Desinteressada do papel de coadjuvante, Red Bull tem alternativas escassas no esporte a motor se sair da F1

Acostumada a vencer, a Red Bull não aceita o posto de coadjuvante e, assim, tem opções para lá de escassas para seguir no esporte a motor se decidir sair da F1. No cenário atual do esporte, F-E aparece como melhor alternativa para a marca dos energéticos

A situação da Red Bull na F1 não é das mais confortáveis. Acostumada a vencer, a equipe rubro-taurina foi rebaixada ao posto de coadjuvante no início da era dos motores V6 turbo e, sem perspectivas de um futuro melhor, ameaça deixar o Mundial, levando a irmã caçula Toro Rosso na bagagem.
 
Insatisfeita com o desempenho dos motores Renault, a Red Bull decidiu romper o vínculo com a montadora francesa, mas não conseguiu chegar a um acordo com a Mercedes, que vem dominando a F1 desde o ano passado.
Dietrich Mateschitz vê esporte a motor como parte fundamental da Red Bull (Foto: Getty Images)
Assim, a Ferrari se converteu na única opção do time de Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat, mas a fábrica de Maranello não quer dar à Red Bull o mesmo motor que usará nos carros de Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen, oferecendo apenas os propulsores do ano anterior.
 
Habituada ao papel de protagonista, a Red Bull quer um equipamento que a permita brigar por vitórias e títulos, mas é compreensível que as marcas rivais não queiram armar o inimigo.
 
Dono da marca dos energéticos, Dietrich Mateschitz sempre colocou o esporte a motor como uma plataforma importante para a Red Bull.
 
 “Eles complementam um ao outro perfeitamente”, disse Mateschitz em entrevista à revista ‘Auto’, ainda em 2012. “Minha resposta à pergunta se a Red Bull é uma parte integral do nosso comprometimento com o esporte a motor ou se a Red Bull precisa do esporte a motor é: qual é mais importante quando você está andando, o pé esquerdo ou o direito?”, seguiu.
 
Mas se a fábrica austríaca, efetivamente, deixar a F1, quais as alternativas? A filosofia da Red Bull é manter envolvimento com as categorias top, o que nos leva a três campeonatos: MotoGP, WEC e F-E.
 
No caso do Mundial de Motovelocidade, Mateschitz já deixou claro que “nunca digo nunca”, mas os rubro-taurinos teriam de se acostumar com um papel secundário. A classe rainha conta com um envolvimento de peso das montadoras — Yamaha, Honda, Ducati, Suzuka e Aprilia, na atualidade — e aqueles que não são times oficiais de fábrica, contam com equipamento fornecido por eles. Assim, a Red Bull não teria como colocar sua assinatura no equipamento.
Marca da Red Bull ganhou mais espaço na Honda, mas o envolvimento com a MotoGP não deve passar disso (Foto: Honda)
Hoje, a Red Bull já tem certo envolvimento com o Mundial. Em 2015, a marca aumentou sua presença na Honda, com o touro vermelho ganhando mais espaço na carenagem na RC213V. Além disso, o logo austríaco também está presente na forma de apoio pessoal a pilotos como Maverick Viñales e Jack Miller, por exemplo.
 
A presença maior está nas classes menores. Na Moto3, os energéticos representam o apoio principal da Ajo, uma equipe habituada a promover a estreia de novos astros. Um degrau mais abaixo, a Red Bull também mantém a Rookies Cup, uma categoria preparatória que acompanha o Mundial nas provas europeias e que serviu de ponto de partida para pilotos como Danny Kent, Luis Salom e Brad Binder.
 
No Mundial de Endurance, o cenário não é muito diferente, já que a categoria também conta com um forte envolvimento das fábricas — Porsche, Audi, Toyota e Nissan —, o que faria da Red Bull apenas uma equipe cliente.
 
Assim como acontece na MotoGP, a marca dos energéticos apoia alguns pilotos, como Mark Webber, que também defendeu as cores do time na F1.
 
Desta forma, a F-E aparece como principal caminho para a Red Bull fora da F1. E a fábrica dos energéticos já olhou com certo carinho para a classe dos carros elétricos.
 
 Ainda em 2013, Helmut Marko, consultor do time, contou que a Red Bull tinha recebido um pedido para entrar na categoria, uma proposta que foi rejeitada por conta do “foco total na F1”.
 
“Vamos olhar de novo para a série e reavaliar após a primeira temporada”, disse Marko ao jornal germânico ‘Bild’, entretanto.
 
Em sua primeira temporada, a F-E forneceu todo o conjunto chassi e trem de força, mas agora os times já podem usar projetos próprios, o que também atenderia o desejo da Red Bull de não ser apenas uma equipe cliente.
 
A F-E ainda está longe de ter o mesmo status da F1, mas vem atraindo o interesse do público e da imprensa, além de bons pilotos, e, seguido a linha de foco em categorias top, é, definitivamente a opção mais viável para a Red Bull fora do Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
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