Corridas inesquecíveis, dobradinhas nacionais e a maior decisão de título de todos os tempos: a história do GP do Brasil

A história dourada do GP do Brasil de F1 vai ter seu 43º capítulo escrito no próximo domingo, novamente no Autódromo Internacional José Carlos Pace, em São Paulo. Tanto em Interlagos quanto na saudosa Jacarepaguá, o Mundial de F1 registrou uma enormidade de momentos marcantes, como a primeira dobradinha brasileira, a estreia de Ayrton Senna e a decisão mais incrível de todos os tempos, protagonizada por Felipe Massa e Lewis Hamilton

O GP do Brasil é uma das etapas mais longevas do Mundial de F1. Sem contar a edição extracampeonato, realizada em 1972, foram 42 edições de uma história que terá mais um capítulo escrito no próximo domingo (15), em Interlagos. Um circuito histórico e palco de corridas incríveis, vitórias inesquecíveis e a maior decisão de título em todos os tempos na categoria.
 
Mas a F1 no Brasil teve passagem igualmente marcante pela Cidade Maravilhosa. No hoje saudoso Autódromo de Jacarepaguá, o Rio de Janeiro recebeu o Mundial em dez oportunidades, viu o ‘Professor’ Alain Prost receber a alcunha de ‘Rei do Rio’ em alusão às suas cinco vitórias no seletivo circuito, mas também presenciou a primeira dobradinha dos brasileiros mais vitoriosos na F1: Nelson Piquet e Ayrton Senna. Senna, aliás, fez sua estreia na F1 exatamente em Jacarepaguá, em 1984.
 
Prost, aliás, é o maior vencedor da história do GP do Brasil. Com cinco conquistas em Jacarepaguá e uma na então renovada Interlagos, em 1990, o francês soma seis vitórias, contra quatro de Michael Schumacher. Os pilotos brasileiros também aparecem em destaque: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna e Felipe Massa somam dois triunfos, cada.
 
Outros sul-americanos também brilharam por aqui: Carlos Reutemann, hoje senador na Argentina, já venceu três vezes o GP do Brasil. Juan Pablo Montoya, por sua vez, triunfou duas vezes, uma correndo pela Williams e outra pela McLaren.
Emerson Fittipaldi larga na pole do primeiro GP do Brasil (Foto: Forix)
No que tange às equipes, a McLaren é a maior vencedora da corrida, com 12 conquistas, mas não tem a menor chance de ampliar seu retrospecto positivo neste ano. A Ferrari aparece com dez vitórias, enquanto a Mercedes tem apenas um triunfo, conquistado por Nico Rosberg no ano passado.
 
O GP do Brasil é sempre lembrado pelos pilotos por apresentar um dos melhores ambientes ao longo do Mundial de F1. Os fãs brasileiros são sempre elogiados pelos competidores, que conseguem enxergar um astral mais humano. Assim como no México, trata-se de uma multidão mais calorosa e que é capaz de tirar do artificialismo que a F1 se depara quando vai correr em cenários faraônicos, porém sem vida, como Abu Dhabi, Bahrein, Cingapura e Sóchi, por exemplo.
 
São tantos os momentos incríveis ao longo de mais de quatro décadas do GP do Brasil que um livro seria muito mais apropriado para conta-los. Mas o GRANDE PRÊMIO traz à baila alguns deles e relembra momentos históricos que fizeram desta corrida uma das mais icônicas de todo o Mundial de F1.
 
 
Fittipaldi faz história no primeiro GP do Brasil
 
O dia 11 de fevereiro de 1973 representou a entrada definitiva do GP do Brasil no Mundial de F1 depois da estreia extraoficial um ano antes. E, para o público brasileiro, a corrida não poderia ter desfecho melhor. Diante de um circuito de alta velocidade em Interlagos, com sua extensão de quase 8 km, Emerson Fittipaldi chegava a São Paulo no auge, como campeão do mundo e a bordo da Lotus 72D preta e dourada. Além de Emerson, José Carlos Pace, Wilson Fittipaldi e Luiz Pereira Bueno integraram o grid.
 
Emerson venceu a corrida diante de uma enorme multidão, que encarava um forte calor em Interlagos. A vitória foi obtida depois de um grande domínio. O brasileiro foi seguido por Jackie Stewart, da Tyrrell, e Denny Hulme, da McLaren. Desde então, o GP do Brasil jamais deixou de ser realizado.
 
Em 1974, Emerson iniciou sua arrancada para o bi com nova vitória em Interlagos.
 
