Conta-giro: Decisões de campeonato de Hamilton tiveram fracasso retumbante e vitória emocionante

Decidir campeonatos não é nenhuma novidade para Lewis Hamilton. Em sua oitava na temporada na F1, o inglês chega à última etapa com chance de ser campeão pela quarta vez. Proporcionalmente, entre os pilotos da F1 atual, só Sebastian Vettel brigou por tantos campeonatos quanto ele. Teoricamente, o fato de ter essa bagagem deixa o inglês em vantagem sobre Nico Rosberg, que pela primeira vez se encontra nessa situação, desde que Hamilton comprove que amadureceu.

Em 2010, Lewis foi o azarão. Embora se visse em condições matemáticas de sonhar, era apenas o quarto colocado, atrás da dupla da Red Bull e de Fernando Alonso. Nessa corrida, foi segundo — Vettel ganhou e levou.

Nas outras duas ocasiões, no entanto, Hamilton foi bem mal. Em uma, sofreu uma derrota retumbante. Em outra, foi campeão, mas de forma emocionante e apenas na última curva.

Hamilton foi a sensação do campeonato de 2007 (Foto: Getty Images)

2007: A improvável virada

17 pontos separavam Lewis Hamilton de Kimi Räikkönen na penúltima corrida do ano, em Xangai. Lá, o inglês errou na entrada dos boxes usando pneus intermediários velhos em uma pista cada vez mais seca, ficou atolado na caixa de brita e abandonou. Com a vitória, Kimi se manteve vivo na briga e viajou para o GP do Brasil sete pontos atrás.

Essa história também incluía o outro piloto da McLaren, Fernando Alonso, com quatro pontos a menos.

Mesmo tendo deixado passar a chance de ser campeão antecipado, Hamilton manteve o status de favorito. Em caso de vitória de Alonso, tinha de ser segundo. Em caso de triunfo de Kimi, quinto.

Não demorou muito para que tudo fosse por água abaixo. Segundo no grid, Hamilton dividiu a freada da curva do Lago com Alonso. Por fora, travou as rodas e saiu da pista, caindo para oitavo. Pouco depois, sua caixa de câmbio travou por cerca de meio minuto. Quando a McLaren finalmente retomou um ritmo competitivo, era tarde demais, e Hamilton tinha despencado para 18º.

Ao longo da prova, ele foi se recuperando e voltou a figurar na zona de pontuação, mas demorou muito tempo para passar por Jarno Trulli e terminou em sétimo. Com o resultado, fechou o campeonato empatado com Fernando Alonso com 109 pontos. Räikkönen alcançou 110.

Hamilton derrotou Massa por questão de metros em 2008 (Foto: Getty Images)

2008: Passou o Glock

Novamente sete pontos à frente de uma Ferrari — a de Felipe Massa — antes da final em Interlagos, Hamilton não podia falhar novamente. Acontece que, dessa vez, a McLaren tinha ainda menos ritmo do que no ano anterior no circuito paulistano.

Quarto no grid, o britânico foi se mantendo dentro de sua zona de conforto durante toda a prova sem correr grandes riscos e ainda tinha Heikki Kovalainen como escudeiro na sexta posição — até que começou a chover nas voltas finais.

Com uma fina chuva caindo, 16 dos 18 pilotos que estavam na prova entraram nos boxes para colocar pneus intermediários. Todos menos dois: Timo Glock e Jarno Trulli, da Toyota.

Após os pit-stops, a pista ainda não estava muito molhada, e Glock se mantinha dignamente na quarta posição. Atrás dele, Hamilton era bastante pressionado por Vettel, que eventualmente conseguiu ultrapassá-lo a três voltas do fim. Na última volta, a chuva apertou, e Glock não resistiu. Perdendo muito rendimento, foi superado na Junção pela Toro Rosso e pela McLaren.

A ultrapassagem de Hamilton sobre a Toyota aconteceu exatamente 23 segundos depois que Massa cruzou a linha de chegada e coroou uma prova absolutamente perfeita com a 11ª vitória da carreira. Interlagos explodiu em uma festa que foi frustrada quando se percebeu que o inglês recebera a bandeirada na quinta posição.

Vettel venceu a prova decisiva de 2010 para ser campeão. Hamilton foi segundo(Foto: Red Bull/Getty Images)

2010: A quarta via

Alonso com 246 pontos, Webber com 238 e Vettel com 231: essa era a classificação do Mundial de Pilotos antes do GP de Abu Dhabi. Hamilton, quarto, tinha 222 e era o último que sair da Marina de Yas como campeão.

Contudo, diante de toda a matemática, era extremamente improvável que Hamilton vencesse, portanto o foco era muito maior sobre as duas Red Bull e a Ferrari. Na corrida, ele largou em segundo e permaneceu ali, atrás de Vettel, durante toda a prova.

O campeonato foi decidido por um erro de estratégia da equipe italiana, que marcou a Red Bull errada. A Ferrari quis proteger a posição de Alonso em relação a Webber e acabou foi ficando presa atrás da Renault de Vitaly Petrov por mais da metade da corrida. Sem conseguir passar pelo russo, Alonso terminou somente em sétimo — à frente do australiano.

Vettel venceu e foi campeão, com Lewis em segundo. Mesmo que tivesse faturado o GP de Abu Dhabi, o inglês não levaria o campeonato, pois precisava que Alonso ficasse fora dos pontos.

Para Hamilton ser campeão	Para Rosberg ser campeão
Chegar em 2º	Vencer e Hamilton terminar em 3º
Com Rosberg em 2º, ser 5º	Se for 2º, Hamilton não pode passar de 6º
Com Rosberg em 3º, ser 6º	Se for 3º, Hamilton não pode passar de 7º
Com Rosberg em 4º, ser 8º	Se for 4º, Hamilton não pode passar de 9º
Com Rosberg em 5º, ser 9º	Se for 5º, Hamilton não pode passar de 10º
Com Rosberg em 6º	Se for 6º, fica com o vice-campeonato
Sem a pontuação dobrada: Neste caso, a vida de Hamilton seria muito mais fácil. Rosberg só conseguiria o título se terminasse pelo menos em segundo e, nessa posição, precisaria de Hamilton em décimo. Em caso de vitória do alemão, Hamilton celebraria o bi com um sexto lugar no GP de Abu Dhabi.

BOLÃO GRANDE PRÊMIO EUROBIKE
A DECISÃO DA F1 EM ABU DHABI

Participe do bolão da F1 GRANDE PRÊMIO EUROBIKE: dê seus palpites para o GP de Abu Dhabi deste fim de semana que define o campeão da temporada 2014. 

Será que Lewis Hamilton vai jogar pelo resultado e ser segundo colocado para ficar com o bicampeonato? E Nico Rosberg, vai para o tudo ou nada, vence e dá uma ajudinha para fazer com que Felipe Massa e companhia tentem superar o rival?  

Não perca tempo e aposte já.

O NOVATO E O INICIANTE

LEWIS HAMILTON E NICO ROSBERG decidem no domingo que vem o título do Mundial de F1 de 2014. De um lado, um piloto ‘escolado’ em finais de campeonato; do outro, um que pela primeira vez chega tão perto de ser campeão. O engraçado é que, nos inúmeros perfis traçados a respeito da dupla da Mercedes ao longo do ano, Rosberg sempre apareceu como o sujeito mais frio e calculista. E é. Mas, às vésperas do GP de Abu Dhabi, ele se vê diante de uma situação que seu adversário direto já viveu — com muita intensidade — três vezes no passado.

Leia o OPINIÃO GP completo no GRANDE PRÊMIO.