De suspensão ativa ao carro com seis rodas: Fórmula 1 elege maiores inovações da história
Celebrando 75 anos de atividades, Fórmula 1 fez nova lista e elencou 10 itens como as maiores inovações de sua história
Em contagem regressiva para abrir seu 75º ano, a Fórmula 1 tem promovido algumas listas de maiores de sua história. Depois dos 20 melhores pilotos, os 15 principais carros e as 15 equipes de destaque, a categoria listou as maiores inovações desde 1950.
Ao todo, a classe rainha colocou dez itens, sendo alguns utilizados até os dias de hoje e outros com passagem curta, mas marcante pelo esporte. Confira a lista:
Efeito solo
Conceito que voltou aos carros a partir de 2022, o efeito-solo foi colocado nesta lista da Fórmula 1. Ele surgiu na categoria na década de 1960, mas foi amplificado por Colin Chapman na Lotus a partir de 1978, quando criou o modelo Lotus 79 — este sim, o primeiro carro a tirar proveito completo do efeito-solo.

Por questões de segurança, o conceito foi banido em 1982, mas reintroduzido 40 anos depois. Basicamente, o efeito-solo ajuda o carro a ter maior aderência à pista por conta da força descendente ao assoalho. O atual conceito gera muito menos turbulência ao monoposto que vem atrás quando comparado aos modelos anteriores, o que permite aos carros andarem mais próximos e possibilitar mais ultrapassagens.
Difusor duplo causou polêmica na Fórmula 1
O difusor duplo também entrou na listagem da F1. Apontado como o grande segredo do sucesso da Brawn em sua única temporada na categoria, a peça permitiu ao time de Ross Brawn uma ajuda extra na pressão aerodinâmica. Na abertura da temporada de 2009, Jenson Button foi avassalador ao vencer sete corridas em oito provas.
O pulo do gato da Brawn foi repleto de polêmicas. Enquanto a equipe de orçamento enxuto e praticamente sem patrocinador naquele carro branco e amarelo fluorescente somava vitórias, as concorrentes recorriam à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para banir o difusor duplo, apontando como ilegal. O órgão máximo negou os recursos, o que obrigou as demais equipes a copiarem a peça.
A concorrência, principalmente a Red Bull, aproximou-se da Brawn em 2009, mas não foi suficiente para tirar o título de Button e o Mundial de Construtores do então time de Brackley — comprado pela Mercedes na sequência.

Suspensão ativa
A suspensão ativa também entrou na lista das grandes inovações da Fórmula 1. Introduzido à categoria na década de 1980, a peça viveu o auge no início dos anos 1990, sobretudo com a Williams, que dominou com Nigel Mansell e Alain Prost as temporada de 1992 e 1993, causando enorme dor de cabeça para Ayrton Senna.
Aliás, o sucesso da peça pode ter sido uma das razões para o brasileiro deixar a McLaren e migrar para o time de Grove, porém, viu a suspensão ativa e outros auxílios de direção da época serem banidos a partir do campeonato de 1994.
O funcionamento da suspensão ativa permitia que a altura do carro fosse ajustada automaticamente a cada curva, o que gerava maior estabilidade aerodinâmica.

Carro com seis rodas
E não é que a Fórmula 1 já teve um carro com seis rodas? Durante a temporada de 1976, a Tyrrell se aproveitou de uma brecha no regulamento e introduziu ao P34 outras duas rodas. Logo de cara, o modelo se mostrou bastante promissor no GP da Espanha. Quatro corridas depois, no GP da Suécia, Jody Scheckter foi pole e venceu aquela prova. A ideia foi abandonada para 1977, mas a folclórica inovação encontrou lugar na história.

Câmbio semiautomático é legado da Ferrari na Fórmula 1
Diferentemente dos tempos atuais, a Fórmula 1 sofreu com a falta de confiabilidade dos carros por um bom tempo, incluindo as décadas de 1980 e 1990. Problemas na caixa de câmbio eram corriqueiros e alguma parte do noticiário era ocupado pelos abandonos ou por algum piloto que completou a corrida sem uma marcha.
John Barnard, então projetista da Ferrari, criou o câmbio semiautomático a partir da temporada de 1989. Ao invés do piloto mudar a marcha na alavanca, duas borboletas foram instaladas atrás do volante, sendo que uma subia e a outra descia marcha. Além de dar mais foco ao competidor, que mantinha as duas mãos ao volante, a inovação ajudava a reduzir a tensão na caixa de câmbio.
O resultado logo de cara foi positivo: na primeira corrida com câmbio semiautomático, vitória da Ferrari com Nigel Mansell no GP do Brasil daquele ano. As demais equipes se apressaram em ter a inovação, que passou a ser habitual a partir da metade da década.