 
Pace brilha em Interlagos e lidera primeira dobradinha do Brasil
 
Em 1975, a F1 vivia uma fase de ouro no Brasil. Pudera, já que Emerson Fittipaldi havia sido coroado como bicampeão do mundo. E além do ‘Rato’, outro piloto tupiniquim despontava como um grande nome no Mundial: José Carlos Pace. Sem contar a presença de uma equipe genuinamente brasileira: a Copersucar-Fittipaldi. Definitivamente, era um grande momento para o esporte a motor no país.
 
Novamente, o calor se fez presente em Interlagos. Em pleno verão, os pilotos tinham de encarar um desafio em alta velocidade na tarde de 26 de janeiro daquele ano. Jean-Pierre Jarier, pela segunda vez consecutiva, conquistava a pole-position, com Emerson largando em segundo e Pace em sexto.
José Carlos Pace vence GP do Brasil de 1975 (Foto: LAT Photographic/Forix)
Mas foi ‘Moco’ quem deu o show na pista e pulou para terceiro lugar, enquanto Emerson caiu para sétimo. O piloto da Brabham assumiu a liderança na 32ª de 40 voltas, após o então líder, Jarier, abandonar com problemas na injeção de combustível. Aí, foi só correr para o abraço e comemorar com a torcida aquela que seria sua única vitória na F1. De quebra, Pace teve Emerson Fittipaldi ao seu lado para comemorar a primeira dobradinha brasileira da história da F1.
 
 
Piquet triunfa em casa pela primeira vez
 
A década de 1980 foi bronzeada para a F1 no Brasil. Nesta década, o GP do Brasil foi realizado em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, entre 1981 e 1989, sem contar a edição inicial, realizada em 1978. O Rio era um lugar do agrado de todos: pilotos, mecânicos, jornalistas e público em geral. Correr na Cidade Maravilhosa só era mesmo complicado em virtude do calor, sempre fortíssimo no começo do ano na capital fluminense.
 
Depois de três edições no Rio marcadas por vitórias estrangeiras — duas de Carlos Reutemann e uma com Alain Prost —, finalmente os cariocas e os brasileiros em geral tiveram motivos para comemorar. Radicado em Brasília, Nelson Piquet, filho do Rio, vencia pela primeira vez em casa em 13 de março de 1983. Nelsão assumiu a liderança do pole Keke Rosberg na sétima volta e não foi mais superado. Foi só mais um motivo para o carioca comemorar naquele ano.
 
 
A estreia de Ayrton Senna na F1
 
25 de março de 1984: neste dia, há pouco mais de 31 anos, Ayrton Senna disputava seu primeiro GP na F1. O palco não poderia ter sido melhor: Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Depois de brilhar na F3 Inglesa, Senna recebia sua primeira chance na F1 e assumia o TG183 da Toleman. Logo na estreia, Ayrton já se colocava em uma razoável 16ª posição no grid. Nelson Piquet, consagrado como bicampeão do mundo, era o sétimo do grid.
GP do Brasil de 1984, a estreia de Ayrton Senna (Foto: LAT Photographic/Forix)
Mas a primeira corrida de Senna na F1 durou apenas oito voltas. O jovem brasileiro, então com 24 anos, completou apenas oito voltas e abandonou com problemas no turbo do seu carro. De fora da pista, Ayrton via aquele que seria seu maior rival, Alain Prost, triunfar novamente no Brasil. 
 
 
Piquet e Senna fazem a festa em Jacarepaguá
 
Nelson Piquet contra Ayrton Senna. Aquela que seria uma das rivalidades entre pilotos do mesmo país mais explosivas da F1 teve um grande momento no GP do Brasil de 1986. Àquela época, Senna já deixava de ser um garoto promissor para se colocar como um futuro campeão do mundo, enquanto Nelson Piquet, consagrado com o bicampeonato mundial, fazia sua estreia pela forte Williams, que contava com o forte motor Honda.
 
Senna largou na pole, seguido por Piquet e René Arnoux, da Ligier. Mas os brasileiros, de longe, foram os protagonistas. Nelson ultrapassou o compatriota na segunda volta e trouxe consigo o rival da Lotus. A corrida acabou sendo toda dominada por Piquet, que acabou por perder a liderança apenas enquanto teve de ir aos boxes para trocar pneus. Ayrton chegou em segundo e completou a primeira dobradinha da dupla Piquet-Senna no Mundial de F1.
 
