Coluna Apex, por Andre Jung: Domínio do fato

Declaro que os detratores invejosos que vem vaiando Vettel nas comemorações de suas vitórias (vândalos?), sejam sumariamente condenados pelo crime de quadrilha e esculhambação.

Invoco pretensiosamente a inusitada tese que embasa o espetáculo do mensalão para expressar minhas considerações sobre a superioridade do piloto Sebastian Vettel e seu energético automóvel.

Fato 1

A expressão “sujeito certo, na hora certa, no lugar certo” é recorrente para explicar assombros de superioridade e conquistas. Dos campos militar e esportivo ao ambiente de negócios, ela ajuda a entender a equação que produz o êxito sustentável.

(Ilustração: Marta Oliveira)

Vettel chegou à Red Bull quando a equipe finalizou seu processo de arrumação. Depois de ingressar no time austríaco, Adrian Newey teve muito trabalho até modernizar os processos e formar uma equipe sólida e eficaz no quartel general, período em que os resultados não foram expressivos.

Enquanto isso, o jovem prodígio já havia deixado sua marca ao ser o piloto mais novo a pontuar, quando foi chamado pela BMW (EUA, 2007) para substituir Robert Kubica, que havia sofrido um violento acidente no Canadá. O time alemão, no qual desde 2006 Vettel ocupava a vaga de terceiro piloto, cochilou, e a Red Bull, que sempre o tivera no seu raio de influência, correu para garantir a exclusividade dos seus serviços, colocando-o na Toro Rosso, time-escola.

E o investimento foi ironicamente recompensado no GP da Itália, quando pela primeira vez um carro com as cores do energético venceu, e não foi um carro do milionário time principal, mas, sim, uma Toro Rosso! Largando da pole! A Red Bull (ainda que com time B) já sabia vencer e já tinha um vencedor.

É importante lembrar que o regulamento ainda estava um tanto vago, e a Toro Rosso, com o chassi da lavra de Newey, nada mais era que um Red Bull, empurrado por uma motorização Ferrari.

Fato 2

O campeonato de 2009 marcou uma grande mudança na F1. Ross Brawn viu uma brecha no regulamento e preservou o downforce que as regras eliminavam através do famoso difusor duplo. Ponto pra ele, mas quem de fato entendeu o novo conceito foi Adrian Newey. No final da temporada, adaptados ao achado de Brawn, os Red Bull mostravam as garras.

Fato 3

Vettel foi errático na primeira parte da temporada 2010. A Red Bull também teve problemas de confiabilidade, mas ninguém evoluiu tanto quanto o time de Mateschitz. No final, Webber sofreu um acidente feio, praticando mountain-bike na Austrália, e ficou impotente, vendo Vettel desfrutar da melhora do carro e dos vacilos da Ferrari para levar o título na última corrida.

Fato 4

O time que tem o melhor carro, também tem o pit-stop mais eficiente. Em que pese o assustador acidente recente com Webber, que acabou ferindo um cinegrafista da FIA, é fácil notar a precisão com que a equipe trabalha. Vettel, piloto que faz a estratégia funcionar como poucos, também colabora para que a engrenagem trabalhe sem estresse.

Fato 5

É parte da habilidade dos grandes cercar-se dos melhores. Foi assim com Fangio, Clark, Senna, Prost, Piquet e Schumacher. Os pilotos campeões chegam às grandes equipes e encontram espaço para exercer seu engenho.

Diante dessa lista factual incontestável, declaro que os detratores invejosos que vem vaiando Vettel nas comemorações de suas vitórias (vândalos?) sejam sumariamente condenados pelo crime de quadrilha e esculhambação.

Enquanto isso…

…um certo alívio deve rondar os departamentos de projeto das equipes, irrigados com o fim das esperanças para 2013…

…as nanicas já foram sim “de outra categoria”, hoje andam por volta de 2 segundos mais lentas, e continuam a evoluir.

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