Diretor-técnico reconhece que Williams está “fazendo número” na F1: “Não competimos como queremos”

Paddy Lowe é o diretor-técnico de uma Williams que já tem no passado distante os dias de glória na Fórmula 1. O dirigente vê a equipe atualmente incapaz de voltar às brigas por vitórias, simplesmente por não ter performance “há muito tempo”

Sem título desde 1997 e vitórias desde 2012, a antes poderosa Williams perdeu fôlego e virou equipe medíocre da Fórmula 1. 2018 foi um ano particularmente ruim, com raros pontos e a lanterna no Mundial de Construtores. Para Paddy Lowe, diretor-técnico, a situação é clara: apesar do passado de glórias e de alguns bons momentos na Era Híbrida da F1, a equipe de Grove está apenas “fazendo número” no grid.
 
“Tivemos anos relativamente bons e ruins, que podem ser explicados por diferentes fatores que variam, mas a questão é que não estamos competindo da forma que precisamos competir para vencer, que é nosso objetivo”, disse Lowe. “Estamos essencialmente fazendo número. Vencemos uma corrida em 2012, mas concordamos que foi um resultado isolado, até porque a vitória antes dessa [Montoya, GP do Brasil de 2004] foi muito tempo atrás”, ponderou.
 
Tendo o motor Mercedes como grande trunfo, a Williams até superou expectativas em 2014 e 2015 – em brigas parelhas com Red Bull e Ferrari, o terceiro lugar no Mundial de Construtores veio duas vezes. 2016 marcou o começo de uma nova derrocada, quando até mesmo outras clientes da Mercedes – Force India – conseguiam resultados mais expressivos. Em 2018, já sem Valtteri Bottas e Felipe Massa, a equipe passou a aparecer no top-10 apenas em ocasiões especiais.
 
“Nós tivemos anos razoavelmente bons. 2014, por exemplo, foi um ano bom. Mas você pode dizer que fomos agraciados com um motor bom, enquanto outras equipes não tiveram um ano bom por seus próprios motivos. A performance não esteve do jeito que deveria há muito tempo”, lamentou Lowe.
A Williams ficou na lanterna da F1 em 2018 (Foto: Williams)
O pessimismo – ou realismo – de Lowe também significa cautela em relação às expectativas para 2019. A Williams tenta tirar proveito de mudanças no regulamento para voltar a crescer, mas com a consciência de que a missão não é tão fácil quanto parece.
 
“Eu posso dizer que vamos melhorar, e não falo nem no sentido de resultados. A área de engenharia já está melhorando. Não sei dizer quais são as consequências disso no longo prazo porque as outras nove equipes são todas muito fortes. A Fórmula 1 agora tem um aspecto tecnológico muito forte agora e cada equipe tem os engenheiros mais inteligentes, vindos das melhores universidades. A administração também é boa e as equipes são bem estruturadas. Nem sempre foi assim. Não sei qual é a melhor forma de dizer isso, mas até mesmo ser décimo na Fórmula 1 hoje é um trabalho muito difícil por causa do alto nível”, explicou.
 
“Não posso fingir que é tudo simples e que vai ser fácil melhorar, então não sei dizer quando isso vai acontecer. Estou otimista de que já estamos indo em frente e que eventualmente isso vai significar melhores resultados”, encerrou.

A Williams encara 2019 com nova dupla de pilotos: Robert Kubica e George Russell. A primeira corrida, o GP da Austrália, acontece em 17 de março.

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