Do FW47 a altas apostas: 5 detalhes do lançamento da Williams para Fórmula 1 2025

A Williams apresentou nesta sexta-feira (14) o carro com que pretende dar um passo (ou mais) à frente e escalar o pelotão na temporada 2025 da F1. Para isso, a equipe inglesa ganhou um alto investimento com volta de um patrocinador máster e tem em Carlos Sainz a esperança de viver dias bem mais competitivos. E novo modelo é um sinal de que o time liderado por James Vowles, de fato, optou por ousar

A Williams foi a segunda equipe a revelar o projeto para a temporada 2025 da Fórmula 1. Depois da surpresa da McLaren, a esquadra britânica preparou um evento cuidadoso e interessante em Silverstone para apresentar o FW47 na última sexta-feira. Inclusive, durante o evento, o carro foi à pista, nas mãos de Carlos Sainz. E embora a pintura tenha sido apenas promocional — as cores reais só serão conhecidas durante o lançamento conjunto da F1 na próxima terça (18) —, foi possível notar os detalhes da nova criação e os avanços feitos para tentar escalar o pelotão intermediário.

Além disso, o evento em si também revelou outras camadas de uma nova direção da Williams, que chega a 2025 com patrocínio máster, algo que não acontecia desde 2019. A equipe também aposta em uma dupla forte e experiente, formada por um Alexander Albon já bastante adaptado a Grove e Sainz, que desembarca nas garagens inglesas cercado de atenção e esperança de dias mais competitivos.

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Por isso, o GRANDE PRÊMIO lista agora cinco detalhes do lançamento da Williams e o impacto na temporada que começa em março, na Austrália.

Sainz testou o FW47 em Silverstone (Foto: Reprodução)

FW47: um passo à frente

A Williams apresentou o FW47 ao mundo em um evento na pista de Silverstone, mas ainda camuflado por uma pintura promocional. Só que quando o carro ganhou o circuito, guiado inicialmente por Carlos Sainz, foi possível perceber melhor o conceito adotado por Pat Fry e os engenheiros em Grove. O modelo azul e preto tem muito do que foi visto em 2024, mas em clara evolução.

A equipe mexeu principalmente na parte dianteira, que é uma área mais sensível dos carros atuais. A ideia é proporcionar maior equilíbrio ao garantir o fluxo de ar mais ordenado, trabalhando melhor do downforce. O desenho da asa é semelhante ao usados pelos times de ponta, mais arredondado e baixo. Os engenheiros também alteraram diversos elementos nas laterais do modelo, como os sidepods, muito semelhante à solução da McLaren.

A parte inferior do carro também ganhou novas linhas, agora um design menos agressivo que em 2024. O objetivo é assegurar estabilidade em curva. A Williams ainda atualizou a suspensão traseira, adotado o conceito do push rod. O time trabalhou muito nas asas traseiras — inclusive, Sainz testou duas configurações diferentes durante os quilômetros percorridos em Silverstone na sexta-feira.

A Williams mudou a parte dianteira do carro em algo parecido com a McLaren (Foto: Reprodução)

Sainz: experiência que renova Williams e a si próprio

A Williams não escondeu que vê em Carlos Sainz um elemento fundamental para atingir objetivos maiores. Não só em 2025, mas especialmente nos próximos anos, quando a F1 vai atravessar uma nova mudança de regulamento. De fato, o espanhol atraiu todas as atenções durante o lançamento e foi o escolhido para estrear o FW47.

E tudo é muito justificável, uma vez que o piloto #55 chega com enorme bagagem de passagens bem-sucedidas por Ferrari e McLaren, especialmente. Vencedor de corridas e altamente respeitado no grid, Carlos tem tudo para se reinventar e levar a Williams a um novo patamar.

Foi fácil notar ainda que o madrilenho já se sente confortável no novo time. O entrosamento com Alex Albon pareceu já muito autêntico, bem como a confiança no chefe James Vowles. “Não sei o quanto vou sentir falta (de estar no topo) ou quanto vou me divertir, espero ser perguntado mais tarde na temporada novamente. O que posso dizer é que estou feliz, motivado, animado e vejo uma equipe cheia de energia positiva ao meu redor”, disse Sainz aos jornalistas em Silverstone.

“A Williams teve fé em minhas habilidades para ajudá-los no caminho de recuperação que começaremos a enfrentar. Tenho um companheiro de quem gosto, um diretor que confia completamente em mim e sinto que posso ajudar a equipe a crescer.”

