Coluna Apex, por Andre Jung: Tempo de mudança

Kimi Räikkönen é imprescindível para a F1, mas a Ferrari está certa em trocá-lo por Charles Leclerc - é preciso mexer na zona de conforto da equipe para continuar a lutar com a Mercedes

Lewis Hamilton está guiando o fino – merecedor das especulações que tem despertado sobre ocupar o lugar de maior da história. É um grande piloto e um personagem emblemático. Do garoto que chegava à poderosa McLaren para fazer dupla com Fernando Alonso, para o popstar “cascudo" de hoje, muito champagne rolou. Lewis Hamilton 2018 é um produto pronto, perfeito para o mundo digital, imagético e midiático.

Campeoníssimo, com um certo tom dramático, tem muitos torcedores (e detratores) mundo afora. No entanto, aquele que ocupa o papel de piloto mais querido da categoria é, de certa forma, um inverso do inglês; um “coroa”, introvertido, de pouquíssimas palavras, que já viveu seus dias melhores atrás do volante.

Kimi Räikkönen é o anti-herói, adorável e imprescindível para desmascarar a encenação que, via de regra, impera no ambiente dos grandes eventos. Seu carisma e empatia sopram as brasas dos nossos melhores valores.

Tudo isso para dizer que a Ferrari está certa em abrir espaço para Charles Leclerc. Em 2017, rivalizaram de verdade com a Mercedes – e poderiam, tivessem errado menos, ter levado a decisão até o final. A derrota, porém, não foi tão amarga: esse ano, com um carro muito bom, estão perdendo o campeonato para um piloto melhor, assistido por melhores estrategistas.

Mudar a dupla de pilotos e mexer na zona de conforto que tem mantido (um ainda que decepcionante) Vettel tranquilo no posto de líder da equipe se faz muito necessário. Se o jovem Leclerc será capaz de rivalizar com o alemão nos resultados, é uma incógnita que diante do quadro estagnado em que a Ferrari se encontra, é preciso assumir.

(Ilustração: Marta Oliveira)

A meu ver,  Daniel Ricciardo teria sido uma grande opção. Mas parece que Vettel, precavido, vetou o australiano. No entanto, Charles Leclerc parece mesmo um fora de série, e nesse sentido é preciso abrir espaço para esses meninos que vem com um chip "último tipo".

Assédios da Ferrari estariam por trás do acordo longo e precoce que a Red Bull fez para segurar seu 'golden boy' Max Verstappen – quiçá agora tenham forjado um rival à altura em seu próprio quintal.

Enquanto isso…

… a Toro Rosso ainda tem dois cockpits vagos, com uma miríade de candidatos – entre eles Robert Kubica, que não tem muita esperança de ascender ao posto de titular na Williams.

…o time de dona Claire, sem dinheiro, sem suporte, hoje tem a vaga disponível para preservar o talentoso Esteban Ocon, protegido da Mercedes, no grid de 2019.

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