Turbocompressor
O turbocompressor também foi apontado como uma das inovações mais marcantes da história da F1. O compressor de ar que retira energia residual do escapamento e alimenta o sistema do motor circulando o ar por meio do cilindro é uma característica fundamental da unidade de potência híbrida da categoria na atualidade.
No entanto, a peça teve um começo claudicante na F1. A estreia foi no GP da Inglaterra de 1977, sendo uma inovação trazia pela Renault. O carro sofreu com problemas nas primeiras provas, mas a marca francesa insistiu na tecnologia até o desempenho melhorar.
Asas dianteira e traseira
As asas dianteira e traseira encontraram lugar na lista de maiores inovações da F1. Tão comum nos dias de hoje, elas não existiam até 1968, quando o formato dos carros se assemelhavam a uma banheira ou um charuto, como já foram chamados os carros da época. A tecnologia foi colocada no Lotus 49B no GP de Mônaco daquele ano. Desde então, as equipes trabalham nos detalhes dessas peças para encontrar o maior benefício aerodinâmico possível.

Chassi em fibra de carbono
Um meme muito difundido no Brasil é o “agora a Nasa vem”. E ela quase foi para a McLaren em 1981, quando a equipe introduziu um chassi de fibra de carbono. O desenvolvimento foi feito junto da Hercules Aerospace, uma empresa estadunidense que criava peças para foguete e auxiliava a agência aeroespacial dos Estados Unidos.
A inovação, que está na lista da Fórmula 1, chegou com ares de desconfiança. Com o baixo peso se comparado a outros materiais usados na construção de chassis na época, acreditava-se que a fibra de carbono não aguentaria em caso de acidentes. A desconfiança foi embora após o acidente de John Watson no GP da Itália, após o piloto deixar o carro andando e sem maiores ferimentos. Após algumas vitórias da McLaren, os demais times do grid passaram a apostar na fibra de carbono, vista até os dias de hoje na F1.

Carro com ventilador, mas não é para refrescar
A Brabham chegou para a temporada de 1978 da Fórmula 1 com um carro que tinha alguns problemas para resfriar os radiadores. Gordon Murray, projetista da equipe, tentou algumas soluções, pois não poderia acomodar os sidepods laterais em forma de asa por conta do motor Alfa Romeo. A ideia foi acomodar um ventilador — isso mesmo — na parte traseira do carro.
A inovação seria aceita somente se o principal objetivo fosse o resfriamento do carro, mas a peça funcionava como uma espécie de turbina e auxiliava o Brabham BT46B a grudar no chão. Foi, logo de cara, um desafiante ao domínio da Lotus na Fórmula 1.
A introdução do carro foi no GP de Suécia daquele ano e causou um furor imediatamente. Os bons tempos nos primeiros treinos fizeram Bernie Ecclestone, dono da Brabham, obrigar seus pilotos a fazerem a classificação com tanque cheio e pneus duros. Ele chegou ao ponto de pedir para que Niki Lauda e John Watson administrassem o ritmo. A vitória ficou com o austríaco e aquela foi a única exibição do carro com ventilador da Brabham, pois Ecclestone aceitou não levar mais o modelo para as outras etapas, visto que foi pressionado pelas demais equipes.

De olho na segurança
A preocupação com a segurança foi acentuada na Fórmula 1 nos últimos anos, com a introdução de diversos regulamentos e procedimentos em prol dos pilotos, principalmente após as mortes de Ayrton Senna e Roland Ratzenberg no final de semana do GP de San Marino de 1994. No entanto, novos protocolos foram adotados após a morte de Jules Bianchi em 2015, consequência do acidente no GP do Japão de 2014.
A principal delas foi a adoção do halo, sistema de segurança feito de titânio, para proteger a cabeça dos pilotos. Introduzido na temporada de 2018 da Fórmula 1, a proteção salvou muita gente de algumas lesões, incluindo Romain Grosjean no GP do Bahrein de 2020, após seu carro atravessar o guard-rail e explodir. O halo impediu que a cabeça do francês fosse impactada naquele momento.
Outro destaque fica para o HANS, sistema de uso obrigatório na Fórmula 1 desde 2003, que protege o pescoço dos pilotos e minimiza o efeito chicote durante uma colisão, bem como os macacões resistentes ao fogo, que tem sido aprimorados ao longo do tempo.
A Fórmula 1 abre a temporada 2025 entre os dias 13 e 16 de março, no GP da Austrália, em Melbourne. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL. O TL1 está marcado para a noite ainda da quinta-feira (13), a partir das 22h30. O TL2 começa já depois da 0h e, portanto, na madrugada da sexta-feira (14), às 2h. Depois, a situação se repete com o TL3 realizado às 22h30 da sexta-feira, enquanto a classificação define o grid de largada começando às 2h do sábado (15). Por fim, a largada está marcada para a 1h do domingo (16). Tanto classificação quanto corrida terão transmissão do GP em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.

