Ricciardo caminha na corda bamba e pode ser promovido ou demitido a qualquer momento
A RB segue contando com Daniel Ricciardo na escalação dos pilotos, mesmo com o australiano sofrendo desde que retornou à Fórmula 1. Com um cenário incerto no grupo Red Bull, o piloto de 35 anos se encontra no lugar certo, na hora certa, mas na forma errada. E é uma enorme incógnita no mercado
Daniel Ricciardo voltou ao grid da Fórmula 1 em 2023 depois de ficar sem espaço após duas temporadas apáticas na McLaren. No entanto, o retorno, que deveria ser apenas um último ato antes da aposentadoria definitiva, ganhou um aspecto único em 2024, já que apresentou ao australiano a possibilidade de uma nova chance na Red Bull, algo antes inimaginável.
Mesmo especulado na equipe austríaca, é impossível dizer que Ricciardo faz por merecer esses rumores. O cenário da Red Bull, com Sergio Pérez decadente e Max Verstappen desejado por outros times e com a relação desgasta na escuderia, fez com que o australiano estivesse no lugar certo, na hora certa. Só que na forma atual completamente errada.
Se a situação dos pilotos na Red Bull estivesse tranquila, como na McLaren, por exemplo, Helmut Marko e Christian Horner não pensariam duas vezes para mexer nas peças, sacar Ricciardo da equipe irmã e dar espaço a um jovem piloto da academia, como Liam Lawson. Só que o caos no time de cima ajuda a travar as escolhas da equipe ‘ex-júnior’. E aí Daniel fica nesse limbo, podendo subir, podendo cair, podendo ficar.
Quando voltou à RB em 2023, para substituir Nyck de Vries, Ricciardo disputou sete GPs na temporada e pontuou em apenas um deles: o GP do México, onde terminou em sétimo. No mesmo recorte, Yuki Tsunoda ficou no top-10 em três corridas e somou 8 pontos a mais que o veterano. Pior ainda foi ver Lawson, sem qualquer experiência na F1, anotar 2 pontos em cinco corridas, quando Daniel se lesionou.
Mais uma vez, Ricciardo estava sofrendo na disputa interna contra um companheiro de time. E em 2024, a história não mudou. No momento, o australiano tem 12 pontos contra 22 somados por Tsunoda, que já pontuou em sete oportunidades, enquanto o veterano ficou no top-10 apenas três vezes.
Mas o cenário no começo do ano era ainda pior, sendo justo. Ricciardo ficou zerado nas primeiras cinco etapas e só somou pontos em Miami, a sexta prova, porque ficou em quarto na sprint. O primeiro GP de 2024 que viu o #3 figurar no top-10 foi o do Canadá, na nona rodada. Para os padrões Red Bull e visto que Tsunoda já tinha 18 pontos àquela altura, inaceitável.
O jogo se equilibrou nas últimas quatro provas. Tanto Ricciardo quanto Tsunoda somaram três pontos no recorte mais recente. Ainda assim, é mais uma queda de rendimento da RB do que uma recuperação do australiano.
O próprio Ricciardo parece entender a situação. O australiano já afirmou que achava que a carreira na F1 tinha terminado em 2022 e reconheceu publicamente que a passagem atual pela RB é apenas um “bônus”. Além disso, o piloto também disse que não busca outras opções dentro da categoria fora do grupo Red Bull.
Ou seja, de fato é o último ato da Daniel na Fórmula 1. Resta saber se encerrará uma respeitável carreira com uma passagem esquecível pela RB ou se será promovido, em nome do caos, à Red Bull para uma ‘última dança’. E se isso vai ser em 2024, 2025, 2026, vai saber?
Em termos de performance, Ricciardo não parece merecer a vaga que cobiça, além de não se enquadrar na RB, que diz querer voltar a ser uma equipe júnior. Mas uma tempestade perfeita se formou na Red Bull para prolongar ainda mais a ‘hora extra’ que o australiano faz na Fórmula 1. Pode acontecer.
A Fórmula 1 agora segue nas tradicionais férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.
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