Coluna Apex, por Andre Jung: O touro indomável

A vitória de Sebastian Vettel fez crescerem muito suas chances de título, mas quem sorri com o duelo entre o alemão e Lewis Hamilton é o líder, Fernando Alonso

As luzes piscantes do capacete de Sebastian Vettel pareciam refletir o estado de ânimo do piloto enquanto levava seu Red Bull de volta para os boxes. Depois de conquistar o título de 2010 partindo de uma situação parecida, suas esperanças de cravar o tricampeonato estão em alta.

Mas a vitória de Vettel também expõe outra realidade, a de que tanto Red Bull-Renault quanto Mclaren-Mercedes têm graves problemas de resistência.

(Ilustração: Marta Oliveira)

Já não é de hoje que carros de ponta raramente quebram na F1. Mantendo esse padrão, a Ferrari-Ferrari (não resisti) tem feito a sua parte para que Alonso chegue sempre ao final – caso não encontre um Grosjean no caminho. O mesmo não se pode dizer dos comandados de Whitmarsh e Mateschitz.

Assim, além de sair de Cingapura sem a vitória que merecia, Hamilton volta a passar o bastão de desafiante para Vettel, enquanto Alonso segue contando com a dura batalha entre os dois, que vez por outra deixa um pelo caminho, para preservar boa margem na liderança.

O final da temporada levanta muita preocupação quanto ao destino dos pilotos brasileiros. Nesse momento, parece que Massa tem mais chances de manter seu cockpit em 2013, mas, para Senna, a situação é bem mais complicada.

A Williams certamente tem consciência de que, embora tenha construído um carro bom, vai avançar muito pouco na tabela de construtores, e essa responsabilidade é debitada na conta dos pilotos, aqueles contratados pela equipe. Barrichello, que teve um ano difícil se adaptando à Fórmula Indy, caso permanecesse com o time, já teria garantido uma pontuação bem maior.

Senna sabe guiar, mas precisa de tempo para ganhar consistência. A questão é que não se pode mais treinar e ele tem de amadurecer lidando sempre com muita pressão: não anda no primeiro treino da sexta, quando é o pupilo do chefe da equipe que guia, e, no momento que senta no carro, já sai em desvantagem em relação a Maldonado.

Esse então. . .  desde sua surpreendente vitória, nove corridas atrás, nunca mais pontuou. É rápido como poucos, mas vive metido em quebras, punições e acidentes. Acho que o venezuelano devia mudar seu nome de Pastor Maldonado para Pastor Bemdonado!

Bruno precisa muito encontrar vaga em outra equipe, e o apoio de Bernie e da Rede Globo é parte do arsenal necessário para manter o nome Senna na categoria.

E o Schumacher? Que vacilada! Acho que atribuir esse problema à idade é bobagem. Numa análise fria, ele tem sido tão ou mais rápido do que Rosberg nesse ano, o que não havia conseguido nas duas primeiras temporadas do seu retorno, e não dá para ser mais rápido com menos reflexo. Portanto, acho que não é esse o X da questão.

Mas sua eficiência não permanece, e aí, diversas causas podem ser apontadas. Quanto à resistência física, ele parece inteiro ao final das provas, que, diga-se, hoje em dia são muito menos desgastantes do que há cinco, seis anos atrás. A superioridade de antes é que simplesmente não existe mais.

Há uma geração muito talentosa na pista nesse momento, que nasceu e cresceu em sintonia com a tecnologia aplicada aos carros de hoje, que tem intimidade para desfrutar dos simuladores antecipando circunstâncias e preparando carro, pilotagem e estratégias para cada GP.

Enfrentar esses competidores, com os recursos de seu tempo, não é tarefa fácil. Schumacher é um grande lutador.

Enquanto isso…

…fico pensando se lá no país do Grosjean está acontecendo um escândalo porque a Lotus “avisou” que Raikkonen era mais rápido que ele…

…aliás, mantendo um excelente terceiro posto na tabela, o finlandês mostra que lenha pra queimar é o que não falta no seu paiol …

…entre os jovens promissores da temporada, Sergio Pérez é o destaque, mas Paul di Resta, que veio do DTM para a F1, numa prova do alto nível do turismo alemão, impressiona também.

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