 
O único pódio de Gugelmin na F1
 
Maurício Gugelmin despontava como um grande nome da nova geração brasileira na F1. Natural de Joinville, o piloto havia estreado pela March em 1988, mas viveu seu grande momento no Mundial um ano depois, em Jacarepaguá. Com uma performance surpreendente, o catarinense fez uma corrida inesquecível, largou de 12º lugar e empreendeu uma grande reação. Com um bom ritmo de prova, o piloto terminou só atrás de Nigel Mansell e Alain Prost e cruzou a linha de chegada em terceiro.
Maurício Gugelmin no improvável pódio do GP do Brasil de 1989 (Foto: Forix)
O público que lotou Jacarepaguá para torcer pela primeira vitória de Senna — que largou na pole-position no GP do Brasil de 1989, mas teve problemas logo na largada e não fez grande corrida —, passou a torcer para Gugelmin colocar o carro verde da March como um dos destaques do fim de semana no Rio de Janeiro.
 
 
Enfim, Senna
 
Depois de quase uma década fora, a F1 finalmente voltava a realizar o GP do Brasil em Interlagos. Uma pista remodelada e encurtada para cumprir com os novos padrões de segurança exigidos pela FIA. Dos quase 8 km, o traçado foi reduzido para pouco mais de 4 km. Saíram as velozes curvas 1 e 2, que deram lugar ao S do Senna, idealizado pelo próprio Ayrton no processo de reforma liderado pela então prefeita Luiza Erundina.
 
Mas Senna não venceu na primeira corrida no novo Interlagos. Deu Alain Prost em 1990. Ayrton teve de adiar para 1991 o sonho de vencer em casa. E o sonho foi enfim realizado, e de forma épica.
 
Quem analisa o fato que Senna liderou o GP do Brasil de 1991 de ponta a ponta depois de ter largado na pole imagina que o então bicampeão do mundo teve vida fácil. Enorme engano. Na parte final da corrida, o câmbio da McLaren do brasileiro travou na sexta marcha. Assim, foi muito difícil controlar a vantagem perante Riccardo Patrese, com uma poderosa Williams que se aproximava perigosamente. Mas com a chuva dando as caras em Interlagos, Senna controlou no braço e com muito esforço sua McLaren para vencer, enfim, pela primeira vez no Brasil.
 
 
Prost roda na chuva, Senna dá olé em Hill e leva público ao delírio
 
Diferente de 1991, quando contava com um grande carro, em 1993 Ayrton Senna contava com uma McLaren infinitamente inferior ao das Williams-Renault de Alain Prost, que voltava depois de um ano sabático, e Damon Hill. Em condições normais, a Williams era franca favorita, tanto que Prost e Hill dividiram a primeira fila do grid, enquanto Senna largava ao lado do jovem Michael Schumacher na segunda fila.
 
Só que aí a chuva, sempre a chuva em Interlagos, apareceu para mudar todo o jogo de forças. Um dilúvio desabou no circuito e fez alguns pilotos rodarem em plena reta dos boxes. Aí a direção de prova acionou o safety-car, um procedimento pouco comum àquele tempo na F1.
 
Nesse meio tempo, Christian Fittipaldi acabou rodando na entrada do S do Senna com sua Minardi. E, segundos depois, Prost perdeu o controle da sua Williams no mesmo ponto, bateu no carro de Christian e ficou atolado na brita, para festa da torcida brasileira em Interlagos.
 
Na relargada, Hill era o líder, mas tinha de lidar com a performance superior de Ayrton Senna diante do asfalto molhado. Na 41ª volta, o britânico, então apenas um novato na Williams, não resistiu. Senna lhe aplicou um autêntico drible, fez uma ultrapassagem incrível e rumou para sua segunda e última vitória no GP do Brasil de F1.
 
 
A grande decepção
 
A primeira corrida da temporada de 1994 marcava a tão esperada estreia de Ayrton Senna pela Williams. Depois de anos de expectativa, finalmente o tricampeão teria a chance de correr pela equipe que dominava a F1 naquele início da década. Mas o FW16 não era mais o ‘carro do outro mundo’ que assombrou o esporte nos tempos de Mansell e Prost.
 
Ainda assim, no braço, Senna conquistou a pole-position, mas com Michael Schumacher, da ascendente Benetton, bem perto, em segundo.
 
Diante de uma multidão, Senna largou na frente, mas Schumacher não lhe deu sossego um só momento. Naquela temporada, o reabastecimento estava de volta à F1, e foi exatamente em meio a este procedimento que o alemão conseguiu ganhar a posição de Senna. No primeiro pit-stop, a Benetton acabou sendo mais rápida que a Williams e conseguiu devolver Schumacher à frente. Por mais que tentasse, Senna jamais conseguiu alcança-lo.
GP do Brasil de 1994, a última vez de Ayrton Senna em Interlagos (Foto: LAT Photographic/Williams)
Na parte final da corrida, Ayrton rodou na saída da subida da Junção e deixou o motor Renault do seu carro apagar. A multidão, desolada, começava a deixar o autódromo. Aqueles que ficaram conseguiram ver o jovem Rubens Barrichello terminar em quarto. 
 
