, com o uso de um material compósito chamado Mallite, para dar mais rigidez e resistência à estrutura do chassi.
Robin Herd e Max Mosley na March (Foto: Reprodução/Twitter)

O M2B, carro com que a McLaren estreou no GP de Mônaco, primeiro daquela temporada, também foi construído em monocoque de Mallite e Alumínio, passando então para os projetos mais evoluídos como os modelos M4B, M5A e M7, usados até 1968, quando deixou a equipe – não sem antes projetar o belíssimo M6A Protótipo para a Série Can-Am.

 
Projetou para a Cosworth um carro de F1 com tração nas quatro rodas e foi chamado por Frank Williams para atualizar um chassi Brabham BT26 antes que, em 1969, começasse sua maior aventura e onde mais ficou marcado. Ao lado do mesmo Rees, de Max Mosley e Graham Coaker, fundou a March Engineering, equipe que vive até hoje no imaginário de muitos fãs da F1 dos anos 1970.
 
Entre idas e vindas, a March competiu na F1 em três períodos – o primeiro entre 1970 e 1977, o segundo entre 1981 e 1982, e o terceiro entre 1987 e 1993. Mas aí Herd já havia vendido a companhia – não sem antes ter um curto período como diretor técnico da ATS, em 1978.
 
De longe, o primeiro período foi o mais proveitoso, com três vitórias na categoria máxima do automobilismo mundial: com Jackie Stewart no GP da Espanha de 1970, com Vittorio Brambilla na Áustria em 1975 e com Ronnie Peterson no GP da Itália de 1976. No total, foram 197 corridas com os três triunfos, cinco poles e 21 pódios.
Jackie Stewart com a March em 1970 (Foto: Forix)
Além de se aventurar na F2, na F3 e no SportsCar, a March também tentou a sorte na Indy e, ao rivalizar com a Lola, fez o chassi vencedor de nada menos que cinco edições consecutivas da Indy 500 entre 1983 e 1987 com as lendas Tom Sneva, Rick Mears, Danny Sullivan, Bobby Rahal and Al Unser. Aliás, a Indy era para ser a despedida de Herd no esporte, mas o projeto de 1999 na então IRL não foi para frente. 
 
Em 1995, antes de tentar se despedir das pistas, Herd mudou de esporte e virou chefão do modesto Oxford United. Foi com ele que a equipe chegou até a segunda divisão local, hoje chamada de Championship. O projeto no clube, que fechou em 2019 na 12ª colocação da League One – a terceirona inglesa – durou pouco, mas Robin recebeu uma homenagem do time.
 
"Robin deixou a equipe em 1998, mas sempre será relembrado por todos daqui e nossos pensamentos estão com a família nesse momento triste", disse a nota do Oxford.
 

 

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.