De Indy 500 ao Dakar, Alonso tentou de tudo, mas nunca deixou de rondar Fórmula 1

Fernando Alonso ficou menos de dois anos sem contrato na Fórmula 1, mas aproveitou para expandir seus horizontes. Indy 500, 24 Horas de Le Mans e até Rali Dakar foram algumas das experiências, mas nada que fizesse o espanhol esquecer completamente o Mundial, como prova o anúncio da volta para a Renault

Fernando Alonso é aquilo que chamamos de ‘racer’, ou seja, aquele cara que, acima de tudo, é um apaixonado por velocidade, um piloto que curte guiar qualquer coisa que tenha rodas e motor. E o período fora da Fórmula 1 foi essencial para que o espanhol mostrasse isso ao mundo, tentando meio que de tudo um pouco entre 2019 e 2020.

Na realidade, esse processo começou lá em 2017, quando Alonso abriu mão do GP de Mônaco para fazer a Indy 500, pela primeira vez dando um passo real rumo à Tríplice Coroa. Ali, deu um verdadeiro show, atraiu todos os holofotes e, com a McLaren em parceria com a Andretti, classificou no top-10 e até liderou voltas antes de seu motor estourar.

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O espanhol não repetiu a dose em 2018, já que estava focado em uma última cartada com a McLaren na F1, mas estava claro que seguiria voando em busca de novos ares. Ainda na temporada que marcou sua despedida do time inglês e, até então, da categoria, disputou as 24 Horas de Daytona, venceu as 24 Horas de Le Mans com a Toyota e fez um teste de Nascar ao trocar de carro com a lenda Jimmie Johnson.

Fernando Alonso
Fernando Alonso venceu em Le Mans (Foto: AFP)

Em paralelo ao Mundial de Endurance, voltou a tentar Daytona e somou mais uma grande conquista para sua galeria, abrindo 2019 vencendo ao lado de Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande.

Fora da F1, o WEC foi a categoria que mais viu o espanhol. Alonso disputou a então temporada 2018/19, faturou o título ao lado de Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima e, de quebra, ainda venceu mais uma vez a disputa em Le Mans. Faltava a Indy 500 para igualar Graham Hill na Tríplice Coroa, já que o GP de Mônaco entrou na conta logo em 2006 com a Renault.

Mas a Indy 500 de 2019 foi de frustração tremenda para Fernando. Tudo ali deu errado, desde o planejamento. A verdade é que o bicampeão do mundo pouco testou e voltou para Indianápolis quase cru. Para piorar e muito a situação, a McLaren trocou a Honda pela Chevrolet e teve de deixar a Andretti, assumindo parceria com a Carlin. O resultado foi o pior possível: eliminado ainda no Bump Day, sequer largou.

Fernando Alonso sequer se classificou para a Indy 500 2019 (Foto: IndyCar)

2020 chegou e junto com ele a expectativa: será que finalmente Alonso aceita a temporada completa e mergulha de vez na Indy e no sonho de vencer as 500 Milhas de Indianápolis? Resposta: não. A realidade é que o espanhol nunca se sentiu motivado a correr nos mistos americanos, o que lhe interessava e segue lhe importando é a corrida do IMS, então, não adiantou nada a McLaren formar uma equipe própria e ter dois carros.

O foco de Alonso se virou para algo bem mais alternativo: o rali. O espanhol fez uma preparação especial e chegou para a disputa de nada menos que o Dakar, tendo como copiloto a lenda Marc Coma, multicampeão entre as motos. Novamente de Toyota, não fez feio, mas passou muito longe de vencer, completando em 13º.

Fernando Alonso
Fernando Alonso no Dakar? Teve (Foto: Lulop)

Por mais contraditório que possa parecer, o fato é que Alonso nunca se descolou totalmente da F1. O espanhol foi figura constante no paddock e nunca disse em entrevistas que havia se aposentado. A porta sempre estava ali, aberta, esperando o chamado certo na hora certa.

É verdade também que Fernando falava em retornar apenas em um carro com potencial para ser campeão, mas o convite é da Renault, a grande equipe de sua carreira, com quem formou um dos maiores casamentos que a F1 teve nas últimas décadas e por quem viverá o terceiro capítulo do romance.

No fim das contas, Alonso volta sem nunca ter de fato saído da Fórmula 1.

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