Conta-giro: peça rara em 2014, Wehrlein dá sorte e pula da Force India para Mercedes no mesmo dia

O jovem alemão Pascal Wehrlein, de apenas 20 anos, fez algo raro na F1 nesta quinta-feira (19): guiou dois carros no mesmo dia. Ele viajou para Barcelona para pilotar pela Force India por dois dias na segunda bateria de testes da pré-temporada, mas foi convocado a trocar de macacão e de garagem para andar no F1 W06 Hybrid

Não foi uma quinta-feira normal para Pascal Wehrlein, reserva da Mercedes que deveria treinar com o carro da Force India. E que acabou foi guiando dois carros.

 
O alemão de 20 anos se destacou no DTM no ano passado, tornando-se o mais jovem piloto a vencer uma corrida no principal campeonato de carros de turismo do mundo, e assim foi alçado ao posto de reserva.
 
Mas havia um problema: sendo reserva de Lewis Hamilton e Nico Rosberg na Mercedes, dificilmente Wehrlein teria a chance de ganhar experiência em um carro de F1. Com apenas 16 dias de testes marcados para 2015, o foco naturalmente fica nos dois titulares.
 
Então apareceu a chance. A Mercedes acertou com a Force India, para quem fornece motores, para que seu pupilo pudesse guiar em dois dos quatro dias de testes desta semana em Barcelona.
Pascal Wehrlein na Force India na manhã de sexta-feira (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
Pela manhã, vestiu o macacão do time indiano e se preparou para entrar no VJM07 — o modelo usado no campeonato de 2014, já que o VJM08 só deve ficar pronto para a terceira e última bateria de treinamentos. Começou a dar suas voltinhas até receber um inesperado chamado.
 
“Foi uma grata surpresa quando me disseram que eu ia andar pela Mercedes”, admitiu Wehrlein ao final das atividades de quinta na Catalunha.
 
“Estava concentrado na Force India, tentando fazer o meu melhor, falando com os engenheiros e em um momento a Mercedes veio e disse: ‘Precisamos de você’”, contou. “Fiquei feliz por andar no carro da Mercedes de novo.” 
 
O que aconteceu foi que Hamilton, febril, não se sentiu bem para trabalhar com o F1 W06 Hybrid e foi capaz de dar somente 11 giros. Escalado para guiar nesta sexta, Nico Rosberg tem uma inflamação em um nervo no pescoço e não estava 100% fisicamente para assumir seu lugar. Foi preciso, então, buscar o garoto na equipe parceira.
 
No passado, já foi muito comum pilotos andarem em mais de um carro no mesmo dia, mas nem tanto em carros de duas equipes diferentes. Quando o regulamento permitia o uso de carros reservas, os pilotos das equipes mais abastadas andavam nos dois chassis que tinham à disposição para acertá-los e até mesmo decidir qual usar, em alguns casos.
 
Trocar de macacão e de garagem é que foi o fato inusitado protagonizado por Wehrlein. Ele nem podia reclamar por não estar plenamente confortável no cockpit, inicialmente preparado para Hamilton e ajustado na medida do possível para ele. “Estava OK, mas não perfeito. Mas se você tem a chance, apenas pega!”, exclamou.
O #44 de Hamilton também deu lugar ao #23 de Wehrlein (Foto: Mercedes)
“Foi legal ter a oportunidade de pilotar dois carros em um dia. Talvez não tenha sido o melhor dia de quilometragem para a Mercedes, pois tivemos alguns problemas, mas no fim fizemos dois long-runs e acho que podemos ficar felizes”, comentou.
 
Só não é tão simples para ele traçar paralelos entre os dois bólidos. “São dois carros diferentes. O da Force India era de 2014, então com certeza é diferente. Muito difícil comparar os dois”, disse.
 
A especial semana de Wehrlein não acabou. Sua programação inclui mais um dia de testes com a Force India em Barcelona, marcado para este sábado. E, quem sabe, mais alguma chance para andar também no carro da Mercedes. Ele não vai achar tão ruim se algo der errado de novo com os titulares…
 
Para a temporada, ele espera ter mais chances de ganhar experiência em carros de F1. Seu programa de corridas será baseado, mais uma vez, no DTM com a Mercedes, mas o objetivo do garoto é uma mudança para a F1 no futuro.
 
O ÚLTIMO RESPIRO

A derrota para Lewis Hamilton no campeonato de 2014 fez Nico Rosberg se mexer para encontrar formas de voltar mais forte em 2015 para conquistar o tão sonhado título da F1. E a preparação vai além de aspectos técnicos da pilotagem e dos carros: até a respiração foi alvo de treinamento por parte do alemão durante o inverno europeu. “Eu tentei melhorar já ao final do GP de Abu Dhabi, que foi porque eu realmente quis participar dos testes depois daquela corrida”, diz Nico ao ser perguntado pelo GRANDE PRÊMIO.

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