É preciso dizer também que Carlos pode se tornar um porto seguro do ponto de vista dos acidentes. Em 2024, a Williams sofreu com falta de peças na parte final do ano, devido às inúmeras batidas dos dois pilotos.

Carlos Sainz foi o primeiro a guiar o FW47 em Silverstone (Foto: Williams)

Novo patrocínio: alto investimento

Naturalmente, uma parte da apresentação da Williams foi dedicada ao novo patrocinador. A equipe terá em 2025 — e pela primeira vez desde 2019 — um apoiado máster e que aparecerá na identificação da equipe. O anúncio da empresa de software australiana foi feito poucos dias antes do lançamento.

“Estou animado em virarmos Atlassian Williams Racing. Atrair um patrocinador que vá para o nome da equipe é muito importante na nossa recuperação enquanto equipe. Estamos colocando todos os ingredientes certos no time e essa será uma parceira também na parte da tecnologia, vai contribuir com a organização da equipe”, disse chefe James Vowles.

A Williams tem tradição de ter parceiras no nome oficial da equipe. A última foi a ROKiT, de relação conturbadíssima em 2019, mas marcas como Martini, AT&T e Canon ficaram bastante tempo em outras fases da equipe. Mas o acorde de agora é o maior dos 48 anos da equipe inglesa na F1, o que significa um alto investimento não só para 2025, mas também para a entrada novo conjunto de regras no ano que vem.

Os primeiros resultados já foram vistos durante a apresentação da Williams, mais elaborada dos últimos anos. Mas é certo dizer também que Vowles tem trabalhado sério para atualizar e reestruturar o time. A contratação de Sainz é uma prova, especialmente diante do histórico da equipe em sempre procurar ao menos um pagante.

Carlos Sainz foi o responsável pelo primeiro teste de pista do Williams FW47 em Silverstone (Vídeo: Williams)

Pódio e mais: os objetivos de 2025

Certamente, diante de todo o investimento feito, a Williams precisa focar em grandes resultados. Por isso, o chefe James Vowles deixou claro que, ainda que o time viva um período de reconstrução, a ideia é ganhar os holofotes o mais rápido possível. O dirigente falou até em pódios ao analisar a temporada que se avizinha.

“Não é impossível, tivemos algumas surpresas ano passado. Em um fim de semana normal, pode ser improvável, mas se as circunstâncias nos favorecerem, pode acontecer. E temos dois dos melhores pilotos que vão dar o melhor de si, assim como eu e o resto do time”, afirmou.

Boa parte dessa esperança reside no projeto do FW47. Considerado uma evolução, a aposta é que o time seja capaz de dar muitos passos à frente. “O carro parece muito bom, ele realmente ganha vida. E esse é meu dia favorito do ano. São dezenas de milhares de horas de trabalho acumuladas, e quando o carro deixa a garagem e ganha vida, esse é o começo da temporada. São muitas emoções neste momento”, descreveu.

“É uma evolução do carro do ano passado. Tivemos um inverno razoável, mas é muito difícil saber. O grid, quando terminamos a última corrida em Abu Dhabi, estava separado por apenas 0s5 na classificação. O que não sabemos é o quão bom foi o inverno para os outros times. O que posso dizer é que estou orgulhoso do trabalho que fizemos”, completou Vowles.

Franco Colapinto já iniciou os testes na Alpine (Foto: Alpine)

Colapinto: ainda no radar

Franco Colapinto foi uma das grandes surpresas da temporada passada da F1. O argentino teve a chance de estrear pelas mãos da Williams, que decidiu demitir Logan Sargeant na meta do campeonato, e imediatamente ganhou o paddock. Ainda que tenha se envolvido em fortes acidentes na parte final do ano, o piloto foi capaz de se manter no radar da concorrência. Até mesmo a Red Bull se interessou por seus serviços, mas a Williams acabou o mantendo nas garagens até o início de 2025, quando Alpine deu o bote.

Flavio Briatore convenceu ambos os lados e levou Franco embora. Mesmo assim, James Vowles ainda sonha com Colapinto — e está certíssimo. “Há um período de tempo que espero que corra pela Alpine, essa é a razão pela qual fizemos isso e realmente espero vê-lo em 2025 ou 2026, é a melhor chance que ele tem sem estar conosco. Mas Franco é meu piloto e o quero de volta no carro depois. Não é definitivo, mas ele estará de volta em algum momento.”

Fórmula 1 se aproxima do retorno das férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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