Ex-médico-chefe da F1 contém empolgação e diz que notícia sobre saída de Schumacher do coma não é novidade

Os fãs de Michael Schumacher respiraram aliviados na manhã da última segunda-feira (16) quando Sabine Kehm, assessora de imprensa de Michael Schumacher, divulgou um comunicado anunciando que o ex-piloto havia saído do coma e deixado o Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, na França, onde estava internado desde 29 de dezembro de 2013 após um acidente de esqui.

 

Algumas horas mais tarde, entretanto, Gary Hartstein, ex-médico-chefe da F1, escreveu sobre a situação de Schumacher e afirmou que o fato de ele ter saído do coma não é nenhuma novidade. De acordo com o médico, quando, no início de abril, Kehm divulgou que Michael tinha “momentos de consciência e despertar”, ela já tinha dito que ele deixou o coma.

“É, obviamente, uma boa notícia que Michael tenha deixado o hospital”, começou Harstein. “Por conta do tempo que passou desde a lesão do Michael e o papel específico de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no apoio e monitoramento das principais funções dos sistemas do corpo, é quase certo que Michael simplesmente não recebeu alta da UTI e foi para a reabilitação sem ter passado por uma “transição” com estadia nas enfermarias regulares”, continuou. 

 

“Eu nunca vi um paciente com lesão na cabeça com uma internação de cinco meses na UTI ser transferido diretamente para a reabilitação, mas qualquer coisa é possível”, ponderou. “Lembrem-se que há muitos centros de reabilitação que podem cuidar de pacientes em ventilação, então essa transferência não diz se Michael está ou não respirando espontaneamente."

 

“No momento em que Sabine anunciou que Michael tinha momentos em que abria os olhos, nós soubemos que ele não estava mais em coma. Por definição. Coma = sem consciência, sem abrir os olhos”, explicou. “Abrir os olhos, porém inconsciente é estado vegetativo. E sinais flutuantes de interação com o ambiente é um estado mínimo de consciência”, detalhou.

 

Hartsein foi além e apontou que Sabine fez uso de duas palavras que podem confundir os leigos na linguagem médica.

 

“Sabine é uma profissional. No início de abril, ela disse que Michael tinha momentos de despertar e de consciência. Mais uma vez, ao dizer isso, ela nos disse quase que em uma linguagem clínica perfeita que Michael não estava mais em coma”, reforçou. “Ela usou dois termos que só especialistas conseguem de fato distinguir. Para um leigo, estar acordado e consciente é a mesma coisa. Esta linguagem, então, foi usada claramente com base nas conversas com a equipe médica de Michael, e refletia uma descrição muito precisa de seu estado de consciência mínima”, falou.

 

“Agora nos dizem, com o que soa como um ar um pouco triunfal, que Michael não está mais em coma. Como eu expliquei, isso não é notícia”, declarou. “Não posso evitar pensar que este é um uso muito cínico da linguagem, usando a verdade para transmitir uma impressão que é quase certamente falsa. Não posso deixar de pensar que, se Michael tivesse se recuperado completamente do estado de mínima consciência que Sabine tão precisamente descreveu em abril, nos diriam que Michael está indo para a reabilitação, que está tendo problemas para se expressar e vai trabalhar duro para melhorar. Ou que ele está tendo que aprender a andar, ler, escrever e etc. outra vez”, considerou. 

 

“Mas não, nos disseram o que nós já sabíamos e basicamente nos disseram para não esperar novas atualizações. Mais ou menos o que eu estava pensando”, disse. “Isso tudo deixa um sabor amargo da minha boca. E uma grande tristeza pela família de Michael e por vocês, fãs dele”, encerrou. 

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