Ex-diretor analisa “grande renovação” da Alpine: “Só o tempo dirá se dará certo ou não”
Davide Brivio comentou sobre o retorno de Flavio Briatore ao time francês e também apontou para as implicações de uma possível saída da Renault da Fórmula 1 nos próximos anos
Com passagem pela Alpine entre 2021 e 2023, onde assumiu a função de diretor de corridas, Davide Brivio tem autoridade para falar sobre as recentes mudanças pelas quais o time francês vem atravessando na Fórmula 1. Analisando especificamente a possível saída do motor Renault da categoria principal do automobilismo, o italiano deixou claro que tal escolha traz diversas implicações — sejam elas positivas ou negativas.
Penúltima colocada no Mundial de Construtores com apenas 13 pontos somados, a escuderia de Enstone optou por fazer uma reestruturação completa já a partir de 2024. Obviamente, o retorno de Flavio Briatore após mais de 15 anos para assumir o cargo de conselheiro executivo pegou o mundo da F1 de surpresa. Com promessas de sucesso para os próximos anos, o ex-chefe de equipe assumiu a liderança do projeto e promoveu o jovem Oliver Oakes para ocupar o lugar de Bruno Famin no comando do time. Mas não parou por aí.
No fim de julho, durante o fim de semana do GP da Bélgica, o próprio Famin confirmou a informação de que a Renault havia decidido deixar a categoria ao fim da temporada 2025, abrindo caminho para uma possível parceria entre Alpine e Mercedes a partir do novo regulamento, no ano seguinte. A decisão não agradou em nada os funcionários da fábrica em Viry-Châtillon, que organizaram protestos na etapa da classe rainha em Monza e já planejam novas manifestações depois de não ficarem satisfeitos com a reunião que tiveram com Luca de Meo, CEO da fabricante francesa.
Nome de enorme sucesso na MotoGP, onde acumulou títulos com Yamaha e Suzuki antes de retornar à categoria e embarcar no projeto da novata Trackhouse em 2024, Brivio teceu alguns comentários sobre as mudanças vistas na Alpine nos últimos meses e também falou o que espera da equipe no futuro. “A Alpine certamente vive um momento de grandes mudanças”, começou em entrevista ao site italiano FormulaPassion.
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“Partindo da ideia de mudar o motor, que é uma escolha muito importante também do ponto de vista dos colaboradores. Representa um passo importante por causa de todas as implicações: um grande número de trabalhadores perderá os seus empregos”, apontou. “Você deixa o motor Renault para comprar um motor Mercedes. Se a equipe é capaz de fazer uma escolha desse tipo, tão revolucionária, então o caminho está aberto para todo o resto”, continuou.
“Há uma grande renovação sob todos os pontos de vista: [David] Sánchez agora está na direção técnica, o chefe da equipe mudou, Briatore chegou para assumir o posto de conselheiro, a mudança de motores. O tempo dirá se dará certo ou não”, acrescentou. Sobre a saída da Renault, Brivio deixou claro que existem consequências positivas e negativas.
“Provavelmente, uma solução deste tipo permite à equipe de Fórmula 1 ser mais independente, autônoma e concentrar-se exclusivamente no trabalho em Enstone, um pouco diferente do que acontece atualmente. Obviamente, porém, lamento muito por todas as pessoas envolvidas. É muito triste ver todas essas pessoas em risco de perder o emprego”, finalizou.
A Fórmula 1 agora faz longa pausa e retorna de 18 a 20 de outubro em Austin, Estados Unidos, início da perna americana da temporada 2024.
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