Crise na Band piora e coloca em risco transmissão das corridas restantes da F1 2024
Saída de vice-presidente comercial é um capítulo da grave crise financeira que envolve a emissora, que já pode deixar de transmitir a F1 com efeito imediato, ou seja, sem sequer exibir a reta final da temporada 2024
O fim das transmissões da F1 pelo Grupo Bandeirantes parece ainda mais próximo. Na semana passada, o GRANDE PRÊMIO noticiou que o contrato poderia ser encerrado antes da temporada 2025, mas o rompimento tende a ser antecipado.
Agora, a Band busca com o Liberty Media uma forma para encerrar o contrato com a temporada ainda em andamento, de acordo com o portal Notícias da TV. Ou seja, sequer as oito etapas restantes da temporada 2024 seriam exibidas, o que faria do GP da Itália a última transmissão da emissora do Morumbi.
É mais um capítulo da grave crise pela qual a Band passa atualmente. Nesta terça-feira (3), o vice-presidente comercial Walter Zagari deixou a emissora, depois de passagens por SBT e Record. Agora, a Band busca com o Liberty Media uma forma para encerrar o contrato com a temporada ainda em andamento.
Procurada na semana passada pelo GRANDE PRÊMIO, a emissora se limitou a dizer que “o acordo da Band com a Fórmula 1 é válido até a temporada de 2025”. Agora, a assessoria da Band informou apenas que “avisará caso a emissora comente”. O GRANDE PRÊMIO também procurou a F1, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
Após o fim do acordo com a Globo em 2020, a Fórmula 1 chegou à Band para 2021 também como uma forma de demonstração de força do grupo de comunicação e consolidação como ‘Canal do Esporte’. A contratação de Fausto Silva tempos depois também estava alinhada com a direção do canal em tentar um salto na audiência e nas finanças que duas grandes marcas como estas poderiam trazer.
O plano, todavia, não deu certo, sobretudo pelos gastos que a Band teve para montar toda uma nova estrutura ao redor do apresentador. A Fórmula 1, então, acabou sendo afetada à medida em que os pagamentos que a Band deveria lhe fazer falharam.
Um exemplo recente, soube o GRANDE PRÊMIO, deu-se durante o fim de semana do GP do Canadá desta temporada: sem a parcela recebida do Grupo Bandeirantes, o Liberty Media impediu que os profissionais que faziam a cobertura in loco usassem o uniforme e até mesmo a canopla — o adereço dos microfones — com o logo da emissora.
A baixa audiência das corridas de F1 nos últimos anos, com média de 2,4 pontos em 2024, e a ausência de um piloto brasileiro na categoria — algo que se mantém desde a saída de Felipe Massa ao fim da temporada de 2017, têm muito menor influência na história. As maiores audiências do ano vieram em Mônaco (3,7), Canadá (3,1) e Países Baixos (3,1), enquanto as menores foram em Bahrein (1,5), Austrália (1,4) e Japão (1,3). No GP da Itália do último domingo (1), novamente 2,4 pontos foram anotados.
O Grupo Globo está negociando o retorno da F1 à sua grade a partir de 2025. A notícia foi dada pelo portal F5, da Folha de S. Paulo, também na semana passada. As conversas entre as partes acontecem desde junho, soube o GRANDE PRÊMIO. E o esquema pode ser similar ao da outra passagem da Fórmula 1 pela Globo, com a maioria das corridas sendo televisionadas em TV aberta, o que justificaria cotas mais caras de patrocínio, e as que conflitarem com outros eventos, como o futebol, transmitidas pelo SporTV, canal esportivo do grupo na TV por assinatura, que também exibiria as outras atividades do fim de semana, com as sessões de treinos livres e a classificação.
A Fórmula 1 volta de 13 a 15 de setembro em Baku, para a disputa do GP do Azerbaijão, 17º da temporada 2024.
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