De forma melancólica, Senna (não) terminava aquele que seria seu último GP do Brasil.
 
 
Alonso comemora bi em Interlagos; Massa brilha com macacão verde e amarelo
 
A partir de 2004, o GP do Brasil passou a ser disputado no fim da temporada. Naquele ano, o título já estava definido há tempos em favor de Michael Schumacher. Mas nos quatro anos seguintes, Interlagos foi palco de grandes decisões de título e conheceu novos campeões mundiais.
 
Em 2005, bastou um terceiro lugar para que Fernando Alonso finalmente encerrasse uma sequência de cinco títulos mundiais de Michael Schumacher para conquistar, pela Renault, seu primeiro título mundial. A vitória naquele GP ficava com Juan Pablo Montoya, com Kimi Räikkönen, que ainda nutria chances matemáticas de chegar ao título, em segundo lugar.
Felipe Massa vibra com a Ferrari em Interlagos (Foto: Ferrari)
O GP do Brasil de 2006 foi ainda mais especial para Alonso. Mas não apenas para o asturiano, que confirmava o título com nove pontos de vantagem para Michael Schumacher. O heptacampeão largou apenas em décimo, buscou a recuperação, teve um pneu furado, caiu para último, empreendeu outra enorme reação e terminou em quarto. Com uma exibição de gala, o piloto encerrava sua primeira passagem na F1, mas deixava para trás as chances de levar o título pela oitava vez.
 
Alonso conseguiu se garantir com o segundo lugar. O espanhol só não foi páreo para Massa, que fez uma corrida irrepreensível e vencia pela segunda vez na F1. Era seu primeiro triunfo em casa, que foi conquistado com um macacão todo especial, em verde e amarelo, quebrando um protocolo histórico da Ferrari.
 
 
O improvável decide título para Kimi Räikkönen
 
O cenário da decisão do título de 2007 era muito favorável aos dois pilotos da McLaren. Lewis Hamilton chegava a Interlagos com 107 pontos, contra 103 do então companheiro e grande rival, Fernando Alonso. Kimi Räikkönen, da Ferrari, ainda tinha chances, mas claramente era o azarão, com 100 pontos. Assim, só um desastre poderia tirar o título de Pilotos da McLaren. E, na prática, foi o que aconteceu.
Räikkönen contou com a ajuda de Massa para bater Alonso e Hamilton e ser campeão em Interlagos (Foto: Daimler)
Massa, com grande desempenho em Interlagos, largou na pole-position e escapou na liderança. Hamilton abriu a prova em segundo, mas fez uma primeira volta muito ruim e cometeu um erro crucial, despencando para oitavo. Pouco depois, o novato britânico cometia outra falha e caía para o fim do grid. Era praticamente o fim das suas chances de título. Alonso perdia contato com a dupla da McLaren, mas era o terceiro, ainda com chances razoáveis.
 
Como já era esperado, Massa ajudou o parceiro Kimi e abriu passagem para o finlandês na volta 50, servindo como escudo ao companheiro de equipe. Mas Alonso sequer ameaçava o segundo lugar, que lhe daria o tricampeonato.
 
No fim, Räikkönen venceu e tornou-se pela primeira e única vez campeão do mundo. Massa terminou em segundo e Alonso completou o pódio. O espanhol, embora tenha perdido a chance de ser tricampeão, não conseguiu disfarçar a alegria pelo revés do seu grande rival na McLaren. Assim, depois de ver toda a preferência de Ron Dennis e da cúpula do time britânico por Hamilton, Alonso se sentia vingado pelo próprio destino.
 
 
A mais incrível decisão por título da F1
 
Nunca, jamais na história a F1 viveu uma decisão tão dramática quanto a de 2008. E é provável que jamais viverá algo sequer parecido com o ocorrido naquele 2 de novembro de 2008. Hamilton chegava a Interlagos como amplo favorito ao título e somava 94 pontos na liderança, contra 87 de Massa, o único capaz de batê-lo.
 
Era possível a Massa conquistar o título? Improvável, mas era possível. Afinal, o brasileiro teria de vencer o GP do Brasil, o que era algo bastante plausível de acontecer considerando seu retrospecto nos anos anteriores. Mas para consolidar o título, Felipe teria de torcer para Hamilton cruzar a linha de chegada pelo menos em sexto lugar. Quase deu! 
 
