Ecclestone nega suborno a banqueiro preso na Alemanha e alega que pagamento é resultado de extorsão

Ministério Público da Alemanha revelou mais detalhes sobre o caso de pagamento de propina na venda das ações da F1 para o grupo CVC. Bernie Ecclestone nega ter pagado propina para Gerhard Gribkowsky

O Ministério Público da Alemanha divulgou no último fim de semana mais detalhes sobre o indiciamento de Bernie Ecclestone no caso da venda das ações da F1. De acordo com o processo de 256 páginas, o dirigente máximo do Mundial pagou para um banqueiro envolvido na negociação para que a venda acontecesse e ele permanecesse como chefe-executivo da categoria. 
Ecclestone diz que pagamento a Gribkowsky é resultado de extorsão (Foto: Getty Images)
Ecclestone e seu fundo familiar Bambino são acusados de pagar em 2006 US$ 44 milhões (cerca de R$ 105,2 milhões) para Gerhard Gribkowsky, um ex-diretor do banco alemão BayernLB, que tinha uma fatia de 47,2% das ações da F1.
 
O dirigente do Mundial nega que o valor tenha sido suborno e alega que Gribkowsky ameaçou dizer ao HM Revenue & Customs, um departamento do governo britânico responsável pela coleta de impostos, que Ecclestone controlava o fundo, exigindo os US$ 44 milhões por seu silêncio. 
 
Residente no Reino Unido, Bernie teria de pagar impostos sobre os US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 9,5 bilhões) do fundo se estivesse no controle. O dirigente, entretanto, nega veementemente essa acusação. Ecclestone afirma que pagou a Gribkowsky, pois sua falsa acusação resultaria em uma longa e dispendiosa investigação. 
 
Atualmente, o banqueiro cumpre uma pena de oito anos e meio de prisão por ser culpado na Alemanha de evasão fiscal e suborno no caso da venda das ações da F1. Em junho deste ano, o tribunal decidiu indiciar Ecclestone por suborno em um caso separado.
A acusação reconhece que “Gribkowsky se esforçou para criar pressão contra o Bambino e o acusado, afirmando repetidamente que o acusado estava, efetivamente, no comando do fundo”.
 
“Isto, entretanto, não representa uma real ameaça de tratamento fiscal separado do acusado e do Fundo Bambino por parte das autoridades fiscais britânicas, já que o Dr. Gribkowsky e o BayernLB não têm prova específica de tal ligação”, continua a acusação.
 
O indiciamento, por outro lado, não é claro sobre a data em que Ecclestone supostamente subornou o banqueiro, afirmando que eles chegaram a um acordo em “abril/maio de 2005”. Sven Thomas, advogado de Ecclestone, afirma não há registro nenhum deste encontro.
 
Ainda segundo o indiciamento, Ecclestone subornou Gribkowsky apesar de ele não ter o poder para aprovar a venda da CVC. 
 
De acordo com o documento, o cofundador da CVC, Donald Mackenzie, “tinha inicialmente proposto um valor de US$ 1 bilhão, que resultaria em um preço de compra de aproximadamente US$ 460 milhões para a participação detida pelo BayernLB”. 
 
O indiciamento afirma que Ecclestone encorajou a CVC a pagar mais já que ele supostamente “deixou claro para o representante da CVC, Sr. Mackenzie, que a oferta de compra seria baseada em um valor da empresa de US$ 2 bilhões que, levando em conta a participação do BayernLB, representava um preço de compra de quase US$ 1 bilhão”.
 
Os advogados do dirigente máximo da F1 têm até setembro para responder as acusações e aí o juiz decidirá se um julgamento é necessário.

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