Com filho ainda em coma, pai de Bianchi diz que situação “é mais terrível do que se ele tivesse morrido”

Jules Bianchi segue em coma nove meses após o grave acidente que sofreu no GP do Japão de 2014, em Suzuka, e seu pai, Philippe Bianchi, uma vez mais falou sobre o sofrimento que vive: “Sinto que estamos enlouquecendo”

A “tortura diária” da família de Jules Bianchi continua. Philippe Bianchi, pai do piloto francês, voltou a usar estas palavras para descrever o sentimento por ver o filho ainda em coma nove meses após o grave acidente do GP do Japão de 2014, em Suzuka. A lenta e improvável recuperação o faz pensar que teria sido menos cruel lidar com a morte de seu herdeiro.
 
Bianchi perdeu o controle de sua Marussia na chuva no fim do GP do Japão e saiu da pista. Na área de escape, atingiu o trator que fazia o resgate da Sauber de Adrian Sutil, sofrendo um forte impacto na cabeça. A consequência foi a lesão axonal difusa que o mantém em coma até hoje. Ele permaneceu internado por mais de um mês no Japão antes de ser transferido, em novembro, para Nice, na França.
Jules Bianchi continua internado e em coma na França (Foto: Marussia)
Philippe Bianchi, que já falou diversas vezes sobre o assunto, deu uma nova entrevista à ‘France Info’ nesta segunda e reforçou: a situação é “insuportável”.
 
“É insuportável, é uma tortura diária. Às vezes, sinto que estamos enlouquecendo, pois, para mim, certamente é mais terrível do que se ele tivesse morrido”, declarou.
 
“O tempo passa, e agora estou mais otimista do que estava dois ou três meses depois do acidente, quando sabíamos que poderíamos esperar por uma reviravolta. Em algum momento, você precisa ter os pés no chão e perceber quão séria é a situação”, continuou.
 
Ele também teme que, se eventualmente seu filho se recuperar, tenha de conviver com sequelas graves.
 
“Temos certeza de que não é o que ele gostaria. Conversamos sobre isso. Ele disse que, se tivesse um acidente parecido com o do Michael Schumacher, se simplesmente não fosse capaz de pilotar novamente, seria muito difícil aceitar. Era a sua vida”, concluiu.
Jules Bianchi (Foto: Getty Images)
Estudos apontam que a LAD é uma lesão ampla e devastadora e que mais de 90% das pessoas ficam em estado de coma definitivo, segundo a Bibiloteca Nacional de Medicina dos EUA. Caso se recuperem, as sequelas são como demência e ataxia, transtorno neurológico caracterizado pela falta de coordenação de movimentos musculares voluntários, são comuns. A lesão ainda causa um aumento de pressão intracraniana, daí o coma ser geralmente prolongado. Os casos apontam uma taxa de mortalidade relativamente considerável, de 33%.
 
A lesão axonal difusa também não é provocada por uma pancada direto na cabeça, como um traumatismo craniano natural, apontam especialistas. Mais complexa, a LAD surge quando o cérebro se desloca para trás, para frente ou para os lados do crânio de forma violenta. Os movimentos podem ser causados por aceleração ou desaceleração.

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