Em seu segundo ano de Fórmula 1, Yuki Tsunoda tenta aprender não apenas como melhorar nas pistas para se tornar um nome forte na categoria, mas também a controlar um de seus principais problemas ao chegar no ápice do esporte a motor: a raiva. Não foi incomum ver o japonês se exaltando com a AlphaTauri pelo rádio, em explosões de raiva que desagradaram bastante ao consultor-esportivo da Red Bull, Helmut Marko.
O homem de confiança de Dietrich Mateschitz — cofundador e dono da marca austríaca de energéticos — admitiu que o piloto foi “longe demais” em algumas de suas explosões, além de destacar o fato de que xingar pelo rádio não ajuda os engenheiros a entenderem o comportamento do carro na pista.
“Em determinado momento, suas explosões de raiva pelo rádio foram longe demais”, afirmou Marko em entrevista ao portal Motorsport-Total. “Ele aprendeu como xingar em inglês na Carlin. Mas se você xingar no meio de uma curva, isso não é bom. Você fica mais lento, e explicamos para ele que precisava parar”, ressaltou o austríaco.
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“Além disso, os engenheiros não conseguem fazer nada com feedbacks do tipo: ‘esse carro é uma merda’. Temos que saber exatamente o que o carro está fazendo”, destacou. “Ele precisa analisar isso e dizer as coisas factualmente”, explicou.
Na opinião de Marko, o comportamento explosivo e a personalidade extrovertida de Tsunoda são bastante diferentes do que é visto em outros pilotos japoneses — e Yuki não é o único sob o guarda-chuva da Red Bull, que também tem Ayumu Iwasa, da F2, em sua academia.
“Temos dois japoneses na equipe, e eles não poderiam ser mais diferentes”, admitiu Marko. “Iwasa consegue a pole-position e depois pede desculpas por estar lá. Yuki é completamente diferente. Ele não se importa com nada, é muito emocional. Para um japonês, ele é uma exceção”, salientou.
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Até mesmo um psicólogo foi contratado pela Red Bull para lidar com a situação do titular da AlphaTauri, que constantemente tinha rompantes de raiva pelo rádio e passou a aprender a controlar melhor sua raiva. Marko, no entanto, segue acreditando em um futuro promissor do pupilo.
“Tsunoda não é o único piloto que tem problemas nessa área”, analisou. “Não é nada a se repreender também. Yuki tem um certo status para nós, ele tem o potencial de vencer corridas, e é isso que buscamos no programa de jovens”, observou.
“Para se tornar campeão, muita coisa precisa acontecer”, reconheceu Marko. “Precisa haver um passo a mais do piloto em termos de personalidade, porque em uma situação crítica, o piloto pode levantar a equipe inteira ou puxá-la para baixo”, encerrou.