“Estranho” e “surpreendente”: Pilotos opinam sobre troca na direção de provas da F1
Max Verstappen, George Russell e Charles Leclerc estão entre os pilotos que mais questionaram a saída de Niels Wittich e a troca repentina de comando na direção de provas da Fórmula 1
Alguns pilotos do grid da Fórmula 1 se manifestaram sobre a recente decisão da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de trocar o comando da direção de provas já a partir do GP de Las Vegas, 22ª etapa da temporada 2024, que acontece neste fim de semana. No cargo desde 2022, o alemão Niels Wittich garantiu que não pediu para sair do posto, mas acabou sendo substituído pelo português Rui Marques, então responsável pela função na F2 e na F3.
Durante a entrevista coletiva desta quinta-feira (21), Max Verstappen, George Russell, Charles Leclerc, Carlos Sainz e Kevin Magnussen foram os mais vocais ao abordar o assunto. Ao mesmo tempo em que questionaram o timing do movimento feito pela entidade máxima do esporte a motor, levando em consideração o fato de que restam apenas três corridas para o fim do campeonato, os competidores também reclamaram da falta de participação na tomada de uma decisão tão importante.
Em relação ao segundo ponto, o companheiro de Lewis Hamilton na Mercedes e presidente da GPDA (Associação dos Pilotos de F1), que anteriormente havia se revoltado com a falta de transparência da FIA, foi o que mais se indignou mais uma vez. Nas palavras de Russell, os pilotos “definitivamente não sabiam” da decisão de trocar Wittich por Marques e foram pegos de surpresa igual a qualquer outra pessoa de dentro ou fora do paddock.
“Foi uma surpresa para todos, acho. Para nós, como pilotos, muitas vezes sentimos que somos os últimos a descobrir esse tipo de informação. E quando isso nos envolve diretamente, seria bom ser informado apenas para termos uma compreensão de quais decisões estão sendo tomadas”, começou. “Só posso falar em meu nome aqui, ao contrário de qualquer outro piloto, mas acho que não é segredo que alguns não estavam felizes com o que estava acontecendo em relação às decisões que estavam sendo tomadas”, continuou.

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“Mas, no fim das contas, acho que, trabalhando conosco, poderíamos ter ajudado a melhorar a questão. Às vezes, acredito que ficar contratando e demitindo não é a solução. Precisamos trabalhar juntos para resolver o problema”, encerrou o #63 do time comandado por Toto Wolff.
Na sequência, Verstappen também foi confrontado com o assunto. O maior questionamento da parte do tricampeão — que pode se tornar tetra neste fim de semana — foi em relação ao momento em que a decisão aconteceu. Para o piloto da Red Bull, seria muito mais lógico realizar a troca de profissionais após o fim do certame para, desta forma, dar mais tempo ao novo responsável pelo cargo para se adaptar.
“Claro, é um pouco estranho que isso esteja acontecendo nas últimas três corridas. Não importa se somos a favor ou contra certas coisas. No Brasil, por exemplo, achei que as decisões poderiam ter sido melhores. No entanto, é um pouco estranho ter de lidar com um diretor diferente”, admitiu. “Se quiser mudar de diretor, talvez seria melhor fazer isso depois da temporada e dar a ele algum tempo para se acostumar com a situação. Além disso, haveria testes de pré-temporada para melhor se encaixar na função. Mas vamos ver como vai ser. Eles decidiram e temos de aceitar”, concluiu.

“Aconteceu meio que do nada. Acho que todos nós ficamos surpresos. Mais do que falar sobre a decisão, pois todos podem ter a própria opinião, acho que foi um pouco surpreendente o fato de fazer isso tão tarde, em um momento tão crucial da temporada. Provavelmente, poderia ter sido administrado de uma maneira melhor”, esbravejou Leclerc.
Companheiro do monegasco na Ferrari, Sainz não reclamou e nem questionou, apenas pediu encarecidamente ao novo ocupante da função para que “tenha a mente aberta, ouça os pilotos e tire proveito de nosso feedback, porque se dizemos coisas com a intenção de mudar algo na pista, ou comunicamos algo pelo rádio, é porque realmente acreditamos que deve mudar”.
Por fim, Magnussen foi o último a tomar a palavra. O dinamarquês lembrou da época em que Charlie Whiting, falecido em 2019, ocupava o posto de diretor de provas e pediu para que a relação entre competidores e comissários volte a ser tão harmoniosa como era no passado.
“Eu costumo comparar com os dias de Charlie Whiting. Certamente, para nós, pilotos, ele era alguém com quem nos sentíamos realmente conectados, e sempre parecia que estávamos sendo ouvidos. Enquanto agora parece que somos nós contra eles, e definitivamente deveria haver mais cooperação”, finalizou o piloto da Haas.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Las Vegas, na Las Vegas Strip, e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Depois das atividades de cada dia, debate tudo o que aconteceu no Briefing. Na noite de quinta-feira (21), às 23h30 (de Brasília, GMT-3), acontece o treino livre 1. Depois, na madrugada de sexta-feira (22), às 3h, os pilotos realizam a segunda sessão. Ainda na noite de sexta-feira, retornam para o terceiro treino livre, às 23h30. Em seguida, na madrugada de sábado (23), disputam a classificação. Por fim, a largada da corrida em Las Vegas será no domingo (24), às 3h.

