Com Sette Câmara e Fittipaldi como exceções, não há garantia de ver Brasil de volta ao grid tão cedo

Em menos de uma semana, o Brasil conseguiu se recolocar na cola da F1, depois de um ano de ausência de brasileiras na maior das categorias. Mas isso não quer dizer necessariamente que o país terá uma chance tão cedo de ter um nome no grid

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O automobilismo brasileiro certamente teve sua melhor semana em 2018. Em um espaço de três dias, Sérgio Sette Câmara e Pietro Fittipaldi foram anunciados como pilotos de testes de McLaren e Haas, respectivamente, e Pietro já vai testar o carro da F1 após o final da temporada, durante as tradicionais atividades dos novatos em Abu Dhabi.
 
Obviamente, as notícias são bem animadoras para um país que não teve nenhum piloto no grid da principal categoria do mundo pela primeira vez em mais de 40 anos – e, ao que tudo indica, não terá de novo em 2019. Só que Sérgio e Pietro são exceções, não regras. E isso é apenas mais uma prova do quão ruim segue o esporte a motor no Brasil em termos de desenvolvimento e apoio aos jovens atletas.  
 
Os dois pilotos são promessas já há alguns anos no âmbito internacional. Pietro, hoje com 22 anos, começou a aparecer de fato em 2017, quando venceu a última temporada da World Series – o título o fez ganhar as manchetes, ainda que pese a escassez daquele grid. Em 2018, em um calendário cheio e prejudicado por um grave acidente, o neto de Emerson Fittipaldi ainda conseguiu passar boa impressão em alguns momentos na Indy. Mas a escolha por uma diversidade de categorias cobrou o seu preço, muito embora o piloto tenha se esforçado para voltar o quanto antes às pistas. Uma decisão correta, como a de agora tentar focar em um único campeonato. 
Pietro Fittipaldi (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

Sette Câmara já está em evidência há um pouco mais de tempo. Primeiro porque o mineiro de 20 anos fez parte do programa de jovens pilotos da Red Bull, depois, por seus dois anos de F2, especialmente o atual, com uma equipe de ponta – a Carlin – e resultados bem consistentes. Sergio chega à McLaren cercado de holofotes, com Gil de Ferran como chefe, certamente importante neste caminho ao paddock mais importante do planeta no esporte a motor. 
 

Só que nem Pietro, nem Sérgio, estão no topo da lista de jovens na porta da F1. É claro que são talentosos e têm seus feitos nas categorias de base, mas podemos dizer que ambos são privilegiados, especialmente quando o comparativo é com outros pilotos brasileiros.
 
Não é nenhum mistério que um sobrenome de peso ajuda a abrir portas, e Pietro tem o sobrenome justamente do piloto que começou a dinastia do Brasil na F1 em 1970, o bicampeão Emerson. Além disso, tem também um aporte considerável de patrocinadores e faz parte de um importante programa de pilotos, a Escudería Telmex, que tem nomes como Sergio Pérez. 
 
Sérgio não tem um sobrenome que o faça caminhar com mais tranquilidade, mas tem força grande vinda de seus patrocinadores. Além dos que já vinham ao seu lado há anos, o mineiro ainda contou com a Petrobras, que agora está junto da McLaren, para conseguir a ponte que faltava para a F1.
 
Ainda que não pareçam exatamente colados no grid da F1, Pietro e Sérgio têm um trunfo em suas mãos: vão ser reservas de duplas nada estabelecidas. Um pouco melhor para Pietro, que ficará como substituto dos controversos Kevin Magnussen e Romain Grosjean que, além de entregarem poucos resultados, vira e mexe estão em acidentes, ou seja, próximos de estourar o limite de pontos da carteira.
 
Enquanto isso, Sette Câmara encontrará no time de Woking dois pilotos estreantes. Carlos Sainz Jr. chega da Renault e Lando Norris vem da mesma F2 de Sérgio. A desvantagem em relação a Pietro é que ambos são bem jovens e dificilmente serão trocados cedo pela McLaren.
Sergio Sette Câmara (Foto: F1/Twitter)
Sette Câmara e Fittipaldi são ótimas notícias para quem gosta de ver brasileiros na F1, mas não são tendências que indiquem sucesso do Brasil em colocar pilotos na categoria. Enquanto não houver um esforço maior especialmente vindo da parte da federação – como acontece na França, na Alemanha e na Inglaterra, por exemplo -, tudo indica que as exceções seguirão dando o tom.
 

GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ o GP do Brasil de F1 com os repórteres Evelyn Guimarães, Felipe Noronha, Fernando Silva, Gabriel Curty, Juliana Tesser, Nathalia De Vivo e Pedro Henrique Marum, e o fotógrafo Rodrigo Berton. Acompanhe tudo aqui.

 

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