Com Pérez, Leclerc e Ricciardo colados, briga por 4° lugar segue incerta no Bahrein

Três pilotos separados por 4 pontos. A briga pelo quarto lugar no Mundial não vale nada concreto, mas está apertada e promete imprevisibilidade até a linha de chegada em Abu Dhabi

Os campeões da Fórmula 1 2020 já estão definidos, com Mercedes triunfando no Mundial de Construtores e Lewis Hamilton no de Pilotos. Os vices ainda não são oficiais, mas estão bem encaminhados – Red Bull e Valtteri Bottas, respectivamente. Ainda faltam três corridas, só que está enganado quem pensa que a categoria apenas cumpre tabela: além da já aclamada disputa entre três equipes pelo terceiro lugar, há também um trio que promete brigar de igual para igual pela condição de quarto melhor piloto do ano.

O trio em questão é Sergio Pérez, Charles Leclerc e Daniel Ricciardo. Respectivamente com 100, 97 e 96 pontos, os três estão em pé de igualdade com três corridas restando. É uma briga mais simbólica do que qualquer outra coisa, já que o quarto colocado nem para a festa de gala da FIA vai, mas que serve como bom prêmio de consolação para oponentes que vivem momentos bem distintos da carreira.

Pérez, 100 pontos, surge com favoritismo sutil, já que tem mais pontos e vive o melhor momento em 2020 após o pódio na Turquia. O carro da Racing Point já não é tão superior ao das outras equipes do pelotão médio, mas talvez seja ainda o melhor nos GPs do Bahrein e de Abu Dhabi, em pistas de características semelhantes. A exceção é o GP de Sakhir, no anel externo, que é um grande mistério até aqui. Sergio parece capaz de confirmar o quarto lugar se mantiver a receita do ano inteiro: regularidade, com pontos em cada GP disputado.

Pérez ganhou fôlego na luta pelo quarto lugar no Mundial (Foto: AFP)

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Independente do que aconteça, 2020 só não será o ano de melhor resultado final de Pérez em caso de desastre. O mexicano nunca foi além do sétimo lugar no Mundial de Pilotos, alcançado em duas ocasiões. A implosão da divisão de forças existente entre 2016 e 2019 permitiu um salto inesperado. A simples possibilidade de chegar ao quarto lugar é bem mais do que se imaginava no começo do ano.

Deixando Pérez de lado, falamos sobre um Leclerc que vive momento muito diferente. Em quinto com 97 pontos, o monegasco pode no máximo empatar com o resultado final no Mundial de 2019, quando foi quarto. E em condições quase opostas: se num ano o piloto somava poles e vitórias com frequência, no outro a briga é por qualquer migalha que a Ferrari permita.

Um começo de 2020 muito forte, com dois pódios inimagináveis, garantiu Leclerc na briga pela condição de ‘melhor do resto’. A evolução recente da SF1000 consolidou essa possibilidade, com três top-5 seguidos. A falta de um pódio desde agosto não chega a fazer tanta falta.

O que pesa contra Leclerc é a impressão de já estar batendo no teto. Os três protagonistas da disputa estão muito bem, mas Charles é o único que precisou de esforços realmente hercúleos para seguir no páreo. Não é impossível manter esse ritmo no Oriente Médio, mas talvez seja pedir demais.

Charles Leclerc vem logo atrás de Sergio Pérez (Foto: Beto Issa)

Ricciardo, 96 pontos, é outro que não vive momento inédito na carreira. O australiano foi terceiro colocado no Mundial de 2016 e não tem chances de igualar isso em 2020. Um quarto lugar, entretanto, seria a coroação de uma temporada surpreendente boa. Quem esperava um piloto escanteado em sua própria equipe, contando os dias para se mandar para a McLaren, foi surpreendido por uma série de bons resultados. Os dois pódios falam por si, impulsionando uma campanha próxima da perfeição.

Há um fator, entretanto, que pode complicar a ofensiva final de Ricciardo: a confiabilidade. Já são cinco abandonos na Renault no ano por falhas no motor, quatro desses através de Esteban Ocon. O australiano tem dado sorte, mas não pode se fiar por isso. Uma única quebra em qualquer um dos últimos três GPs seria suficiente para ameaçar até mesmo a esperança de um top-5 no Mundial.

Esses três não são os únicos com chances matemáticas de terminar o Mundial em quarto, mas são os favoritos. Carlos Sainz Jr. e Lando Norris, respectivamente com 75 e 74 pontos, vão precisam de uma combinação especial de resultados para cortar uma vantagem de 25 e 26 pontos para Pérez. De Albon, com 70, para trás, só com intervenção divina.

Pode parecer uma briga que não vale nada, mas é motivo para ficar nas posições do pelotão médio. Pérez, Leclerc e Ricciardo podem ser a chance para a emoção nesse fim de ano.

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