Decisão complicada e sacrifícios: como a Honda teme a hora de mudar o motor

Diretor-técnico da Honda, Toyoharu Tanabe reconheceu que a fabricante japonesa tem uma decisão complicada para tomar nas próximas semanas: em que momento promover a troca dos motores de Red Bull e Toro Rosso

A Honda deu passos importantes em termos de desempenho e confiabilidade em 2019. Empurrando os carros de Red Bull e Toro Rosso, a fabricante japonesa conta com duas vitórias, ambas com Max Verstappen no GPs da Áustria e da Alemanha, além de um pódio de Daniil Kvyat com a equipe de Faenza. Só que algo incomoda os nipônicos: o momento de introduzir as atualizações da unidade de potência na segunda fase do campeonato. A marca de Sakura entende que é um assunto delicado, uma vez que a troca de novas peças pode implicar em punições no grid até o fim do ano, em uma temporada em que a esquadra chefiada por Christian Horner já ameaça Ferrari e Mercedes.
 
Até o momento, com a primeira parte da disputa já concluída, a Honda entregou dois pacotes de atualização aos dois times, dentro de seu planejamento mais agressivo de desenvolvimento neste ano. A próxima mudança já será, portanto, a terceira no campeonato – o que obedece ao regulamento e ao limite de três motores por ano. A atual versão estreou no GP da França. Ou seja, já possui cinco corridas. Mas a marca japonesa crê que a unidade dure até seis finais de semana.
 
Só que, depois da pausa das férias do verão europeu, a Fórmula 1 vai desembarcar em pistas que exigem demais da força da unidade de potência: as velozes Spa-Francorchamps e Monza. São circuitos que também permitem uma corrida de recuperação sem grandes dramas devido à natureza de alta velocidade, retas e curvas de todo o tipo, o que não acontece em Marina Bay, por exemplo, a etapa posterior às duas provas europeias. Até por isso muitas fabricantes escolhem as corridas da Bélgica e da Itália para promoverem alterações.
Daniil Kvyat e Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

No caso da Honda, no entanto, uma decisão ainda não foi tomada, principalmente porque ela envolve sacrifícios e fato de ter duas etapas importantes nesta fase inicial da segunda metade de campeonato. "Estamos discutindo o tempo todo com as equipes e vamos definir juntos quando será a introdução de uma nova versão do motor", afirmou Toyoharu Tanabe, diretor-técnico da marca japonesa, em declaração ao site norte-americano 'Motorsport.com'.

 
"No momento, nenhuma decisão foi tomada. Tudo vai depender da situação e do timing, além das discussões com as equipes. É muito complicado", completou.
 
Existe uma consideração em relação ao GP de Singapura, circuito que representa uma grande oportunidade para a Red Bull tentar uma nova vitória, já que não é tão exigente do ponto de vista do motor. Mas o GP do Japão também tem peso para a Honda e será já a quinta prova após as férias. Quer dizer, uma eventual mudança no início da segunda parte do calendário vai fazer com que os motores já estejam mais desgastados em Suzuka. E a montadora vê a corrida caseira com grande expectativa de um resultado forte, especialmente depois dos últimos anos de fracasso com a McLaren. Assim, os nipônicos têm de tomar uma decisão que atenda às duas situações. Ou seja, terá de sacrificar, muito possivelmente, o GP da Rússia. E isso poderá também acarretar, inevitavelmente, em punições até o fim da temporada.

"Temos dois tipos de planos, a longo e a curto prazo. Depois da corrida (Hungria), nós revisamos as condições da unidade de potência, talvez seja possível mais duas ou três corrida em curto prazo. Em longo prazo, significa ir até o fim da temporada. É muito complicado", ponderou Tanabe, que confia na confiabilidade maior dos motores.

 

A Fórmula 1 atravessa um momento de pausa para as férias de verão na Europa, e volta às pistas somente em setembro, com o GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

 

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