Coluna Rookie Text, por Douglas Borges: Felipe

Não estou dizendo que Felipe não será campeão na F1 nunca. Só estou dizendo que é preciso separar as coisas. Até que ponto estamos ponderando sobre os fatos e até que ponto estamos falando como simples brasileiros, exercendo o famoso pachequismo?

Felipe Massa deixou a Ferrari depois de oito temporadas (Foto: Williams)

Depois de um longo e tenebroso inverno, ao menos na Europa, a temporada 2014 da F1 está prestes a começar. Os pilotos, equipes e carros já estão a caminho de Melbourne para a etapa inaugural do Mundial, um dos mais aguardados dos últimos tempos. Eu, particularmente, com tenros 17 anos, nunca me vi tão ansioso para o início de um campeonato.

Mudanças fundamentais no regulamento e uma dança das cadeiras que mudou completamente o panorama na maioria das equipes de ponta dão a tônica da temporada, que promete ser a melhor em muitos anos.

E uma das movimentações mais comentadas no mercado de pilotos foi a transferência do brasileiríssimo Felipe Massa para a lendária equipe de Sir Frank Williams. Se já se tratava de uma transferência bem comentada em âmbito mundial, o que dizer das reações em terras tupiniquins? Descomedidas, talvez. Com a subsequente reformulação técnica da Williams para 2014, que contratou vários engenheiros importantes de equipes como Lotus e Red Bull, o futuro já se apresentava cada vez mais promissor.

Pois então vieram os testes pré-temporada. E, bem, a Williams não decepcionou aqueles que acreditavam em seu potencial. Muito pelo contrário. Foi muito bem e se colocou entre as favoritas para vencer o Mundial, além de fornecer a Massa uma segunda chance de ser campeão.

Mas alto lá. Isso tudo carrega um tom de patriotismo, de renascimento, o emocional acima do racional. Felipe Massa realmente tem chances de vencer o campeonato ou isso não passa de um devaneio patriótico, onde colocamos nossas vontades acima do raciocínio lógico? Perdoe-me, mas não sei.

Às vezes, eu me pego divagando sobre Felipe sendo o campeão mundial, vingando o Mundial de 2008 (embora “vingar” seja um termo muito forte). Vencendo corridas e levantando troféus, guiando seu poderoso Williams Martini e recolocando o Brasil no topo do automobilismo mundial. Mas também penso se não estamos criando expectativas demais, baseadas apenas em alguns poucos testes e muitas suposições.

Vamos admitir: a folha de tempos nunca foi tão importante em testes pré-temporada. Apenas uma base, um norte para o qual apontar. Olhar a tabela e sacramentar que Felipe Massa será campeão em 2014 apenas em função disso seria uma leviandade sem tamanho. Uma prova disso é que Sebastian Vettel jamais liderou um teste pré-temporada nos anos em que foi campeão.

Somos levados pela nostalgia, também. Que nesse caso é dupla. Williams e Martini carregam místicas poderosas consigo, sendo sinônimos de vitória. Todos queremos rever essas duas grifes de volta ao degrau mais alto do pódio. E se for com Felipe, melhor ainda, um triplo comeback.

Não estou dizendo que Felipe não será campeão na F1 nunca. Só estou dizendo que é preciso separar as coisas. Até que ponto estamos ponderando sobre os fatos e até que ponto estamos falando como simples brasileiros, exercendo o famoso pachequismo?

Independente de tudo, torço para que Felipe tenha sucesso nessa nova etapa da carreira (e que vença, por que não?). A mudança de ares foi muito bem vinda, e fez muito bem a ele. O começo do Mundial está logo aí, e que ele me force à reescrever essas linhas, comentando sobre a ascensão de Massa, Williams, Martini e cia. Boa sorte.

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