Diante de uma pista bastante úmida, Massa cumpriu com aquilo que dele era esperado. Largou na pole-position e só não liderou a corrida quando teve de entrar nos boxes para trocar pneus. Por sua vez, Hamilton ‘jogava com o regulamento debaixo do braço’ e ocupava a posição necessária para ser campeão na conta do chá: quinto. Mas, nas últimas voltas, o britânico foi surpreendido pelo grande desempenho de Sebastian Vettel e caiu para sexto. Aí o que era comodismo virou desespero.
 
Na última volta, Massa seguiu na frente e completou a corrida como vencedor. Seu triunfo fez o público brasileiro vibrar de emoção, mas ainda faltavam alguns carros para passar. A pista estava mais seca no fim, e isso prejudicou sobremaneira a estratégia de alguns pilotos que apostavam no melhor desempenho dos pneus de chuva, como as Toyota de Jarno Trulli e Timo Glock.
 
E nos metros finais, na Junção, Hamilton conseguiu ultrapassar um lento Glock para voltar ao quinto lugar. Aí, quem riu por último riu melhor. Para festa da McLaren e da torcida inglesa, Hamilton conquistava, de forma histórica, seu primeiro título mundial. A Felipe, a vitória foi como um prêmio de consolação, mas foi uma conquista sofrida diante do título que lhe escapou por um pequeno detalhe.
 
 
A última corrida de Barrichello na F1
 
Dono da mais longeva carreira da história da F1, Rubens Barrichello completou seu 323 GP diante da sua torcida, o GP do Brasil de 2011. O piloto completou 70 voltas com a Williams-Cosworth e terminou em 14º lugar. Àquela época, a Williams nem de longe brigava pelas primeiras posições.
Barrichello se despediu da F1 no GP do Brasil de 2011 (Foto: Getty Images)
 
No fim das contas, Barrichello alimentava o sonho de renovar com a Williams para disputar sua 20ª temporada na F1. Mas não houve jeito, já que o time chefiado por Frank Williams decidiu optar por outro brasileiro, Bruno Senna, para completar dupla com Pastor Maldonado em 2012. Assim, sem despedidas e com a esperança de um retorno que jamais aconteceu, Barrichello encerrou sua jornada como piloto de F1.
 
 
Vettel x Alonso: o embate final
 
A temporada de 2012 foi uma das mais empolgantes da década na F1. É bem verdade que a Red Bull mantinha o domínio exibido desde 2010, mas daquela vez a Ferrari tinha feito um grande carro, tanto que Fernando Alonso conseguia perseguir de perto Sebastian Vettel. Depois de ver Lewis Hamilton vencer o primeiro GP dos Estados Unidos, em Austin, e ver Alonso em terceiro, Vettel seguiu para Interlagos com 13 pontos de vantagem para o espanhol.
 
A matemática do título indicava, então, que Alonso teria de somar 14 pontos a mais que Vettel no GP do Brasil, a última prova do campeonato, para se sagrar campeão. Faltou pouco, muito pouco.
 
A corrida teve seus contornos dramáticos, o que foi amplificado pela chuva. Vettel largou em quarto, três posições à frente de Alonso. Mas na entrada da Curva do Lago, a Red Bull do alemão foi tocada pela Williams de Bruno Senna e por muito pouco não foi acertada por outros carros. Sorte de campeão? A sequência dos fatos provou que sim.
Sebastian Vettel derrota Fernando Alonso e conquista tricampeonato em Interlagos (Foto: Getty Images/Red Bull)
Lá na frente, outro alemão, Nico Hülkenberg, fazia a prova da vida e liderava até a volta 47, quando foi superado por Lewis Hamilton. Quando tentava recuperar posição, na entrada do S do Senna, ambos se tocaram, com Lewis levando a pior e abandonando. A vitória, então, caiu no colo de Jenson Button, que seguiu rumo à vitória em Interlagos.
 
Com um grande desempenho e sem cometer mais erros, Vettel conseguiu o resultado que precisava para faturar o tricampeonato. Alonso contou com a ajuda de Massa e ganhou a segunda posição, mas precisava ainda ultrapassar Button e vencer a corrida. Não houve tempo. Paul di Resta, debaixo de muita chuva, bateu forte na Curva do Café, e assim a corrida foi encerrada sob safety-car, que entrou quando restavam duas voltas para o fim. Com Alonso em segundo e Vettel em sexto, o alemão conquistava pela terceira vez o título mundial de F1.
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