Coluna Apex, por Andre Jung: Trinity ainda é meu nome
A McLaren começou a temporada com o melhor carro do pelotão, aí foi descendo a ladeira, para no meio da temporada, retomar o bastão. Três vitórias consecutivas, com direito a primeira fila na Itália, não deixam dúvida sobre a superioridade de seus carros. Agora Hamilton volta a ser o desafiante e, caso a McLaren mantenha a performance, será candidato à vitória em todas as provas
A sequência de duas provas disputadas em circuitos clássicos (e ainda preservados) formada por Spa e Monza se fez valer, e o GP da Itália foi mais uma das boas provas da temporada, cheia de adrenalina e com um resultado que, além de manter o campeonato aberto, também foi rico em simbolismo.
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Nada como um dia após o outro, ou melhor, uma semana após a outra. Eliminados em Spa, no strike produzido por Grosjean, Hamilton, Pérez e Alonso eram só sorrisos no pódio italiano.
Em verdade quis o destino que fôssemos privados de assistir uma batalha que se anunciava espetacular. Por milésimos, volta a volta, Alonso e Hamilton se revezavam nas voltas mais rápidas, com ligeira vantagem para o espanhol. Com a quebra da barra estabilizadora no Q3, Fernando foi alijado da disputa pela vitória. Correu para diminuir o prejuízo e como faz isso melhor do que ninguém transformou a décima posição no grid em pódio na bandeirada.
O espanhol também protagonizou o momento mais eletrizante da corrida, ao controlar sua Ferrari com as quatro rodas na grama numa curva de 300km/h. A maior parte dos cronistas lembrou que na corrida do ano passado, Vettel passou Alonso ali mesmo, colocando duas rodas na grama, por conta da falta de espaço.
A meu ver a punição foi justa, o movimento de Vettel foi brusco, numa hora muito perigosa. Alonso teve sangue frio e manteve o carro sob controle, mas o risco foi muito grande.
A McLaren começou a temporada com o melhor carro do pelotão, aí foi descendo a ladeira, para no meio da temporada, retomar o bastão. Três vitórias consecutivas, com direito a primeira fila na Itália, não deixam dúvida sobre a superioridade de seus carros.
A propósito, essa história de jogo de equipe já encheu o saco. Alonso is faster than you! Quando essa célebre frase foi proferida, o nosso mundo caiu de pau malhando o Massa, como se ele tivesse entregado um vitória certa para o preferido do patrocinador.
O Mundial de Construtores é que esquentou de vez. Mesmo sem brilho, a Red Bull (272 pontos) vinha preservando uma sólida liderança, tudo isso por ser a única das grandes a ter seus dois pilotos na parte de cima da tabela. Mas como em Monza nenhum de seus carros cruzou a linha de chegada, McLaren (243), Ferrari (226) e Lotus (217) aproveitaram para se aproximar. Se Massa mantiver um desempenho razoável, como o que teve na Itália, no resto da temporada, a Ferrari pode vir a levar também essa taça.
A Sauber também pode ambicionar o posto da Mercedes, como quinta força da temporada, assim como a Williams tem a Force India como adversária na tabela. Entre os motores, a Renault, severamente criticada pela Red Bull no final de semana, por mais uma quebra de alternador, segue na frente com boa margem, somando 543 pontos contra os 432 da Mercedes e os 338 da Ferrari.
A formação das duplas de pilotos para 2013 permanece aberta e o que Hamilton vai resolver será a cartada que vai iniciar ou bloquear as transações, caso saia da McLaren. Uma dança das cadeiras deve começar e são muitos os que torcem para ver Kimi Räikkönen, que mais uma vez fez o melhor que seu carro permitia, ocupar a vaga do inglês.
Enquanto isso…
… o futuro do mito Kamui Kobayashi permanece incerto…
… ofuscado pelo desempenho surpreendente de Sergio Pérez, que em nenhum momento deixa parecer ser um novato, o japonês precisa de bons resultados para preservar sua vaga…
… Webber voltou a ser o piloto mediano do ano passado.